segunda-feira, 22 de junho de 2015

DESISTIR JAMAIS

Desde o ano 1962 quando cheguei a Sete Lagoas, a Minas, ao Brasil e a América do Sul, quando se aproximam as eleições municipais entro, junto aos cidadãos comprometidos na procura dum candidato honesto para chegar ao governo do município com o objetivo de que governe para a população carente e para todos os cidadãos que configuram a sociedade setelagoana, digna de ser governada por um cidadão que represente os moradores e contribuintes do promissor e progressista sociedade que nos acolhe, sustenta e dá esperanças do bem-estar comum..
Nesses 53 nos de convivências aprendemos as grandes dificuldades para encontrar um cidadão que represente realmente a comunidade local.
Por que essa dificuldade?
Pelas sábias palavras do Papa Francisco na sua primeira carta encíclica LAUDATO SI confirmamos que essa dificuldade radica no falso princípio da lei da propriedade particular. Insiste o Papa de que apreendemos que a lei da propriedade particular é um fato social e que são os que se creem proprietários da terra, das fábricas e das moradias. O ensino sobre a lei da propriedade outorga os direitos sobre os moradores que não conseguem ser proprietários de terras, empresas, comércios e moradias. Os moradores despossuídos de bens, também apreendem a aceitar a dependência e submissão aos donos dos bens naturais e dos bens possuídos.
Os sistemas educacionais governamentais, e privados, unidos ás religiões e aos costumes das famílias e demais instituições originadas dessa situação social apresentada, durante séculos como normal, verdadeira e natural sustentam a cultura dos donos e proprietários. A cultura da escravidão, mesmo revocada pela lei Áurea de 1888, continuou nas novas formas de relações de produção e da configuração das novas relações sociais da cidade que seguem até nossos dias .
O dono das terras, firmas e casas e os funcionários das instituições municipais, estatais e federais que sustentam a vida comunitária na cidade, apoiados no poder da propriedade dispõem de leis, normas e costumes para que os moradores aceitem as condições sugeridas pelos donos das terras e da economia tradicional rural e hoje da economia industrial, aliada a economia rural. Essa realidade histórica pode mudar!

domingo, 14 de junho de 2015

SABEDORIA POPULAR

Dia 09 de junho 2015, estando lendo a imprensa internacional, associei, admirado, as palavras sábias e oportunas do craque brasileiro Daniel Alves, jogador do FC Barcelona, campeão da Champion Legue 2015, e os conselhos que recebia do idoso avô Miguel quando me observava lendo, avidamente, as notícias dos jornais da época pósguerras.
 Daniel comemorava na grama do Camp Nou- Barcelona- o triunfo internacional. Importunado, nessa felicidade da vitória, os jornalistas de muitos países e tendências insistiam sobre a possibilidade da nova contratação com o CF.Barcelona que ainda estava sem acordo e era ocasião de comentários imprudentes e curiosos demais.
A esses jornalistas -responde Daniel-  Me estão faltando ao respeito e tenho limites. Cada qual interpreta no seu jornal segundo seus interesses. Cheguei ao limite.
Meu avô, sessenta anos atrás, na sua experiência de carvoeiro no cerrado de Tucumán, Argentina, e de agricultor nos campos do Mediterrâneo, me convencia de que os jornais misturam mentiras com alguma verdade. E insistia - Jorge, não se deixe enganar pelo que escrevem. São pau mandado de grupos poderosos-

Jovens famosos da atualidade e operários idosos do passado mostram ante os comentários e notícias dos jornalistas dos grandes jornais a sabedoria de saber discernir aquilo que não se diz nas notícias ou saber ler nas entrelinhas.

domingo, 7 de junho de 2015

BOLADAS NOS CARTOLAS

Confesso que a notícia mundial de corrupção na FIFA e de rebote nas confederações mundiais não me surpreendeu, nem um pouco. Era ciente, desde muito tempo atrás. Em tempos do longo reinado do João Havelange e familiares se levantavam vozes de honestos cidadãos e de atletas nas nações do Planeta bola.
A bola como o Planeta Terra gira e corre, voa na força natural dos pés, caprichosamente acariciando a terra ou a grama dos campos  de futebol da vida da gente. A bola como o corpo humano se equilibra no espaço pela energia, vinda do infinito espaço natural.
Em tempos de estudante universitário, jogamos futebol nos bonitos estádios do imenso Campus de Madrid. Os jogos eram entre colegas e as faculdades. O jogo e as matérias de estudo uniam as classes e as faculdades, organizando até torneios relâmpagos,
Tanto nas matérias como nos jogos de futebol, de modo espontâneo, se fortaleciam grupos de amizades, sempre ao redor do melhor aluno ou do melhor craque. O bom seduze. E como!
O professor da matéria de sociologia, Doutor Alberti, gênio reconhecido por todos afirmava, convicto, que qualquer cidadão que chega ao poder, se corrompe inevitavelmente. A plateia de jovens estudantes das enormes salas de aula da universidade, questionava, veementemente, essa afirmação. O professor ficava com sua convicção e os jovens alunos com sua ignorância por falta da vivência.
Sendo coordenador da matéria moderna de estágio dos jovens aprendizes dos cursos da Puc. Minas, organizávamos com alunos e professores grupos de formação de líderes nas periferias da capital. Cada grupo era coordenado por um morador escolhido pelos colegas do grupo. Uma noite chegamos para participar dum desses grupos que se reuniam nos salões da paroquia local. Chamou a atenção dos alunos de direito um grupo de moradores reunidos com silêncio exagerado, para ser debate. Ao aproximarmos percebemos, atônitos que o coordenador do grupo falava tendo na frente dele, encima da pequena mesa, um revólver calibre 38. Ao perguntar ao coordenador o porquê de aquela arma, respondeu autoritariamente. - Comigo é assim quem não está conforme, faz na marra!
Lembrei na hora. O gênio do professor Dr. Alberti tinha razão. Quem chega ao poder se corrompe, de um modo ou outro. O simples morador da periferia experimentou o mínimo poder do comando dum grupo de pobres vizinhos, mas ele sentia seu valor pessoal e estimava que podia obrigar, a força, a que os outros aceitassem seus interesses e desejos.
O poder das pessoas nasce de valores subjetivos aceitos pelos grupos, pelas comunidades, nações e continentes.
Os poderes políticos deram um certeiro chute aos cartolas dos clubes.