segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

GENTE QUE PENSA

Dias atrás, estava esperando a lotação do bairro no ponto do Terminal Urbano do centro da cidade.  Era uma manhã de forte calor de verão. Uma senhora idosa, com todos os aspectos de mulher doméstica parou perto de mim e dos outros utilitários da lotação, cujos pontos de espera estão relativamente perto, facilitando a proximidade. Depois da longa espera costumeira, a senhora começou a falar da situação sufocante que sofriam os passageiros para poder chegar a casa ou ao término desejado por cada morador da cidade;
A paciente senhora, dirigindo-se aos demais espectantes  alzou a voz cansada, porém bem clara e convincente e sentenciou. - Quem devia estar o dia inteiro nesse sol, ou se for chuva, era o prefeito e seus secretários. Só assim entenderiam o sofrimento do povo que, ademais de pagar a lotação de empresas privadas, pagamos impostos para a livre movimentação. O pior é que também pagamos os avultosos salários e demais prebendas dos governantes.
 Os populares que ouviam a boa senhora se riam a vontade, cujos sorrisos apoiavam o discurso..
Entusiasmada pelo apoio dos moradores, a senhora apelou para os políticos, em modo geral, e reclamava da desonestidade  dos políticos no trato dos bens públicos. Aumentando a voz anunciava que esses ladrões governantes não merecem cadeia. Cadeia para eles é hotel 5 estrelas. Eu condenava os governantes a receber só um salário mínimo, como eu, assim apreenderiam a vida sofrida da população. Seriam gente como nós. Quando mais falava, mais moradores se juntavam e aprovavam os razões da corajosa cidadã. 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

AS APARÊNCIAS ENGANAM

Nos primeiros anos do século XXI o escritor catalão Gomis , se perguntava sobre a matéria prima dos jornais e escreveu: “ O interesse objetivo das notícias está em sua capacidade de revelar a inesgotável novedade da vida humana, da sociedade que não para  de mostrar-se distinta do que creiamos que era. As notícias interessam pela novidade”. ( La Vanguardia,02/12/15)
A novidade, pois se torna a base da vida humana e de essa vida que se desenvolve e movimenta em sociedade e que tem o carácter de motrar-se distinta do que aparenta.
A refrão, nascido da sabedoria popular já esnina de que “ as aparências enganam.
assassinato de 14 pessoas ocorrido em São Bernardino, na Califórnia- EEUU-  por umas poucos pessoas, demonstra mais uma vez, que a sociedade norteamericana, apesar de todos os estudos e opiniões que recebemos, não é uma sociedade democrática, porque os cidadãos não tem o direito, nem ao bem superior da vida pessoal, nem de viver numa casa de saúde a fim de gozar do bem-estar - pessoal e sentir-se integrados na comunidade que os acolheu .
Ontem, dia 02/12/15, no Brasil o presidente da /câmara dos deputados aceitou pedido de  poucos cidadãos, doutores da lei, para o impeachment da presidente do Brasil, eleita democráticamente duas vezes pela população. A sociedade brasileira parecia uma sociedade democrática, livre, contudo, por terceira vez, um presidente eleito democraticamente pode ser, de novo, substituído.
O novo, de novo, desse caso político é uma demonstração de que a sociedade brasileira não tem um regime democrático. O novo nesse caso é rever os velhos grupos conservadores que usando da lei convencional atropelam a opção popular por mudanças de base.. A novidade é que que as classes ditas superiores não suportam o governo do um partido, cujas bases, em geral, são populares.
Há mais de um mês o rompimento de duas barragens de detritos de mineiro armazenado pelas empresas Samarco e a Vale, soterraram dois distritos da cidade de Mariana, Minas Gerais,matando pessoas e milhões de  peixes do Rio Doce , hoje rio barro.
E especies nativas das serras das Gerais, além de privar a milhões de pessoas de terem água poptável e de uso caseiro ou agrícola e industrial.

Nesse caso, o novo é a afirmação do poder das empresas mineradoras que mandam e dispõem de terras e pessoas, conforme seus interesses. Um mês depois do acidente previsto nada que repere os donos foi feito. A lei convencional mais uma vez está por cima do bem-estar das pessoas.