domingo, 7 de junho de 2015

BOLADAS NOS CARTOLAS

Confesso que a notícia mundial de corrupção na FIFA e de rebote nas confederações mundiais não me surpreendeu, nem um pouco. Era ciente, desde muito tempo atrás. Em tempos do longo reinado do João Havelange e familiares se levantavam vozes de honestos cidadãos e de atletas nas nações do Planeta bola.
A bola como o Planeta Terra gira e corre, voa na força natural dos pés, caprichosamente acariciando a terra ou a grama dos campos  de futebol da vida da gente. A bola como o corpo humano se equilibra no espaço pela energia, vinda do infinito espaço natural.
Em tempos de estudante universitário, jogamos futebol nos bonitos estádios do imenso Campus de Madrid. Os jogos eram entre colegas e as faculdades. O jogo e as matérias de estudo uniam as classes e as faculdades, organizando até torneios relâmpagos,
Tanto nas matérias como nos jogos de futebol, de modo espontâneo, se fortaleciam grupos de amizades, sempre ao redor do melhor aluno ou do melhor craque. O bom seduze. E como!
O professor da matéria de sociologia, Doutor Alberti, gênio reconhecido por todos afirmava, convicto, que qualquer cidadão que chega ao poder, se corrompe inevitavelmente. A plateia de jovens estudantes das enormes salas de aula da universidade, questionava, veementemente, essa afirmação. O professor ficava com sua convicção e os jovens alunos com sua ignorância por falta da vivência.
Sendo coordenador da matéria moderna de estágio dos jovens aprendizes dos cursos da Puc. Minas, organizávamos com alunos e professores grupos de formação de líderes nas periferias da capital. Cada grupo era coordenado por um morador escolhido pelos colegas do grupo. Uma noite chegamos para participar dum desses grupos que se reuniam nos salões da paroquia local. Chamou a atenção dos alunos de direito um grupo de moradores reunidos com silêncio exagerado, para ser debate. Ao aproximarmos percebemos, atônitos que o coordenador do grupo falava tendo na frente dele, encima da pequena mesa, um revólver calibre 38. Ao perguntar ao coordenador o porquê de aquela arma, respondeu autoritariamente. - Comigo é assim quem não está conforme, faz na marra!
Lembrei na hora. O gênio do professor Dr. Alberti tinha razão. Quem chega ao poder se corrompe, de um modo ou outro. O simples morador da periferia experimentou o mínimo poder do comando dum grupo de pobres vizinhos, mas ele sentia seu valor pessoal e estimava que podia obrigar, a força, a que os outros aceitassem seus interesses e desejos.
O poder das pessoas nasce de valores subjetivos aceitos pelos grupos, pelas comunidades, nações e continentes.
Os poderes políticos deram um certeiro chute aos cartolas dos clubes.

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