segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

GENTE QUE PENSA

Dias atrás, estava esperando a lotação do bairro no ponto do Terminal Urbano do centro da cidade.  Era uma manhã de forte calor de verão. Uma senhora idosa, com todos os aspectos de mulher doméstica parou perto de mim e dos outros utilitários da lotação, cujos pontos de espera estão relativamente perto, facilitando a proximidade. Depois da longa espera costumeira, a senhora começou a falar da situação sufocante que sofriam os passageiros para poder chegar a casa ou ao término desejado por cada morador da cidade;
A paciente senhora, dirigindo-se aos demais espectantes  alzou a voz cansada, porém bem clara e convincente e sentenciou. - Quem devia estar o dia inteiro nesse sol, ou se for chuva, era o prefeito e seus secretários. Só assim entenderiam o sofrimento do povo que, ademais de pagar a lotação de empresas privadas, pagamos impostos para a livre movimentação. O pior é que também pagamos os avultosos salários e demais prebendas dos governantes.
 Os populares que ouviam a boa senhora se riam a vontade, cujos sorrisos apoiavam o discurso..
Entusiasmada pelo apoio dos moradores, a senhora apelou para os políticos, em modo geral, e reclamava da desonestidade  dos políticos no trato dos bens públicos. Aumentando a voz anunciava que esses ladrões governantes não merecem cadeia. Cadeia para eles é hotel 5 estrelas. Eu condenava os governantes a receber só um salário mínimo, como eu, assim apreenderiam a vida sofrida da população. Seriam gente como nós. Quando mais falava, mais moradores se juntavam e aprovavam os razões da corajosa cidadã. 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

AS APARÊNCIAS ENGANAM

Nos primeiros anos do século XXI o escritor catalão Gomis , se perguntava sobre a matéria prima dos jornais e escreveu: “ O interesse objetivo das notícias está em sua capacidade de revelar a inesgotável novedade da vida humana, da sociedade que não para  de mostrar-se distinta do que creiamos que era. As notícias interessam pela novidade”. ( La Vanguardia,02/12/15)
A novidade, pois se torna a base da vida humana e de essa vida que se desenvolve e movimenta em sociedade e que tem o carácter de motrar-se distinta do que aparenta.
A refrão, nascido da sabedoria popular já esnina de que “ as aparências enganam.
assassinato de 14 pessoas ocorrido em São Bernardino, na Califórnia- EEUU-  por umas poucos pessoas, demonstra mais uma vez, que a sociedade norteamericana, apesar de todos os estudos e opiniões que recebemos, não é uma sociedade democrática, porque os cidadãos não tem o direito, nem ao bem superior da vida pessoal, nem de viver numa casa de saúde a fim de gozar do bem-estar - pessoal e sentir-se integrados na comunidade que os acolheu .
Ontem, dia 02/12/15, no Brasil o presidente da /câmara dos deputados aceitou pedido de  poucos cidadãos, doutores da lei, para o impeachment da presidente do Brasil, eleita democráticamente duas vezes pela população. A sociedade brasileira parecia uma sociedade democrática, livre, contudo, por terceira vez, um presidente eleito democraticamente pode ser, de novo, substituído.
O novo, de novo, desse caso político é uma demonstração de que a sociedade brasileira não tem um regime democrático. O novo nesse caso é rever os velhos grupos conservadores que usando da lei convencional atropelam a opção popular por mudanças de base.. A novidade é que que as classes ditas superiores não suportam o governo do um partido, cujas bases, em geral, são populares.
Há mais de um mês o rompimento de duas barragens de detritos de mineiro armazenado pelas empresas Samarco e a Vale, soterraram dois distritos da cidade de Mariana, Minas Gerais,matando pessoas e milhões de  peixes do Rio Doce , hoje rio barro.
E especies nativas das serras das Gerais, além de privar a milhões de pessoas de terem água poptável e de uso caseiro ou agrícola e industrial.

Nesse caso, o novo é a afirmação do poder das empresas mineradoras que mandam e dispõem de terras e pessoas, conforme seus interesses. Um mês depois do acidente previsto nada que repere os donos foi feito. A lei convencional mais uma vez está por cima do bem-estar das pessoas.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

DEMOCRACIA SEM POVO É DITADURA

Nos ensinaram que os pilares da democracia são os três poderes. O poder Executivo, basicamente configurado pelo presidente eleito, vice, ministros e partidos de sustentação.
O poder Legislativo formado pelos deputados legitimamente eleitos e os senadores.
O poder Judiciário, composto por juízes nomeados pelo executivo e confirmado pela Congresso.
A legitimidade de esses poderes se fundamenta na participação da população toda que forma uma comunidade humana, unida pelos objetivos comuns, desejos e esperanças.
A participação da população acontece através dos partidos políticos, formados  por membros da comunidade que compartilham interesses, desejos e necessidades comuns.
Sem partidos políticos permanentes e fiéis resulta impossível uma democracia representativa legal e com legitimidade.
Na história do Brasil, excepto raros tempos, não existiu a tradição de partidos políticos representativos da população. Só existiram partidos representativos de corporações e grupos de interesses. Ruralista-UDR. e muitos outros que aparecem ao gosto de pessoas influentes  .
Nas comunidades, em geral se vota em pessoas, não em partidos.
Depois de 1980 apareceu o primeiro partidos emergente da população. O Partido dos Trabalhadores, que, depois de muita luta, chegou ao governo federal por largos anos.
Os partidos dos grupos de interesses e corporações se unem a grupos conservadores da ultra direita para derrubar o único partido popular, inventando toda classe de falsidades e se unindo até aos poderes constituídos para conseguir derrubar o PT. Os poderosos não aguentam mais ficar fora dos governos, porque fora do poder nunca ficaram, pois esses grupos poderosos formam o poder nacional que pode derrubar qualquer tentativa de democracia representativa. A população, infelizmente, ainda não é quantitativamente consciente de sua eficaz participação na democracia.  Mas esse tempo chegará mais pronto do que se espera.

domingo, 22 de novembro de 2015

OS FATOS REVELAM O ESPÍRITO


ACONTECEU no tempo e num lugar concreto, Nazaré da Galileia que poderia ser em Mariana, Sete Lagoas, Piauí, Mallorca. O espaço clama pelo tempo. O tempo não existe sem espaço, feito de água, peixes, pombos, animais, pessoas, igual o João Batista no rio Jordão, protótipo dos acontecimentos históricos do passado, quando o elo criador pairava sobre as águas. (Gen 1, 1)
No rio Jordão Jesus de Nazaré, foi batizado por João, seguindo o movimento da vida, feita história. O Espírito Santo posou sobre a cabeça de Jesus em forma de pomba. Os céus se abriram e uma voz clamou: Esse HOMEM é meu filho amado, nele tenho posta toda minha complacência. Esse homem representa qualquer homem. Deus Pai Criador jamais pode diferenciar qualquer filho, seja da Galileia ou Mariana das Gerais.
Lugar, tempo, acontecimentos, água, animais, matéria, pessoas se relaciona com a força criadora, o Espírito Santo. O Espírito se contempla em toda criatura. Por isso mesmo não pode existir criatura feia, triste, mau. Sim pode e de fato existe desrespeito as criaturas de Deus contemplativo, aparentemente ausente. Na intimidade da consciência humana o Espírito fala alto.
Viver será sempre ouvir atentamente a voz do Espírito que se comunica constantemente a todos os seres. Os céus se abrem às criaturas. ( Mr. 1, 9-11)
O Espírito conduziu Jesus ao deserto. O Espírito é a força divina que dirige a gente para o deserto, lugar de silêncio, do projeto e do compromisso.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

REFORMAR A FAMÍLIA É MUDAR A SOCIEDADE

Na reunião do Vaticano, no Sínodo, de outubro de 2015, convocado pelo Papa Francisco, se expressaram, sobre a organização familiar, ideias e comportamentos conservadores e progressistas. Houve debates, confrontos e conflitos.
Os crentes conservadores são aqueles que vivem uma vida bem situada, cómoda e até feliz. Por isso mesmo, querem conservar a situação como está. São pessoas que apostam nos dogmas, nas leis, e instituições como intocáveis, mesmo que se prove que, nem sempre são conforme a realidade bondosa da natureza e culturas.
Os progressistas, como Francisco, são aqueles fieis que apreendem que a sociedade, como a vida, é um movimento. Todo movimento está sujeito a mudanças. Mudar é sinal vital de ser diferente tanto no crescimento pessoal, como social. A ação política e instituições que fundamentam a sociedade são para assegurar mudanças justas e conforme a realidade da natureza humana e física.
Pelas informações recebidas, o documento final que foi votado pelos presentes na reunião, teve mais peso conservador, como já era de esperar. Em geral, historicamente as igrejas apoiam atitudes conservadoras.Não querem perder poder. Porém, dentro de todas as igrejas, sempre aparecem fieis com intenção e atitudes de mudanças justas para o bem comum. Jesus jamais apoiou o poder.  A solução pacífica é continuar os debates e que o diálogo sincero seja a regra que oriente o modelo familiar a seguir, ou os modelos familiares aceitos, sem preconceitos, mas de modo misericordioso e atitude orante, segundo exemplo do Papa Francisco.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

COMO O ESTADO ILUDE O POVO


Na década de 2000 o sistema capitalista que manda no planeta percebeu que os Estados -Nação da América Latina, alguns da África e Ásia, especialmente China, Índia avançavam no aumento do Produto Nacional Bruto e nas exportação de seus modernos e avançados produtos tecnológicos A resposta a esse avanço social dos países em desenvolvimento foi a volta dos princípios neoliberais do controle social e fiscal, movendo a outra trindade do FMI-BM- BID e seus aliados os potentes bancos dos EEUU e EU.
O objetivo, agora, era regressar as tácticas repressivas do século XX, porém usando e abusando das novas tecnologias da telemática, sobretudo da Internet, Redes Sociais e das promessas religiosas de cura, emprego e felicidade terrena, conseguindo criar a ilusão de unidade humana.
A população está ávida de paz e do bem-estar já obtido. Mas a prática dos projetos do sistema foi regressar a rejeição atávica dos assalariados, criando, com a ajuda da mercenária mídia universal, uma falsa crise político-econômica, social e cultural. Provocando um pessimo geral.
A tática efetiva foi a invenção do terrorismo dos rejeitados do Estado-Nação. Todo crime do mundo atual é perpetrado pelos estrangeiros, por membros deslocados de outros Estado- Nação, que, como emigrantes, formam acampamentos nas fronteiras dos territórios dos Estados-Nação mais ricos e poderosos. Invasores outrora da América, África, Ásia e Austrália. Agora, Iraque, Afeganistão,  Síria, etc.
A atual ocupante do governo no Brasil, eleita democraticamente, conforme normas legais do Estado- Nação, sendo representante do partido dos trabalhadores enfrentou, corajosamente, as táticas golpistas dos grupos conservadores da ultradireita.

Pelos informes que chegam, tanto oficiais, como extraoficiais os eleitos e os excluídos estão travando um forte confronto para manter a ordem das normas legais do Estado-Nação. Porém, respeitando a todos, o direito de saber o que acontece e de se de manifestar livremente para conseguir voltar ao desenvolvimento previsto e possível desejado por todos.

 

 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O GOZO DAS REALIDADES DA VIDA


Neste interim aparece mais um livro do pensador e filósofo mais lido da atualidade Zyng Bauman, com o livro maravilhoso O AMOR LÍQUIDO; os laços frágeis das relações humanas.   O autor afirma e confirma que as duas realidades que sempre perseguem o ser humano são: o AMOR e a MORTE. 
Naturalmente a pessoa humana sempre tendeu ao amor e a morte. Só nessas duas realidades, você, amado leitor, eu e todos os outros humanos podemos nos realizar plenamente.
No amor eu já experimentei e sinto que a pessoa humana, quando ama entra, em êxtases momentaneamente no paraíso. O grito mais espontâneo que se pronuncia no ato do amor humano é : Meu Deus, meu Deus. Que delícia!!! Por minutos, o peso material do mundo desaparece e entra no interior da gente a leveza espiritual do ser humano..
Na morte somente tive uma experiência pessoal, há 16 anos, num acidente de trânsito na Br. 040. Vivenciei um túnel colorido muito sossegado e sem margens, nem limites. Sentia-me levitar. Estado semi- consciente e feliz pelo trabalho nacional que estava projetando para as universidades do Brasil. O II Encontro Nacional de Estágio que reuniria mais de 700  professores do país. Nada mais lembro que as fortes dores, quando acordei horas depois, no carro do Samu indo ao Pronto Socorro Odilon Bering, em BH.
Quando minha mãe morreu, aos 91. Informado, em silêncio, fui a janela de casa. Olhei o amanhecer do novo dia. Foram quinze minutos de contemplação, sentida, porém muito sossegada. Era domingo de Ramos, início da Semana Santa. Avisei parentes e amigos e fomos à missa para agradecer os gestos de amor de mãe e a morte, encontro definitivo com a vida.
A morte sempre foi à revelação do amor pessoal do Pai, recebendo em festa os filhos pródigos nesse mundo;O medo atávico que as pessoas podem sentir do amor total e da morte é resultado de visões religiosas, impostas por expertos que, ao transmitir medo, conseguem dominar os pobres humanos medrosos, durante a vida.
È a busca da segurança individual e coletiva que faz as pessoas procurar permanentemente soluções para o entendimento e conservação da relação amorosa e da morte, mesmo a custa da aceitação de soluções absurdas, impostas pelos expertos dos grupos no poder.

  

 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

POLÍTICAS LOCAIS FRENTE AO FURAÇÃO GLOBAL


A história das civilizações ocidental, oriental e continentais mostra que as determinações do valor dos produtos naturais, industriais e culturais não tem lógica. Se a humanidade tivesse seguido sempre o raciocínio, ensinado na escola do sistema dominante, certamente não teríamos saído da idade da pedra.
Os grandes avanços da história se originam na irracionalidade, parte definitiva do ser humano pensante praticado pelos aplicativos: competição,ciência,propriedade, medicina, consumo e ética protestante do trabalho. Esta afirmação está fundamentada nas tradicionais visões da imaginação dos grandes clássicos da literatura e historiadores regionais e mundiais que formam o fundo social do conhecimento ( J. Perelló Solivellas, Pedagogia do Estágio: experiências de formação profissional, BH. Imprensa Oficial, 1988)
Historicamente observamos que nos momentos de grandes crises se retorna às personagens da história a fim de que nos orientem a reencontrar o rumo da vida pessoal,social e o desenvolvimento.  A atualidade da irracionalidade permanente pode ser encontrada, sobretudo na revelação rosiana em Grande Sertão: Veredas, obra representativa do autêntico saber popular, cujo  desejo de permanencia plena forma o caráter normal da população.
O movimento polarizado da natureza, dia e noite, quente e frio, nascer e morrer , amor e ódio condiciona obras e personagens, segundo  testemunha de Guimarães Rosa (1986. p, 121)
Se eu não tivesse passado por um lugar, uma mulher, a combinação de aquela mulher acender a fogueira, eu nunca mais, nesta vida, tinha topado com o Menino?- era o que eu pensava. Veja o senhor: eu pensava essa idéia; e com ela em vez de me alegre ficar, por ter tido tanta sorte, eu sofria o meu. Sorte? O que Deus sabe, Deus sabe. Eu vi a neblina encher o vulto do rio, e se estralar da outra banda a barra da madrugada.
Na fenomenologia deste vibrante texto cada palavra, cada som, cada imagem, cada conceito simbolizam a força da criação: o espaço, o tempo, a matéria, o espírito, o desejo, o fogo, a paixão, o amor, a idéia, a escuridão, a alvorada, o saber, o fazer, o conviver, a diversão, o diálogo, modo de estar e ser do povo no mundo em cada época e tempo.
A população, dividida em classe superior, o operador global e a inferior, intitulada de povo que trabalha, compra, vende, diverte, empresta, legitima o regime político, sustentado pelo voto local, induzido pela mídia que divulga idéias arranjadas.

 

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

COMUNIDADE É SERVIR AO PRÓXIMO


Hoje as pessoas vivem felizes quando possuem seu lugar que significa sua comunidade e sua casa familiar. Casa e comunidade formam o espaço natural das pessoas humanas. A pessoa  cresce e se fortalece na comunidade e no lar familiar e no exercício do direito de ir e vir a todos os lugares ( At.1,8) As pessoas tendem naturalmente a buscar seu bem-estar. “ É agora que o senhor vai devolver o Reino de Deus ao povo de Israel?.( At, 1,6)
O Reino de Deus significa o estado de graça e do bem-viver das pessoas, famílias e comunidades. Não só de Israel ( At. 1,7) nem de Sete Lagoas, Brasil, Lisboa, Europa, senão em todos os lugares e tempos, no movimento da história e do universo.

Hoje a ciência, confirmada até pelos dois últimos Papas, prova que o céu e inferno não são lugares no espaço cósmico, nem no tempo. São, simplesmente, estados da alma do presente que experimenta o individuo, conforme as circunstâncias e condições em que se vive.  No movimento do tempo se descobriu que os espaços são imensos, até parecem infinitos. Pensem na descoberta dos buracos negros do espaço ( Higgs, Hawking). E o próprio movimento do tempo mostra as diferentes vivências que o Divino, presente em todo ser, manifesta de modo único.
Os grandes escritores literários da história, Guimarães Rosa ( Sertão), Garcia Márquez (Macondo), Saramago ( Cidades), assim como os cientistas modernos, confirmam a presença do céu ou do inferno, conforme seja praticada a mensagem do Mestre de servir aos outros como primeiro sinal de humanismo e religiosidade libertadora.
Quando uma pessoa vive, num dado momento histórico, num lugar que, por diversas causas pessoais ou externas não tem condições reais para viver no lugar escolhido, tem o direito natural de buscar outros lugares no mundo onde possa viver satisfazendo suas necessidades básicas.
Hoje, num mundo que jamais na história teve tantos bens produzidos e capitais, mais de um milhão de pessoas abandonam o próprio lugar e, a caminho, por terra, mar e ar buscam outros lugares para viver em bem-estar pessoal e social.
Percebemos que a sociedade tecnológica e rica dos países mais poderosos monta muros e cercas para impedirem aos emigrantes entrarem nos lugares intitulados de nação, pátria ou país.
Como ensinava a professora Conceição Tavares, da Universidade de São Paulo, há muitos anos, um pais que despreza crianças e velhos é um país sem futuro.
A religião e política existem é para servir aos outros sobretudo , os excluídos. A religião e a política são para fazer as pessoas mais felizes, não para dar esmola. O Papa Francisco, desse, claramente, que a verdadeira política é a grande caridade. Caridade que significa colaborar e criar juntos bens e repartir a todos. O resto é paternalismo sem futuro.

 

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A ANARQUIA SURGE DOS PODEROSOS


Hoje de modo direto, a mídia nacional, aliada a internacional, por interesses afins, formam a opinião popular dos membros das comunidades pós-modernas que seguem as orientação desses meios de informação como se fossem a pedra filosofal que explicam mistérios, fatos, fenômenos, acontecimentos, tragédias, conflitos, prazeres, êxitos e fracassos como veracidade indiscutível.

As pessoas da rua já fecham a discussão com o irrefutável argumento: “ A teve, o rádio, o jornal,a revista, a internet o disse” Pronto, assunto encerrado.

“ Quando observada através das lentes de um mundo ordenado, adequadamente construído e funcionando em harmonia, a “ área cinzenta” da solidariedade, da amizade e das parcerias humanas é vista como o reino da anarquia”(Z. Bauman, in Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos, Rio de Janeiro, Zahar, 2004).

No dia 26 de setembro no debate público do Supremo Tribunal de Justiça – STJ- sobre o financiamento de empresas aos candidatos a cargos de governo, o Ministro Sr. Gilmar Mendes, depois de um duro juízo particular sobre o partido do governo atual, quando o Sr, Presidente do Supremo concedeu a fala, solicitada, ao Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil- OAB- o senhor Gilmar, de modo agressivo e palavras disparatadas, abandonou o plenário do Supremo, por cuja função tem, oficialmente, um ordenado de mais de R$. 30.000,00 mês.

O Sr. Ministro agiu como um anarquista por não acertar que a sociedade seja estruturada, também, com harmonia, solidariedade e diálogo e cooperação de amizade, além das leis e acordos estabelecidos de modo consensual na instituição que trabalha no cumprimento de sua profissão social.

Percebemos que os políticos de partidos da oposição proferem palavras imorais, grosseiras e calunias infundadas aos administradores da economia e política atual. Não respeitando, tampouco, as regras e normas estabelecidas dentro do sistema democrático nacional e internacional. A ética de que tanto se fala, hoje, não só uma palavra. A ética etimologicamente significa ser, prática, traquejo, pois as palavras voam, os fatos permanecem.

sábado, 12 de setembro de 2015

SOMOS SERES CARENTES


A carência é a situação natural da deficiência e limitação humana que experimenta todo ser vivo. R

As pessoas e o mundo não foram criados. Eles estão sendo criados no eterno movimento do vida.( Teoria da Relatividade e Mecânica Quantica,Stephen Hwking)  A vida que é alma se movimenta no povo de modo permanente.

A palavra “carece” nos contos e argumento do Grande Sertão, Veredas, tal vez seja uma das palavras que mais estão presentes, indicando o atributo principal dos componentes dos seres da comunidade humana que se nota no ser questionador, pessoa aberta e universal (Perello, 2004 ). Essa qualidade da alma popular é tão expressiva que o pedinte e cego Borromeu foi o escolhido por Riobaldo, chefe do maior grupo de jagunços guerreiros, para montar e estar sempre emparelhado da banda  da mão direita  do comandante. O carente de luz e pedinte de esmolas adivinha a vinda das pragas que outros rogam, e, assim, vão defastando o mau poder delas ( Rosa,1986:393).

A paz e felicidade do Sertão não reside em manipular ou explorar a carência - ciência -  das pessoas, como o faz hoje o capitalismo de ficção e de laços humanos líquidos ( Verdú, 2003; Z.Z. Bauman, Zahar, 2004).

O carente, como observamos, se torna, de fato, o confidente e, por isso, o amigo afetuoso dos membros da comunidade.  Os agentes do povo sempre se dão as mãos para juntos aprender, sonhar, crescer e chegar cada dia mais perto duma sociedade solidária. A vida sae do povo, conjunto de pessoas comunicadas intersubjetivamente nas relações sociais e produtivas que satisfazem o bem - estar  pessoal e comunitário. Os produtos, os fenômenos, as obras e acontecimentos que se forjam, no traquejo quotidiano, formam a rede da vida em que as pessoas se enrolam

A existência do outro constitui o fundamento de toda comunidade e cultura. Porque existe um “você” – alteridade - existe um “eu” – individualidade-. Para que, a existência do outro possa realizar-se na comunidade é necessário condições persistentes, aceitas e entendidas por todos tanto no plano imaterial - sistemas de valores, simbologia - como no plano da prática - instituições políticas, instrumentalização econômica. Guimarães Rosa já adverte que “quando o projeto que Deus começa é para muito adiante, a ruindade nativa do homem só é capaz de ver o próximo de Deus é em figura do Outro”( Rosa,1986:29-30) Como se insinua na longa narrativa épica rosiana esse Outro é o semelhante, o reconhecido igual ao sujeito pensante e prático, criador da imagem do OUTRO – Deus, o Bom  ou da  imagem do OUTRO - o diabo, o Coisa –Ruim.




sexta-feira, 4 de setembro de 2015

QUEM É O OUTRO?

Na palestra, proferida no CONIC, no Isabela Hendrix, BH, o prof. Dr. Erisvaldo, UFOP, MG enfatizou o sentido evangélico do conceito de MISERICÓRDIA, demonstrando que a misericórdia é a novidade da mensagem libertadora do Jesus de Nazaré. Jesus usou um exemplo bem prático para que se entendesse como praticar a misericórdia. Essa prática da misericórdia é narrada pela comunidade de Lucas, capítulo 10, versículos  29-37. 
Misericórdia é descobrir a pessoa que passa por necessidades básicas. O samaritano viu o homem ferido por assaltantes, se aproximou e imediatamente curou as feridas com medicina popular. O carregou no seu jumento e o levou a uma possada para que cuidassem dele até se restabelecer e poder valar-se por si mesmo. O samaritano pagou todas as despesas.
A prática da misericórdia envolve a compaixão, ou seja sentir com o paciente; ficar perto; cuidar, carregar para se restabelecer completamente. Misericórdia é amar ao próximo como me amo a mim mesmo. Misericórdia não envolve despersonalizar-se para cuidar do próximo, antes fortalece o ser de quem cuida. O ser humaniza, liberta. O ter despersonaliza e oprimir os outros que não tem.
Hoje nossas cidades se urbanizam com um núcleo comunitário central que possui bens e domina outros núcleos comunitários que não tem bens, vivendo na periferia, uma vida desumana. São os bairros conhecidos como favelas, mesmo que hoje se denominem de comunidades.
O núcleo comunitário central das cidades que são os possuidores de todos os bens e os que dominam por leis protetoras desses bens e instituições  anunciam constantemente a situação opressora e desumana dos despossuídos, tem até compaixão passageira, porém, poucos se aproximam, param , cuidam, pagam e libertam. Só blá-blá-blá.
Os grupos dominantes fazem campanhas como Criança Esperança, há 30 anos, e cada vez as cidades e países tem mais pobres, famintos, doentes e emigrantes morrendo nos acampamentos, na mar, no trem, nos caminhões..
A atitude do samaritano, que não pertence a organizações legalistas, se torna exemplo do outro. É o outro que faz desse mundo o céu.  O outro que fala, passa de longe, denuncia, dá esmolas e diversões  faz ,desse mundo, o inferno.






segunda-feira, 31 de agosto de 2015

SIM, SOMOS BONS!

Estava dialogando com um amigo, manifestando minha sensual delícia de sorver bons vinhos e saborear as apetitosas iguarias caseiras. Pena que o gozo é freado pela vigilância sanitária, devido a idade.
Ai, o bom amigo me questiona: -
- Bobo, aceita, de modo realista, as limitações humanas naturais do corpo. Não como uma fraqueza ou limites, mas como um sinal para desfrutar outros gozos, também sensuais e deliciosos que ainda podem ser descobertos, inseridos, digeridos e aumentados até.
Lembra  a meditação do livro dos Atos dos Apóstolos donde Deus falou a Pedro que “ nenhum homem é impuro ou profano” ( At. 10, 28).
- Pensando bem, amigo, disse eu, você tem toda razão do mundo. O Criador não pode criar criaturas imperfeitas. Tudo o que vem de Deus é sagrado. “ A vida é a luz eterna dos homens” ( Jn, 1, 10) A tendência humana para fazer o bem é indicio da presença do Espírito no interior do templo do corpo humano. ( I Cor.12, 27-31).
Nossa crença está prenha de idéias estranhas a experiência de Deus na pessoa humana e a interpretação da palavra de Deus, da Tradição e dos sentimentos humanos nos contatos com seres da natureza que emergem do Criador.
É uma realidade experimentar nossa limitação e até fraquezas, mas também experimentamos, sobretudo, o gozo de sermos filhos de Deus. “ Vinde, benditos do meu Pai! Tomai posse do Reino, preparado desde a criação do mundo. O que fizestes a um dos menores desses meus irmãos, a mim o fizestes”  (Mat.25, 34-40)
O amigo insistia em que, há  muitos anos recebemos na família, escola e sociedade uma educação maniqueísta. Palavra emergente da filosofia persa e do pensador religioso Maniquei, dos primeiros séculos do cristianismo, que adotava os eternos conflitos cósmicos entre os deuses do bem e do mal, presentes nas mitologias. 
- Amigo! Confesso-te que me costa muito aceitar a crença de que somos radicalmente maus. Essa crença só serve para fomentar a culpa nas pessoas que, querendo fazer o bem que desejam, fazem o mal que não querem ( Rom. 7,21- 25).
Esta educação fomenta o medo que leva a uma sujeição que nada tem a ver com os ensinamentos e obras de Jesus de Nazaré. Muito tem a ver com o sistema econômico atual.


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

AS MENTIRAS SOCIAIS.


Dias atrás me encontrei com o amigo Zé e falamos de assuntos pessoais e, aos poucos, de assuntos políticos, econômicos e religiosos do Brasil. O que mais me chamou a atenção é que, o pensamento desse homem, reflete o pensamento quotidiano da mídia nacional. A mentalidade do Zé é elaborada pelas noticias diárias e bombásticas dos telejornais. Aceita, sem restrição, as notícias da mídia e até, com ironia, as defende com mais euforia que os subservientes jornalistas habilitados pelas escolas do sistema social.
 Ele é católico de carteirinha. É dogmático, tradicional e conservador como a mais fundamentalista barata de sacristia. A amizade com o Zé vem de longa data. Depois desse novo encontro, percebi as diferenças de mentalidade entre ele e eu em relação a política, economia, religião e situação social contemporânea. Essa conversa fez-me lembrar a cruel frase de sábio Einstein: “ O mundo muda muito divagar, a mentalidade humana jamais”. Aludindo aquela frase bíblica, evolutiva, do livro Eclesiastés,( 1-,9)   
Nessa célebre frase, não consigo perceber o Einstein honesto. A teoria da relatividade que ele divulgou mudou, e, muito, o comportamento social e a mentalidade humana contemporânea. Hoje até o tradicional Vaticano e o judaísmo se aderiu à evolução do comportamento humano e as novas tecnologias inventadas diariamente pela inteligência humana que modificaram o panorama mundial de modo significante e menos solidário, apesar da descarga informativa instantânea. O Zé não tem idéias próprias. Parece que, de nossos longos encontros, só ficou a amizade. 
Esse fato e a atualização do pensamento bíblico do livro do Eclesiastes se relacionam ao sábio pensamento original do escritor e político João Guimarães Rosa quando, analisando a sociedade  afirma: “ Eu toda a minha vida pesei por mim. Sou nascido diferente. Eu sou é eu mesmo. Diverjo de todo o mundo...Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa”( Rosa, Grande Sertão:Veredas. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1986. P.8)
 Em julho, estando no Rio de Janeiro, fui presenteado  com o último romance do genial escritor e cientista italiano Umberto Eco, intitulado Número Zero. Um grupo heterogêneo de habilitados jornalistas e escritores autodidatas tentam organizar e publicar o jornal Amanhã, número zero, que jamais sairá a luz. O romance mostra que todo jornal é negócio como outros. O que vale é vender. As notícias e informações  são ,dize o romance: ”O jornais mentem, os historiadores mentem, a televisão hoje mente”. ( Eco, Número zero, Record, Rio de Jameiro, 2015, p. 43). O romance quer demonstrar a tese de que tudo é mentira. Mais ainda, esses dias saíram, na Europa dois livros que narram que a história da famosa guerra do Waterloo ( 1815) não conta a verdadeira causa da derrota de Napoleão. A história que ensanguentou Europa é outra.
Apesar desses argumentos sérios, o senhor Zé acredita pelo menos defende as notícias e informações dos jornais, televisões, internet. Ou seja a opinião da população é condicionada pela imprensa ou mídia, totalmente dependente do movimento e interesses do deus mercado.
Neste sentido, podemos dizer que a mente humana não muda. A mente é escrava do mercado e seus melífluos produtos. A liberdade é pura ilusão e muita tragédia.


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

RESISTÊNCIA POPULAR

A mão-de-obra vinda da população foi a primeira tecnologia empregada pelos intelectuais e empresários para a acumulação do capital que formou as cidades. A classe trabalhadora foi deslocada para as periferias.
Papa Francisco, em recente reunião com prefeitos de capitais, insistiu na tese de que o político tem que administrar as cidades humanas a partir das periferias das cidades e não a partir dos centros.
É nas periferias que se aglomeram as pessoas que formam os recursos humanos para a produção dos bens de consumo e de capital. Na visão dos acadêmicos, os habitantes das periferias formam o exército de mão-de-obra disponível para a produção e uso dos grupos corporativos dominantes das cidades e comunidades modernas.
Com o progresso da ciência e tecnologia, os donos dos bens de produção do mundo moderno se liberam, cada vez mais, da dependência dos trabalhadores desqualificados e até dos qualificados.
O trabalho, direito natural e universal das pessoas, está desaparecendo como meio de subsistência. O que hoje aumenta o capital dos grupos dominantes é a especulação monetária. O capital produz mais capital. O mercado moderno investe na formação de agentes criativos dedicados ao desenvolvimento constante da ciência e tecnologia, ficando cada vez mais livres das necessidades da mão-de-obra tradicional que, sem emprego, passa a viver nas periferias.
Os moradores das periferias são os que formam o que hoje se entende por povo, ou a população concentrada para poder ser empregada, sempre que os grupos dominantes necessitem, sobretudo para empregos descriminados.
A situação política, econômica, social e cultural atual está dirigida e fomentada para eliminar as populações operárias e trabalhadoras das periferias, já que na atualidade, não são mais necessárias para os empregos existentes.
A crise de hoje é a relação de conflito entre o público, os pobres, o privado e ricos. O bom senso mostra que essa situação somente pode agravar a violência já instalada na sociedade de classes, cada vez mais massacrante.

   


 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

BONDADE DE PAI

A sociedade imediatista e consumista, desses nossos difíceis dias, está mudando a figura do pai de  família.  Cada dia fica mais difícil ver o pai de uma só família. 
Seguindo a imagem bíblica, os pais modernos são pais pródigos. Eles vão e vem de uma família para outra. Como o filho pródigo bíblico, os pais saem da família e demoram em regressar e, quando regressam, ficam por pouco tempo, porque hoje já é normal um pai ter mais de uma família. Fato social que não é nada de novo, pelos que estudam a evolução social. 
O homem moderno reparte seu tempo com o trabalho remunerado para poder sustentar as famílias que a natureza lhe proporcionou. A natureza tem sua própria lógica. Merece respeito.
A imagem que eu tenho do pai que trabalha em casa, que cuida da família e faz carinho aos filhos e, que sai a festas com os filhos, se torna cada vez mais complicado. O pai moderno, como outrora o filho pródigo, sente falta da família e volta, mas os tempos mudaram tanto que são poucas oportunidades que aparecem para ficar longos tempos.
Um amigo de trabalho, que já tem três famílias, me contava, esses dias, que a filha mais nova da primeira família perguntou a sua mãe:

"Mãe, porque você e pai se separaram"?
A mãe lhe respondeu:
"Pergunte ao seu pai"
Na sociedade moderna os filhos podem crescer e se desenvolver sem ter conhecimento do que seja a vida íntima dos seus pais. 
O filho pródigo da imagem bíblica, quando retorna para casa, arrependido, cria um conflito entre o irmão mais velho. A figura do pai da parábola bíblica do filho pródigo revela a bondade como solução aos conflitos humanos que aparecem nas relações inter pessoais. 
Nas famílias modernas percebemos que a ausência da figura paterna, por muito tempo, pode criar e , de fato cria, conflitos entre os irmãos das famílias e entre os próprios pais. Esses conflitos íntimos familiares, sem dúvida, se refletem na empresa, nas outras famílias, nas escolas e, especialmente, na sociedade. 
A violência que hoje, como nunca, está instalada na organização social, pode ter como causa a ausência da uma figura paterna bondosa e que busca o diálogo nos momentos críticos da vida.

A cultura contemporânea, representada nos filmes, teatros, musicais, novelas e romances, mostra o papel social dos pais pródigos nessa sociedade instável.
O romance de E. L. James , Cinquenta tons de cinza e a de J. Hawking, A teoria do todo, romances mais vendidos na atualidade, revelam situações de conflitos familiares e sociais devido ao papel dos modernos pais pródigos. A figura paterna e misericordiosa do pai, não  só está ausente, senão que é ridicularizada e até atacada pela poderosa mídia, divulgadora das ideologias do sistema que embrulha as pessoas.
O Papa Francisco, na sua visita pastoral ao Paraguai, dedicou o último discurso ao papel da família, como base de uma possível sociedade cordial, solidária e humana. 
Desejo, de coração, que, o DIA DOS PAIS 2015, marque o regresso do pai bondoso e misericordioso em todas as famílias, independente de sua orientação sobre a organização familiar.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

CELEIRO NACIONAL, APESAR DA CRISE

O vice-presidente da República do Brasil, Michel Temer, em um evento para acadêmicos e empresários em Nova York estava, recentemente, apresentando o Brasil como um celeiro de oportunidades para aquele público e para continuar facilitando o oferecimento dos bens econômicos do pais ao mercado mundial. Este fato reafirma o destino que o Brasil tem apresentado desde seu descobrimento ou encobrimento.
O que chama a atenção dessa informação jornalística é, precisamente, o oferecimento dos bens do Brasil para intelectuais e empresários, agentes e sujeitos que, historicamente representaram o Brasil e a sociedade moderna no mundo imperialista e, hoje dito democrático.
Os intelectuais são os acadêmicos formados nas escolas tradicionais e conservadoras da Europa, como Florença, Sorbonne -Paris, Oxford, Londres Salamanca, Espanha e Coimbra, Portugal, além de alguns ilustres eclesiásticos e aristocratas hereditários das cortes papais e monarquias europeias, base da administração dos Estados Modernos do Ocidente e outros continentes afins.
O papel dos intelectuais- acadêmicos era legitimar os fatos políticos, econômicos, sociais e culturais, utilizando a criação de leis e costumes tradicionais que asseguravam o sustento, o fortalecimento do poder das instituições que fundamentavam a sociedade moderna em desenvolvimento. Leis, como a propriedade privada, representações diplomáticas, arrecadação de impostos, organização dos exércitos para conservação e aumento do poder. Os costumes e religião ofereciam os pacotes culturais como algo natural ao modo de vida humana em sociedade.
Os empresários, integrados por comerciantes, artesãos, ruralistas, grêmios provedores de moeda para os custos das cortes e manutenção e expansão dos exércitos e das modernas tecnologias e ciências que proporcionavam a expansão e o controle da mão-de-obra para produção de bens de consumo e de capital.
Com o desenvolvimento da ciência e tecnologia, os Estados modernos chegaram ao patamar de abundância que caracterizam as mudanças constantes e velozes da
 Sociedade de consumo global da atualidade com cujos membros o vice-presidente oferecia o celeiro nacional.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

SOU FILÓSOFO, PORQUE PENSO

Bem pequenos, ainda, ouvimos, sem entender o motivo, essa deprimente repreensão dos adultos que vivem no entorno da gente. – Cala a boca! –
Cala a boca é a admoestação que mais escutamos desde crianças, tanto na família como nas escolas e até nas rodas de amigos em momentos de festas. Parece que o universo todo compactuou em silenciar a boca das pessoas em crescimento. Claro. Esse movimento comunitário consensual condicionou os jovens e mais tarde os adultos a ficar calados ou falar palavras consentidas e apreendidas desde a infância. O fato de ficar calado manifesta que a pessoa não sabe falar, ou tem medo de falar, ou opta por não falar. O pior é que, quem não fala, não manifesta o que pensa. As palavras faladas expressam os ocultos pensamentos da inescrutável mente humana que, naturalmente, pensa. Não é possível existir alguém que não pense. Até as pessoas que são definidas como deficientes mentais também pensam, mesmo que aparentemente se percebe o contrário e, ainda sejam vistas como anormais.
Quem se atreve a dizer que é normal?
Observando os animais notamos que eles agem conforme os indivíduos que tomam conta deles. Já existe em refrão que manifesta que “o cachorro tem comportamento idêntico ao do dono”. Na minha experiência constatei esse comportamento animal.
Pensar é natural. O cérebro é nosso processador natural dos pensamentos subjetivos, porém a história humana mostra que os grupos de elites no poder condicionam o pensamento da gente, e como!!!
Lembro que, quando ingressei na universidade de Madri para cursar Ciências Políticas e Econômicas, o professor Dr. Alberti, no primeiro dia da aula pedia aos novos alunos que escrevessem um pensamento próprio y, logo ordenadamente, cada aluno leria o pensamento escrito. Levei um susto. Pois custava horrores desenhar um único pensamento meu. O pior era que todos os alunos sentiam o mesmo incômodo.
O professor, grande pedagogo, percebendo a situação de deficiência mental dos alunos comentava. - Senhores filósofos, por que demoram tanto em falar seus pensamentos. Os senhores, como pessoas, são naturalmente filósofos. Toda pessoa é filósofa, pois quem pensa filosofia e os senhores pensam, por isso, são filósofos.

sábado, 11 de julho de 2015

MORTE E VIDA EM MOVIMENTO

A Rede Globo em seus comentários teve escândalo pusilânime que significa escândalo desnecessário quando o Presidente de Bolívia, primer presidente indígena entregou ao Papa Francisco o presente de um Cristo Crucificado entre a foice e um martelo, outrora símbolo indelével da ideologia do partido político comunista que queria conquistar o mundo com a ideia de que os bens são produzidos pelos trabalhadores e campesinos e, por isso mesmo, eles são os donos de tudo o que se produz.
Quem se escandaliza desnecessariamente ante esse gesto digno do Presidente Evo Morales, seria interessante que relessem o primeiro capítulo do libro sagrado do Gêneses onde se disse bem claro que o homem dominará sobre todos os bens da terra, feita por Deus e que o homem cuidará desses bens e os Atos dos Apóstolos, 2, 44-46).
Camponeses e operários seguem morrendo por serem explorados pelos proprietários de fábricas, terras e bens, da mesma maneira que morreram milhões nas tristemente famosas minas do Potosí, Bolívia, nos séculos passados extraindo a prata pura e mandando-a para Espanha. A riqueza da Europa iniciou-se na exploração de homens e terras das Américas. Por isso o Papa Francisco pediu perdão e pede que aconteça o milagre de acabar com as diferenças que divide e forma a sociedade de classes.
Cada homem, cada pessoa que morre abandonado e perseguido é o próprio Cristo que segue morrendo

quinta-feira, 2 de julho de 2015

A FORÇA DA CIÊNCIA E FÉ

O Papa Francisco acaba de publicar e divulgar a carta- encíclica LAUDATO SI que confirma que a nossa casa comum, a mãe terra, está sendo sistematicamente destruída pelo egoísmo, ambição,, invidia, impaciência, sede de vingança e cinismo dos homens que, durante séculos criaram leis para favorecer interesses pessoais e corporativos. Francisco com seu exemplo, ciência e fé mostra o mapa da rota para salvar a nossa casa comum: fazer crítica construtiva e estabelcer e respeitar as relações existentes entre pessoas e o meio ambiente universal.
Carlos Marx, autor da obra o CAPITAL analisa a sociedade capitalista e marca o mapa da rota que durante anos dividiu o mundo em duas partes opostas: o capital e o trabalho que perdura até nossos dias.
Eu na obra EMPRESA-ESCOLA: um estudo de caso no Vale do Aço, Pôlo siderúrgico de Minas Gerais. Belo Horizonte, Fumarc, 1984, provo que as escolas formam profissionais somente para controle dos trabalhadores no serviço e na sociedade. A casa comum fica sem liberdade para criar e mudar.
Recentemente o político, religioso, cientista e poeta Ernesto Cardenal, de Nicarágua, Centro América, declara que o cristianismo não fracassou, porque nunca se praticou, assim, como o socialismo não fracassou, porque jamais se praticou, assim como nunca se praticou a liberdade nas empresas e a sociedade. Dominam as ideias, os projetos, as palavras, as imagens perfeitamente divulgadas massivamente pela poder da mídia. Faltou a prática. O capitalismo pratica e impoe a economia de mercado e a casa ruiu totalmente. Guerras, invasões, terrorismo, leis que favorecem a propriedade privada dos poderosos; inflação, pobreza, fome, desemprego, seca, desertificação, temperaturas altas, oscilando com geladas negativas e desaparecimento da biodiversidade, base da vida e equilíbrio do planeta que tambaleia no universo.
Todos os pensadores e cientistas apelam para a coragem de fazer uma crítica dessa situação caótica da atualidade. A mudança da república é possível, seguindo a Maquiavel, pela distribuição justa da fortuna e da virtude, ou seja os bens naturais e produzidos e a coragens natural das pessoas para a colaboração comum.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

DESISTIR JAMAIS

Desde o ano 1962 quando cheguei a Sete Lagoas, a Minas, ao Brasil e a América do Sul, quando se aproximam as eleições municipais entro, junto aos cidadãos comprometidos na procura dum candidato honesto para chegar ao governo do município com o objetivo de que governe para a população carente e para todos os cidadãos que configuram a sociedade setelagoana, digna de ser governada por um cidadão que represente os moradores e contribuintes do promissor e progressista sociedade que nos acolhe, sustenta e dá esperanças do bem-estar comum..
Nesses 53 nos de convivências aprendemos as grandes dificuldades para encontrar um cidadão que represente realmente a comunidade local.
Por que essa dificuldade?
Pelas sábias palavras do Papa Francisco na sua primeira carta encíclica LAUDATO SI confirmamos que essa dificuldade radica no falso princípio da lei da propriedade particular. Insiste o Papa de que apreendemos que a lei da propriedade particular é um fato social e que são os que se creem proprietários da terra, das fábricas e das moradias. O ensino sobre a lei da propriedade outorga os direitos sobre os moradores que não conseguem ser proprietários de terras, empresas, comércios e moradias. Os moradores despossuídos de bens, também apreendem a aceitar a dependência e submissão aos donos dos bens naturais e dos bens possuídos.
Os sistemas educacionais governamentais, e privados, unidos ás religiões e aos costumes das famílias e demais instituições originadas dessa situação social apresentada, durante séculos como normal, verdadeira e natural sustentam a cultura dos donos e proprietários. A cultura da escravidão, mesmo revocada pela lei Áurea de 1888, continuou nas novas formas de relações de produção e da configuração das novas relações sociais da cidade que seguem até nossos dias .
O dono das terras, firmas e casas e os funcionários das instituições municipais, estatais e federais que sustentam a vida comunitária na cidade, apoiados no poder da propriedade dispõem de leis, normas e costumes para que os moradores aceitem as condições sugeridas pelos donos das terras e da economia tradicional rural e hoje da economia industrial, aliada a economia rural. Essa realidade histórica pode mudar!

domingo, 14 de junho de 2015

SABEDORIA POPULAR

Dia 09 de junho 2015, estando lendo a imprensa internacional, associei, admirado, as palavras sábias e oportunas do craque brasileiro Daniel Alves, jogador do FC Barcelona, campeão da Champion Legue 2015, e os conselhos que recebia do idoso avô Miguel quando me observava lendo, avidamente, as notícias dos jornais da época pósguerras.
 Daniel comemorava na grama do Camp Nou- Barcelona- o triunfo internacional. Importunado, nessa felicidade da vitória, os jornalistas de muitos países e tendências insistiam sobre a possibilidade da nova contratação com o CF.Barcelona que ainda estava sem acordo e era ocasião de comentários imprudentes e curiosos demais.
A esses jornalistas -responde Daniel-  Me estão faltando ao respeito e tenho limites. Cada qual interpreta no seu jornal segundo seus interesses. Cheguei ao limite.
Meu avô, sessenta anos atrás, na sua experiência de carvoeiro no cerrado de Tucumán, Argentina, e de agricultor nos campos do Mediterrâneo, me convencia de que os jornais misturam mentiras com alguma verdade. E insistia - Jorge, não se deixe enganar pelo que escrevem. São pau mandado de grupos poderosos-

Jovens famosos da atualidade e operários idosos do passado mostram ante os comentários e notícias dos jornalistas dos grandes jornais a sabedoria de saber discernir aquilo que não se diz nas notícias ou saber ler nas entrelinhas.

domingo, 7 de junho de 2015

BOLADAS NOS CARTOLAS

Confesso que a notícia mundial de corrupção na FIFA e de rebote nas confederações mundiais não me surpreendeu, nem um pouco. Era ciente, desde muito tempo atrás. Em tempos do longo reinado do João Havelange e familiares se levantavam vozes de honestos cidadãos e de atletas nas nações do Planeta bola.
A bola como o Planeta Terra gira e corre, voa na força natural dos pés, caprichosamente acariciando a terra ou a grama dos campos  de futebol da vida da gente. A bola como o corpo humano se equilibra no espaço pela energia, vinda do infinito espaço natural.
Em tempos de estudante universitário, jogamos futebol nos bonitos estádios do imenso Campus de Madrid. Os jogos eram entre colegas e as faculdades. O jogo e as matérias de estudo uniam as classes e as faculdades, organizando até torneios relâmpagos,
Tanto nas matérias como nos jogos de futebol, de modo espontâneo, se fortaleciam grupos de amizades, sempre ao redor do melhor aluno ou do melhor craque. O bom seduze. E como!
O professor da matéria de sociologia, Doutor Alberti, gênio reconhecido por todos afirmava, convicto, que qualquer cidadão que chega ao poder, se corrompe inevitavelmente. A plateia de jovens estudantes das enormes salas de aula da universidade, questionava, veementemente, essa afirmação. O professor ficava com sua convicção e os jovens alunos com sua ignorância por falta da vivência.
Sendo coordenador da matéria moderna de estágio dos jovens aprendizes dos cursos da Puc. Minas, organizávamos com alunos e professores grupos de formação de líderes nas periferias da capital. Cada grupo era coordenado por um morador escolhido pelos colegas do grupo. Uma noite chegamos para participar dum desses grupos que se reuniam nos salões da paroquia local. Chamou a atenção dos alunos de direito um grupo de moradores reunidos com silêncio exagerado, para ser debate. Ao aproximarmos percebemos, atônitos que o coordenador do grupo falava tendo na frente dele, encima da pequena mesa, um revólver calibre 38. Ao perguntar ao coordenador o porquê de aquela arma, respondeu autoritariamente. - Comigo é assim quem não está conforme, faz na marra!
Lembrei na hora. O gênio do professor Dr. Alberti tinha razão. Quem chega ao poder se corrompe, de um modo ou outro. O simples morador da periferia experimentou o mínimo poder do comando dum grupo de pobres vizinhos, mas ele sentia seu valor pessoal e estimava que podia obrigar, a força, a que os outros aceitassem seus interesses e desejos.
O poder das pessoas nasce de valores subjetivos aceitos pelos grupos, pelas comunidades, nações e continentes.
Os poderes políticos deram um certeiro chute aos cartolas dos clubes.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

MUDAR É POSSÍVEL

Vejam. Quando cheguei a Sete Lagoas 53 anos atrás governava a cidade o prefeito Vasconcelos Costa. Descendente de uma família tradicional da cidade. Ele, nem morava na cidade, mas era político profissional e erudito. As poucas famílias, corporações e instituições dominantes o buscaram e, afiliado, oficialmente ao partido União Democrática Nacional-UDN- o elegeram prefeito. Mera coincidência com a situação do atual prefeito. Esses grupos dominantes tinham fortes laços com as instituições mais poderosas da cidade: a Cooperativa Agrícola; o Banco Agrícola; o Banco do Estado-BMG- a Associação Comercial e Industrial - Acisel - ; Central do Brasil; Rotary Club e Lyons e sobretudo a Maçonaria e igrejas, sobressaindo a católica, simbolicamente dominante pelos nomes da maioria de bairros e instituições escolares e de saúde. Hospital Nossa Senhora das Graças, propriedade da Diocese; Escola Normal Regina Pacis, formação das professoras primárias do Estado e Município e das esposas preferidas dos fazendeiros e famílias de grandes comerciantes e burocratas do Estado ou Municípios da região; Colégio Dom Silveiro, onde estudavam os filhos das famílias poderosas, preparados para poder fazer carreira profissional liberal na capital; bairro Santo António, São José, São Geraldo, Santa Luzia e mais recente, bairros Nossa Senhora das Graças, Carmo, São Pedro, Lourdes e a invocação de Santa Helena, origem de nomes de Serra, empresas e comércios. Essas instituições eram fortalecidas, protegidas e asseguradas pela Polícia Militar, a instituição que, verdadeiramente sempre interferiu nas decisões mais graves dos processos de mudanças relativas da cidade e hoje fortalecida pela presença de quartéis militares, além das instituições corporativas da jurisprudência das Procuradorias e a Ordem dos Advogados (OAB).
Novas forças se incorporam ao tecido governamental da cidade através das corporações onipotentes dos médicos, engenheiros, meios de comunicação ( chamados de o quarto poder), sindicatos dos trabalhadores do ensino ( SINDTE). Os outros sindicatos são meros instrumentos dos grupos dominantes (pelegos)
Os prefeitos e outras autoridades civis, afiliados em partidos políticos que mudam de nome conforme os interesses dos grupos hegemônicos municipais, nacionais e internacionais são eleitos no jogo democrático nas mesas dos interesses de essas forças tradicionais e conservadoras e de outras forças que, como os evangélicos, vão aparecendo conforme as relativas mudanças nas nações mais poderosas da sociedade capitalista em que estamos inseridos.
“ Não acho que o socialismo possa ser criado a partir de sociedades analfabetas e pobres. Temos que começar a ficar cansados das besteiras do capitalismo e sua sociedade, feita das eternas classes sociais. ” (José Mujica, ex-presidente do Uruguai)
É possível mudar essa situação de poder?
Sim, mas sendo indignados e organizar movimentos para juntos repensar o capitalismo e apresentar novas propostas de governo da cidade. Os jovens e as pessoas que vivem nas periferias da cidade interferiram e podem interferir muito mais para mudanças realistas.


sábado, 9 de maio de 2015

O SORRISO DA MÃE

Eu sorrio porque o dia em que nasci senti que minha mãe sorriu-me. Desde aquele longínquo dia jamais deixei de sorrir.
Aquela impressão na tabua lisa do meu cérebro irradiou todos neurônios até o presente momento e será muito difícil dissipar. Na névoa daquele primeiro sorriso senti que estava bem. Muito bem. Soube que meu primeiro encontro com o outro diferente de mim era minha mãe que, além de sorrir, me acalentava com suave pele e o quente alento. Os bicos das mamas da mãe colados nos meus lábios sustentavam a tenra vida pela seiva natural do leito materno. Minha mãe foi, agora eu sei, minha primeira transa com o outro e, por primeira vez experimentei o que era a plena satisfação
  Sorri, esquentei, palpei, chupei o alimento vegetal que verte do outro como a água da nascente da floresta que desliza, rega, rola, vitaliza. Descobri a ligação vital dos instintos naturais com a mãe gente e com a mãe ecológica. A relação prazerosa se torna atividade sensual, comunicativa, nutritiva, aberta aos seres vivos. Assim, inconsciente, ainda, vivi a religião. Religião que evoca a união simbiótica com o cosmos na sua evolução criativa permanente.
Oh força, oh potência da natureza, a quanto se expande, e quão extensos limites tem a satisfação dos instintos!

O clamor popular ensina que a mulher amada se parece ao rosto, corpo e alma da primeira mulher que amei quando a este mundo cheguei.  É provável. Os semelhantes se atraem na paixão do amor, feito sorriso de mãe.

sábado, 25 de abril de 2015

O AMOR SEM TEORIAS

. No centro da arrumada mesa presidiam garrafas de vinho tinto seco chileno, francês e espanhol. Quadros alusivos decoravam as cinzas paredes do grande comedor. Sentindo os encantos da deslumbrante mesa de comer me dirijo ao amigo João indagando- Escuta! Se celebra, algum aniversário? Por favor, me informe!
O amigo com cara de sorrateiro responde a boca jarro: - Jorge, você sabe que sentar-se numa mesa, pôr pés e pernas sob a mesma, é sinônimo de convite para ir a cama com a mulher convidada. Não é por isso que você veio sem sua mulher, safado?
A risada foi tão sonora que o pessoal que estava na sala de espera olhou imediatamente para nós, ficando boca semiaberta que aos poucos, também virou gargalhadas por osmose. Mas o motivo ficou latente.
Muitas das pessoas convidadas pela família do João já eram amizades de tempos passados, cujos contatos seguiam somente pela vida social tradicional. Depois de abraçar as amizades conhecidas, o gentil João me presentava os convidados que me eram desconhecidos, entre eles homens e mulheres. O entorno era promissor. Se pressentia os encantos da mesa e, quem sabe também, da cama na teoria do amigo João.

Existe o refrão que relacionada acertadamente mesa e cama quando ensina que a comida e o amor têm que ser vistosos, cheirosos e gostosos. Nada a me opor, antes pelo contrário.