sábado, 29 de novembro de 2014

AGITAÇÃO POPULAR

Nesses dias, antes, durante e depois das eleições 2014 observou-se que essa mesma classe A não permitia que os governos continuassem nas mãos da populaçã trabalhadora.
 Em Europa, recentemente presenciei e participei das eleições gerais do dia 25 de maio de 2014 para o Parlamento Europeu, cujo resultado foi uma surpresa histórica para a política da Europa. Os cidadãos conscientes e, já descrentes da ação rotineira e ineficaz dos políticos dos governos da direita que atualmente dominam Europa e dos governos de esquerda que governam algumas nações, votaram num partido alternativo chamado Podemos. Este novo partido nasceu das manifestações populares de dois anos atrás. Jovens de 18 a 40 anos e idosos conscientes de que não é suficiente manifestar-se nas ruas, praças e internet ativando os meios disponíveis e contando com a potência da moral existente na gente da rua, se organizaram e, hoje, já formam uma força partidária na nação espanhola e no Parlamento Europeu, provocando até grandes resistências, mas também respostas dos partidos políticos tradicionais de direita e da esquerda que, em geral, pressentiram a urgência de mudanças de atitudes nos governos que comandam. 

O Papa Francisco, também ante o Parlamento da EU, em Estrasburgo, corajosamente denunciou que os poderosos grupos empresariais e de investidores, apoiados pela mídia parcial, sequestraram a democracia no mundo. Os governos somente se apoiam na dita legitimidade popular, mantida por instituições legais que não mais representam a voz do povo. Suplicou para que os políticos responsáveis provoquem mudanças radicais na sociedade capitalista que não mais atende os interesses das populações excluídas do convívio humano. O Papa não só falou,senão que, no catolicismo, já provocou mudanças radicais mudando comandos poderosos, pedindo para os padres irem nas ruas e manchar-se de barro, pagando vítimas de pedofilia e até prendendo religiosos imorais e diretores do banco do Vaticano e deixando participar a população cristã nas questões básicas da religião e de sociedade. 

domingo, 23 de novembro de 2014

O SONHO DUM CRISTÃO

Nasci, cresci, vivi e amo a Igreja por ser comunidade de irmãos (Atos,2, 46-47).
 Com o Papa Francisco quero uma Igreja da rua. Jamais esqueci que Igreja quer dizer comunidade, gente comum, alegre, trabalhadora, normal que busca opções.
Quero uma Igreja onde as pessoas se conhecem, se falam, se aceitam, se relacionam e colaboram desinteressadamente, sem buscar cargos, nem fazer carreira.
Quero uma Igreja comprometida com os pobres, doentes, trabalhadores, mulheres e crianças. Uma igreja que seja a casa comum. A casa de família. Uma Igreja, como disse o Papa Francisco que não teme entrar no barro da terra e se manchar ( João, 13,16).
Quero uma Igreja responsável de seus atos, que fala e faz. Uma Igreja na frente dos movimentos populares. Uma Igreja que fiel a tradição, faz o presente livre e o futuro aberto, agradável e universal.
Quero uma Igreja que incentiva mais a vida que a morte; mais a luz que a cruz. Mais o prazer que as dores, mais os risos e cantos que os ranger de dentes. Quero uma Igreja das bodas de Canaã, da casa de Betânia ( Marcos, 14, 3-9).  Rodeada de pecadores e Marias Magdalenas e Semaritanas, Cireneus e Joses de Nicomedes e menos militares.
Quero uma Igreja, cuja casa de Deus seja silenciosa, pobre, respeitada, onde as pessoas possam refletir e rezar e expor para os fiéis suas necessidade, desejos, obras e projetos. Uma casa mais pequena que grande e mais comunidades locais, como nos primeiros séculos do cristianismo, antes de imperador Constantino romanizar e legalizar uma igreja institucional.
Quero uma Igreja sem chefes, nem mandões, nem autoridades, nem juízes: “quem é o major seja o servidor”, (João, 13, 16).

Quero uma Igreja que ajuda a encontrar ao Deus ausente, mais presente nos irmãos e demais seres vivos que nas imagens acrílicas.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

SOU EU MESMO QUANDO PENSO


Dois colegas de Facebook se indignaram por causa de informações e piadas dirigidas a pessoas que representam instituições, símbolos do equilíbrio social. Ora são governantes, ora religiosos, professores, desportistas, artistas, pais de família, trabalhadores, etc.  
Informações infundadas são liberdade de expressão?
 A liberdade de expressão é um direito humano fundamental da manifestação do pensamento por meio de palavras ou gestos.  Comunicar o pensamento que temos na mente e mostrar as obras que realizamos para os amigos e outras pessoas significa uma relação humana dignificante.
- Por que será que existem indivíduos que se resistem a comunicação humana entre pessoas e entre os seres vivos e vegetais?
-Na escola não apreendemos que todos somos parentes até dos animais e plantas?
-Comunicar-se é a base de experimentar a relação gozosa e fraternal entre os seres da natureza e até do universo.
 A ciência atual, segundo o biólogo, professor de Oxfort Richard Dawkins, na magnífica obra A Magia da Realidade, confirma que todos os humanos e seres existentes somos parentes e saber essa verdade somente pode engrandecer e proporcionar bem estar a todos.
 O direito do pensamento de expressão é um direito para todos, assim como a vida é direito de todo ser vivente e temos que respeitá-lo. Ao comunicar nossos pensamentos e nossas obras somos também obrigados a comunicar notícias e obras reais e verdadeiras. O direito de expressão jamais pode dar direito de falar sobre assuntos inverídicos, improváveis. A notícia tem que ser verdadeira e provada. Jamais boato ou manipulação danosa contra qualquer pessoa.
- Será que qualquer um de nós, usando do direito da livre expressão, pode ir a um meio de comunicação local, nacional e internacional e informar difamações, ou gozações sobre outras pessoas?
Claro que não! Ninguém tem direito a difamar, nem gozar dos outros. Existem outros meios justos de esclarecer desentendimentos e diferenças de pensamentos e ações.
O jornalismo ético respeita os quatro pilares que dignificam sua informação: o diálogo; a negociação; o pacto e a inteligência. Esses pilares do moderno jornalismo devem ser comunicados e apreendidos nas muitas escolas de comunicação existentes no país.
Infelizmente, jornalistas existem que se deixam seduzir pelos apelos imorais dos meios de informação que hoje formam o quarto poder no mundo e que são responsáveis de muitos conflitos. Não existe poder nenhum que justifique o desrespeito da pessoa humana.

A liberdade é o melhor dom que os céus deram aos homens. Pela liberdade e pela honra se pode e deve dar a vida. A magia da realidade que se cria está baseada no prazer dos sentimentos de união e de amor, fundamentos da paz duradoura e viável.  

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

ACREDITO NO BEM


Dia 6 de novembro de 2014 Jorge Zepeda Patterson, jornalista mexicano recebeu, na Espanha, o 63º Prêmio Planeta de Novelas pelo romance Milena ou o fémur mais belo do mundo, em que apresenta os problemas da corrução política, o proxenetismo e o desmoronamento de valores exacerbado pela globalização. Realidade que se mostra e que se sente a cada instante. Não é ficção não!
O caso da corrução, do lenocínio e da perda das virtudes é fruto amargo de uma árvore má, segundo o refrão. Essa árvore, plantada no jardim da sociedade moderna é o capital, respaldado pelas muitas máfias espalhadas pelas comunidades em que estamos condicionados. Afirmo convicto por fatos históricos: Líbia, Iraque, Síria,  Catalunha,etc.
Já na década dos sessenta, o Prêmio Nobel de Literatura de 1963, Albert Camus, na novela A Peste mostra que “todos somos responsáveis pela morte dos cidadãos”. E outro Prêmio Nobel de 1998, o português José Saramago, na obra Ensaio sobre a lucidez, critica a fátua democracia ocidental. Para os que temos fé e somos seguidores do Cristo aceitamos a sábia diretriz: “Quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra nesta mulher. Quando os fariseus e doutores de Lei ouviram isto, todos foram embora, um por um, começando pelos mais velhos”. ( Jn. 8, 7-8)
No século XIII o filósofo aristotélico Thomaz de Aquino afirmava que a pessoa humana só age buscando o bem. Quando age mal é porque a ação escolhida esteve errada.
Se pode afirmar que a corrução iniciou, segundo a lenda bíblica, quando Cain matou seu irmão Abel por inveja. O Aurélio define inveja como o desejo violento de possuir o bem alheio.
A apropriação dos bens alheios, segundo os pensadores universais, fundamenta e justifica o sistema econômico capitalista que domina as populações e instituições modernas. Para conseguir aumentar o capital, alicerce do poder, são válidos todos os médios, conforme o propalado refrão: “os médios justificam os fins”. Sem dúvida, princípio condenado, também popularmente por ser imoral e aético, mesmo que seja praticado por personalidades políticas, eleitas democraticamente, como anos atrás os presidentes Bush dos EEUU, Blair de Inglaterra e Aznar da Espanha, que desrespeitaram a lei internacional da ONU e do consenso universal, para que não invadissem o Iraque sob qualquer pretexto. Desta vez, povo e lei concordaram.
Esta invasão opressora e outros muitos conflitos nacionais e internacionais levaram os jovens do mundo a despreciar políticos e a duvidar do regime democrático por estar sendo usado para fortalecer o poder dos já poderosos, mediante os votos da população massificada ou enganada, que cada dia fica mais pobre e faminta como nunca aconteceu antes na história, segundo constantes manifestos dos órgãos da ONU, FAO - UNICEF.
A prática imoral dos grupos dominantes para alcançarem mais poder ficou bem patente, infelizmente, na campanha das eleições 2014 e pelas recentes imagens e palavras de militantes do Congresso Nacional. A inveja ou desejo violento dos bens alheios continua entre os políticos que não digerem um governo popular governar mais quatro anos. O problema não é o PT, nem a corrução. É os pobres ficarem por cima da burguesia. Que é isso!
Os cidadãos brasileiros e os do mundo inteiro, descrentes dos políticos e dos partidos tradicionais, estão se engajando em partidos alternativos em que os cidadãos não delegam somente seu poder, mas participam diretamente nas decisões que visam os interesses da população, mediante assembleias, conselhos regionais e outros meios que facilitam, realmente a participação dos cidadãos, como aconteceu recentemente em Catalunha- Espanha.
Observamos, com esperança o novo partido Podemos da Espanha, o embrião do novo partido socialista que se está organizando na França, na Suécia e que começaram a ter atuações que alcançam bens almejados pelos membros dos Estados. O mesmo acontece com os partidos da direita e ultradireita conservadora que se reforça, como o partido republicano nos EEUU.
Se sabe que mudar a sociedade é tarefa devagar, mas mudar a mentalidade dos homens e das mulheres é ainda mais devagar, quando possível.
Na poesia da militante Loreta Valadares se manifesta a esperança popular de mudança:
A ESPERANÇA renascida
Do alto da montanha
Vejo mil luzes vermelhas
Tremulando no espaço.
São tochas levantadas
Acima das cabeças anônimas
De mil homens não identificados.
Eu não sou eu
Sou a cidade que construo. ( Semeadores de sonhos, Pórtico,     Salvador, 2004)


terça-feira, 4 de novembro de 2014

O MURO CONTINUA DURO

Caiu o muro de Berlin, sim! Minha mulher e eu estávamos na Europa. Percebemos manifestações pouco entusiastas; coisa rara! Os mais otimistas seriam os eternos anti.. O sistema capitalista soube substituir o comunismo pelo terrorismo dos islamitas, porém jamais o terrorismo de Estado que fundamenta o sistema. Os assassinatos de Iraque, Somália, Palestina, etc. nada tem a ver com terrorismo . É defensa do sistema . 
Que sistema é esse que, depois da desaparição do  muro de Berlin, há 25 anos, as sociedades nunca sentiram tanto temor ante os problemas econômicos e sociais da atualidade? Em América Latina todavia são os socialistas ou comunistas infiltrados nos partidos de massas populares que se atrevem a realizar mudanças que só a população deseja e pede. Toda pessoa que anela justiça é marxista. Se esse sistema econômico continua de esse modo, o povo que nunca foi comunista, pedirá o comunismo ou o terrorismo popular que, já temos nas sociedades pobres e até  nas ricas . O muro de Berlin, graças a Deus e ao juízo de Gorbachoff caiu, porém o sistema econômico fundamentado no dólar  ou o mercado se fortalece, criando um muro donde batem as cabeças pobres e ricost