segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

OBRAS SÃO AMORES

Dona Rita era uma jovem vizinha, grávida do primeiro filho. Problemas somatológicos e sociais colocaram a dona Rita a seguinte opção: escolher entre salvar o filho ou a morte dela.Os médicos davam essa solução salomônica. Dona Rita escolheu salvar o filho. Assisti ao seu enterro, aquí em Sete Lagoas, no cemitário da Santa Luzia. Me impressionou os fluídos coloridos que irradiava seu belo corpo. O ambiente doloroso inspirava muita paz. Durante muito tempo, ao visitar o filhinho, sentia a força da beleza da mãe dona Rita. Amor é isso, obras. O amor da mãe estava no filho!
O sr. Miguel ficou viuvo e com quatro filhos pequenos. Sua terra passava por uma das tantas crises econômicas, causa do egoismo do sistema capitalista que oprime. O sr. Miguel, deixou os filhos pequenos com os irmãos e partiu para Argentina para trabalhar como carvoeiro em Tucumã. Após 4 anos regressou com dinheiro suficiente para comprar casa na cidade natal e duas terras que pertencem a seus filhos até hoje. A família do senhor Miguel, até hoje, vive com harmonia e solidariedade que edifica todos os que os conhecem. O senhor Miguel era analfabeto. Mais um fato de que a educação e o bom caráter jamais se ensina nas escolas de sistema nenhum.Mera falacia.
O senhor Antonio, morador de Sete Lagoas, já idoso, porém com muita saúde, aparentemente, junto com sua esposa, também idosa, cuidam com carinho e respeito sagrado aos netos e netinhos que seus filhos deixam na casa dos avós para irem ao trabalho. Os avós, com paciência e alegria cuidam dos menores, dão comida, brincam, e levam os que já estão na escola, ao ônibus escolar e os recebem na volta, cuidando deles até seus país retornarem.
Na paciência, generosidade e bondade desses avós , quanta sabedoria manifestam para os vizinhos e para os mesmos familiares!
Será que alguma escola comunica más sabedoria que a que se apalpa nesses fatos?
Além desses fatos conhecidos, temos os fatos de amor escritos em romances, em histórias e lendas.
O escritor, político e médico Guimarães Rosa no romance Grande Sertão: Veredas observa nos fatos contados por Riobaldo nas suas andanças pelo sertão o que sucedeu na terra florescida de São  Josezinho da Serra, “onde estava assistido Nhorinhá, namorã, que recebia todos, ficava lá, era bonita, era a que era clara, com os olhos tão dela mesma...E os homens, porfiados,  gostavam de gozar com essa melhora de inocência. Então, se ela não tinha valia, como é que era de tantos homens?( Rosa, 1986:458)
Da sabedoria do amor paixão, descrita poeticamente por Rosa, passemos ao amor perdão dos males da gente.
No Evangelho de Lucas, 7. 47-48 Jesus disse a pecadora que chorava emocionada aos seus pés: - “Porque muito amou, lhe perdou os pecados. A quem menos se perdoa , menos ama”. Amor sem obras é egoismo. O amor é misericordioso.



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

PEDIR JUSTIÇA É LOUCURA

Os filósofos, escritores e cientistas de nosso meio cultural, como Guimarães Rosa, Darci Ribeiro, Paulo Freire, Paulo Henrique Amorim, Leonardo Boff e tantos outros descrevem que aquele que clama e tenta fazer justiça e viver o amor no nosso mundo é um louco e todos são tratados como loucos, desde Jesus de Nazaré, passando por Dom Quixote, Riobaldo e, sem dúvida, agora por esse escritor que defende justiça e amor.
Clamar por justiça e por amor é uma tendência natural do ser humano e de todos os seres criados. A tendência natural a justiça e ao amor para todos se fundamenta no princípio, também natural, da liberdade. Justiça, amor e liberdade se relacionam e complementam. Sem liberdade não pode existir justiça, nem amor, assim como sem justiça não há liberdade e muito menos amor. Amor e justiça são dons, bens naturais. Não se encontram no mercado do consumo capitalista falido, fodido. Os direitos humanos são universais. São para todos ou para ninguém.Nascemos livres e para poder viver livres se necessita justiça. O ideal ou a utopia da liberdade e da justiça deve estar relacionada aos fatos reais, objetivos e, aqui é que se topa com a grande dificuldade: unir o ideal ao real. Se precisa a sabedoria da escuta do outro e o entendimento mutuo. Aqui entra o amor. O Papa Francisco ao abrasar e iniciar o encontro com o Patriarca Cirilo da Rússia, depois de 1056 anos de brigas e injustiças, mostrou como é a sabedoria do encontro para conhecer o real dos fatos e fazer justiça sem tirar a liberdade, nem o amor que se abre ao outro pela escuta.
No desastre ecológico de Mariana até agora não existe justiça e muito menos amor. Até esse comentário nada real aconteceu em favor de Mariana, Minas, Espírito Santo e o mar Atlântico. As poderosas empresas Vale e Cia. querem convencer os governos respectivos de que o desastre foi responsabilidade de fenômenos naturais que nada tema ver com as poderosas empresas transnacionais, vendidas a preso de chuchu pelos governos de anos atrás( Nada a ver com PT). Há 12 anos que Minas e Espírito Santo não são governados pela PT. Se fosse o PT o MP e PF já teria algum culpado na cadeia. Os governos da direita, por natureza divina, são isentos de todo pecado, aqui na terra como no céu. 
Passa da hora de ouvir as vítimas do desastre que ainda sofrem na carne e na alma a avalanche do barro e detritos que só as empresas capitalistas sabem despejar sobre o povo trabalhador.
A sabedoria está em saber estar abertos também as vítimas. O filósofo e escritor Rubens Alves, ensina que somente a ostra aberta é que se torna uma pérola. Somente as pessoas abertas a escuta dos outros se tornam pérolas de paz pela justiça e amor livre. Vamos esperar sentados.




segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

UMA DISCUSSÃO SOBRE MARIANA

Quando ia entrar no taxi para regressar a casa, levando as compras feitas no Verdemar do Diamond Mal, bairro Lourdes, ontem ao meiodia, dia 12 de fevereiro, pedi ao taxista que esperasse uns minutos. Aceitou. Imediatamente fui conversar com duas moças brancas uniformizadas dos sinais do organização mundial do Greenpeace, defensores do meio ambiente. Com modos civilizados solicitei uma informação as duas moças.
- Por favor, podem me explicar por que sua organização mundial em defesa do meio ambiente até agora, que eu tenha conhecimento, não fizeram quase nenhum movimento eficiente em defesa do meio ambiente arrasado pelo previsto rompimento das represas de detritos minerais retidos pelas empresas Samarco, do grupo da poderosa Vale, hoje privatizada?
As duas moças asseguraram que sua organização tenha se manifestado.
Respondi, incrédulo.
- Muito raro. Em outros desastres ecológicos ocorridos em outras partes do planeta já vi, li, e admirei a indignação, o protesto e as ações feitas em defesa do meio ambiente. Mas sobre o desastre e as mortes em povoados de Mariana, Minas, Espírito Santo e mar Atlántico, apesar de estar investigando nos jornais, revistas, internet e demais meios informativos não pude perceber alguma ação ostemtosa em defesa desses desastres do Brasil.
Aliás não só a Greenpeace parece omisa até agora, mas também os políticos dos partidos verdes e outros movimentos em defesa da ecologia do ambiente natural pouco se tem percebido.
Até esse momento a informação de grupos que defendem a natureza por vocação não foi percebida.
O Ministerio Público dos Estados, cidades afetadas e da Federação se organizam para que os responsáveis do desastre ecológico e humano sejam instados a reparar os danos causados e a responder pelos danos imposíveis de reparar como as mortes anunciadas.

Os meios de comunicação do Brasil também pouco notificam sobre a situação ambiental e humana, devida ao desastre de Mariana.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O LAZER

A época atual se denomina de sociedade do lazer. O lazer se relaciona a atividades recreativas que satisfazem os gostos naturais, instintivos e espirituais da pessoa humana criativa, por natureza. O lazer é tempo dedicado ao gozo e ao divertimento.
A lenda da criação do mundo orienta que tudo o criado é muito bom. E bom é tudo o que dá gosto ao ser humano e a todas as criaturas.
No princípio do milênio o escritor italiano  Domenico de Masi, se popularizou na obra O Ócio Criativo proclamando que “o homem que trabalha perde tempo precioso”
A teoria de Masi, contrariando teorias capitalistas, já falidas é:
- O futuro pertence a quem souber libertar-se da idéia tradicional do trabalho como obrigação e for capaz de apostar numa mistura de atividades, onde o trabalho se confundirá com o tempo livre e o estudo. “O futuro é de quem exercitará o ócio criativo”.
O pensador distingue muito bem ócio e ociosidade.  O ócio é disposição livre de tempo para poder dedicar-se a criar produtos úteis para a pessoa e a sociedade do bem-estar. Ociosidade é ficar inativo.
O estado do bem-estar da sociedade aparece no imaginário tradicional das primitivas comunidades que iniciam a evolução da história humana na Terra. Deus Criador colocou o homem no Jardim Éden que, em palavras gregas e semitas, quer dizer o Paraíso e um Oasis para o homem o cultivar e guardar e comer de todas as frutas da terra e para seu prazer.
 O homem tinha relação íntima com a mulher, carne de sua carne e osso dos seus ossos. Ambos estavam nus e não tinham vergonha ( Gn, 2,8; 2,25). O prazer da intimidade sexual estava livre de culpa. Prá qué? O Criador viu que tudo era muito bom!
As atividades essenciais das pessoas eram: a mulher ser esposa e mãe; o homem trabalhar, dando nomes aos seres criados. Sinal de domínio criativo e prazeroso. A unidade das mensagens religiosas da Bíblia e das visões das religiões de outros povos e da mitologia mostra a evidência da relação íntima entre Deus e os humanos. O significado das palavras Aliança, Eleição, Povo de Deus mostram essa intimidade