Confesso
que a notícia mundial de corrupção na FIFA e
de rebote nas confederações mundiais não me surpreendeu, nem um pouco. Era ciente,
desde muito tempo atrás. Em tempos do longo reinado do João Havelange e
familiares se levantavam vozes de honestos cidadãos e de atletas nas nações do
Planeta bola.
A bola como o Planeta
Terra gira e corre, voa na força natural dos pés, caprichosamente acariciando a
terra ou a grama dos campos de futebol da vida da gente. A bola como o corpo humano se
equilibra no espaço pela energia, vinda do infinito espaço natural.
Em tempos de estudante
universitário, jogamos futebol
nos bonitos estádios do imenso Campus de Madrid. Os jogos eram entre colegas e as
faculdades. O jogo e as matérias de estudo uniam as classes e as faculdades,
organizando até torneios relâmpagos,
Tanto nas matérias
como nos jogos de futebol, de modo espontâneo, se fortaleciam grupos de
amizades, sempre ao redor do melhor aluno ou
do melhor craque. O bom seduze. E como!
O professor da
matéria de sociologia, Doutor
Alberti, gênio reconhecido por todos afirmava, convicto, que qualquer cidadão que
chega ao poder, se corrompe inevitavelmente. A plateia de jovens estudantes
das enormes salas de aula da universidade, questionava, veementemente, essa
afirmação. O professor ficava com sua convicção e os jovens alunos com sua
ignorância por falta da vivência.
Sendo coordenador
da matéria moderna de estágio dos jovens aprendizes dos cursos da Puc. Minas,
organizávamos com alunos e professores grupos de formação de líderes nas
periferias da capital. Cada grupo era coordenado por um morador escolhido pelos
colegas do grupo. Uma noite chegamos para participar dum desses grupos que se
reuniam nos salões da paroquia local. Chamou a atenção dos alunos de direito um
grupo de moradores reunidos com silêncio exagerado, para ser debate. Ao
aproximarmos percebemos, atônitos que o coordenador do grupo falava tendo na
frente dele, encima da pequena mesa, um revólver calibre 38. Ao perguntar ao
coordenador o porquê de aquela arma,
respondeu autoritariamente. - Comigo é assim quem não está conforme,
faz na marra!
Lembrei na hora. O
gênio do professor Dr. Alberti tinha razão. Quem chega ao poder se corrompe,
de um modo ou outro. O simples morador da periferia experimentou o mínimo poder
do comando dum grupo de pobres vizinhos, mas ele sentia
seu valor pessoal e estimava que podia obrigar, a força, a que os outros
aceitassem seus interesses e desejos.
O poder das
pessoas nasce de valores subjetivos aceitos pelos grupos, pelas comunidades,
nações e continentes.
Os poderes políticos deram um certeiro chute aos cartolas dos clubes.
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