segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

LIBERDADE É O OUTRO

O gene da agressividade jamais foi um fenômeno da natureza, apesar de todos os estudos de ingleses, americanos e europeus da ideologia capitalista em afirmar e publicar pesquisas em que querem provar que a agressividade é natural e próprio do ser vivente. Morta e vida é cultural. 
No século XII e seguintes a cristandade organizou as Cruzadas para conquistar Jerusalém aos árabes Os estandartes dos exércitos cristãos ondeavam figuras e nomes de santos. O mais famoso era o do Apostolo São Tiago, apelidado de Tiago mata-mouros e em nome de "Por Deus e São Tiago" as tropas avançavam sobre os mouros.
 O lamentável fato de Paris tem precedentes culturais e econômicos, evidentes. Com tudo nada jamais justificou a morte de ninguém. Nem o prestigio perdido de políticos de carreira.
Solidário com o movimento universal de sentimentos e apoios aos jornalistas, familiares e cidadãos franceses e ao direito humano universal da liberdade de expressão, sinto, também a liberdade de expressar meus pensamentos sobre este lamentável acontecimento e que a imprensa internacional, aliada e parceira do sistema sócio-econômico-cultural divulga copiosa e ostensivamente, incentivando os instintos sado-masoquistas da população

Me abruma ver e ler comentários sobre este fato e,ao mesmo tempo, saber que no Brasil a cada 2 minutos morrem duas pessoas somente no trânsito A cada minuto milhares de crianças morrem de fome. Só na Siria mais de 300.000 mil pessoas morreram numa guerra civil que todos condenam, mas que os poderosos nada realizam para paralisar. O mesmo acontece entre Rússia , Ucranía. sem esquecer outro confronto de bases históricas,mal resolvidas, entre judeus e árabes. O mesmo se pode, infelizmente, dizer de países da África, Ásia, México e até Brasil nas conhecidas guerras do chamado tráfico de drogas.Estes fatos pontuais não conseguem despertar um movimento de indignação capaz de provocar mudanças.
Por que será que esses quotidianos assassinatos não indignam os defensores da liberdade de expressão?
Será que algumas pessoas são mais pessoas que outras?

Os seres vivos da natureza , quando estão em seu habitat, jamais se molestam. Os seres vivos humanos já compartilharam bens materiais e culturais em época remota. Por que não se tenta voltar a convivência pacífica natural?  
O valor do amor,feito cuidados e delicadezas gerou-me.Esse gene natural ainda existe e é o gene da cultura do amor que superará o gene cultural da opressão. Ninguém é livre, senão deixa o outro ser livre.  
https://plus.google.com/u/0/_/focus/photos/public/AIbEiAIAAABECO_sqf2Xs_SslwEiC3ZjYXJkX3Bob3RvKig1OGVkODVhNWE5YWZiNzZjMzUyZjFjYjRmY2Q2NGUyNmViOGUxZDA5MAEXuKvhuZziKtIwUlyZKiUp-LL9VQ?sz=32


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

LAICISMO LIBERTADOR



Desde o primeiro instante que o Papa Francisco apareceu, no dia de sua eleição, no tradicional balcão do Vaticano, para saudar e abençoar a multidão presente e os milhões de telespectadores das tevês mundiais, perceberam o primeiro grande-pequeno costume. Se apresentou somente de batina branca e solidei simples. Sem estola dourada, nem sobrepeliz bordado a ouro. A segunda surpresa foi pedir aos fieis do mundo que rezem por ele.
A partir desse dia foi rompendo tradições. Não aceitou morar no quarto do Palácio papal e continuou, até hoje,morando no hotel dos hóspedes que acudam ao Vaticano. Continuou usando os sapatos normais de sempre. Nem mudou a cor das meias que usam bispos e papas.Símbolos de poder.
Conforme observamos e somos informados pela imprensa mundial, quase todos os dias nos surpreende com gestos e com palavras de sabor evangélico, como nunca antes visto. Recentemente, na Capela Cistina, centro do Vaticano, batizou crianças de pais somente unidos pelo amor, sem os rituais tradicionais de uniões de casais.
Em seus pronunciamentos públicos constantemente convida a imitar os gestos do Jesus dos Evangelhos; de dedicar-se mais aos irmãos que aos ritos religiosos. Pede aos cardeais, bispos e sacerdotes que deixem as sacristias e vivam nas ruas, junto dos cidadãos, sobretudo, os mais pobres. Não perde oportunidade de misturar-se e abraçar e defender as pessoas abandonadas e exiladas.
Seus gestos mostram o comportamento puro do Evangelho e a rotura de rituais, próprios dos fariseus e sacerdotes, classes religiosas do tempo de Jesus. 
Assim aconteceu domingo, dia 18 de janeiro de 2015, em Filipinas, no campus da universidade Santo Tomás de Aquino de Manila e ante 30.000 jovens, quando a menina Jun informou a vida que levou de abandono, tortura, estrupos, trabalhos de escravidão nas ruas das cidades. A menina Jun perguntou ao Papa: 
 - Por que Deus permite isso?
 Francisco a abraçou e chorando disse:  
- " Menina, Você me fez a única pergunta que não sei responder"-.
O Papa levava nas mãos o discurso para fazer aos jovens. Ante esse fato real, esqueceu o discurso e, de improviso, falou: 
Precisamos chorar, chorar ante a miséria de pessoas que sofrem. Chorar por esse mundo moderno que ignora o sofrimento dos pequenos, dos pobres e idosos abandonados. Chorar por nós mesmos pela insensibilidade em que uma educação falsa nos formou.
Nesse mesmo dia ante mais de seis milhões de fieis reunidos para a missa na cidade de Manila anunciou que "a grande ameaça ao plano de Deus é a mentira". Suas palavras e exemplos colocaram em cheque- mate a todos os líderes dos governos e das comunidades, famílias e centros de educação.

A religião verdadeira, segundo o Mestre, se fundamenta no cuidado dos outros, jamais em ritos, como hoje imperam na igreja.