Dia 6 de novembro de 2014 Jorge Zepeda Patterson, jornalista
mexicano recebeu, na Espanha, o 63º Prêmio Planeta de Novelas pelo romance Milena
ou o fémur mais belo do mundo, em que apresenta os problemas da corrução
política, o proxenetismo e o desmoronamento de valores exacerbado pela
globalização. Realidade que se mostra e que se sente a cada instante. Não é
ficção não!
O caso da corrução, do lenocínio
e da perda das virtudes é fruto amargo de uma árvore má, segundo o refrão. Essa
árvore, plantada no jardim da sociedade moderna é o capital, respaldado pelas
muitas máfias espalhadas pelas comunidades em que estamos condicionados. Afirmo
convicto por fatos históricos: Líbia, Iraque, Síria, Catalunha,etc.
Já na década dos
sessenta, o Prêmio Nobel de Literatura de 1963, Albert Camus, na novela A Peste mostra que “todos somos responsáveis pela morte dos cidadãos”. E outro Prêmio
Nobel de 1998, o português José Saramago, na obra Ensaio sobre a lucidez, critica a fátua democracia ocidental. Para
os que temos fé e somos seguidores do Cristo aceitamos a sábia diretriz: “Quem estiver sem pecado, que atire a
primeira pedra nesta mulher. Quando os fariseus e doutores de Lei ouviram isto,
todos foram embora, um por um, começando pelos mais velhos”. ( Jn. 8, 7-8)
No século XIII o filósofo
aristotélico Thomaz de Aquino afirmava que a pessoa humana só age buscando o
bem. Quando age mal é porque a ação escolhida esteve errada.
Se pode afirmar que a
corrução iniciou, segundo a lenda bíblica, quando Cain matou seu irmão Abel por
inveja. O Aurélio define inveja como o desejo violento de possuir o bem alheio.
A apropriação dos bens
alheios, segundo os pensadores universais, fundamenta e justifica o sistema
econômico capitalista que domina as populações e instituições modernas. Para
conseguir aumentar o capital, alicerce do poder, são válidos todos os médios,
conforme o propalado refrão: “os médios
justificam os fins”. Sem dúvida, princípio condenado, também popularmente
por ser imoral e aético, mesmo que seja praticado por personalidades políticas,
eleitas democraticamente, como anos atrás os presidentes Bush dos EEUU, Blair
de Inglaterra e Aznar da Espanha, que desrespeitaram a lei internacional da ONU
e do consenso universal, para que não invadissem o Iraque sob qualquer
pretexto. Desta vez, povo e lei concordaram.
Esta invasão opressora e
outros muitos conflitos nacionais e internacionais levaram os jovens do mundo a
despreciar políticos e a duvidar do regime democrático por estar sendo usado
para fortalecer o poder dos já poderosos, mediante os votos da população
massificada ou enganada, que cada dia fica mais pobre e faminta como nunca
aconteceu antes na história, segundo constantes manifestos dos órgãos da ONU,
FAO - UNICEF.
A prática imoral dos
grupos dominantes para alcançarem mais poder ficou bem patente, infelizmente,
na campanha das eleições 2014 e pelas recentes imagens e palavras de militantes
do Congresso Nacional. A inveja ou desejo violento dos bens alheios continua
entre os políticos que não digerem um governo popular governar mais quatro
anos. O problema não é o PT, nem a corrução. É os pobres ficarem por cima da
burguesia. Que é isso!
Os cidadãos brasileiros e
os do mundo inteiro, descrentes dos políticos e dos partidos tradicionais,
estão se engajando em partidos alternativos em que os cidadãos não delegam
somente seu poder, mas participam diretamente nas decisões que visam os
interesses da população, mediante assembleias, conselhos regionais e outros
meios que facilitam, realmente a participação dos cidadãos, como aconteceu
recentemente em Catalunha- Espanha.
Observamos, com esperança
o novo partido Podemos da Espanha, o
embrião do novo partido socialista que se está organizando na França, na Suécia
e que começaram a ter atuações que alcançam bens almejados pelos membros dos
Estados. O mesmo acontece com os partidos da direita e ultradireita
conservadora que se reforça, como o partido republicano nos EEUU.
Se sabe que mudar a
sociedade é tarefa devagar, mas mudar a mentalidade dos homens e das mulheres é
ainda mais devagar, quando possível.
Na poesia da militante
Loreta Valadares se manifesta a esperança popular de mudança:
“A ESPERANÇA renascida
Do alto da montanha
Vejo mil luzes vermelhas
Tremulando no espaço.
São tochas levantadas
Acima das cabeças anônimas
De mil homens não identificados.
Eu não sou eu
Sou a cidade que construo. ( Semeadores de
sonhos, Pórtico, Salvador, 2004)
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