quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

2015 DIFERENTE?

Entendo os desejos das pessoas nessa data da virada do ano convencional. Nesse fato social se revelam as ideias arranjadas que se encarnam na mente da gente e que é difícil de mudar. O ano muda, porque o Planeta Terra inicia nova volta ao redor do rei astro do sol, fonte da vida dos planetas e dos seres vivos existentes, presentes e ocultos. A ma~e natureza também muda ao virar todo dia sobre se mesma e namorar o sol.
Agora, mudar a mente das pessoas nem o ano, nem , as vezes, a vida toda consegue a mudança.
Um jornal internacional coloca uma charge em que mostra o Planeta Terra e as mãos dos adivinhos que profetizam o que mudará no ano 2015. A charge afirma em negro que nada, nada mudará. Os donos do sistema comandam as mentes da humanidade que entra no dança dos mercado de consumo até o horror de sacrifícios vistos a toda hora, mas acostumados. 2015 nada, nada mudará socialmente.
A mídia ás ordens do mercado formará a opinião do povo, os bancos forçarão inflação, deflação e e toda ação que favorece o aumento de capital, mesmo com morte de milhões de pessoas, sobretudo pobres. Os militares apoiarão os empresários, os ruralistas e as igrejas na missão de manipular a população enlouquecida.
2015, infelizmente, nada mudará. Faço votos de que esteja equivocado.

domingo, 21 de dezembro de 2014

IMAGEM,SINAIS DO ANO 2014

Os cientistas sociais da famosa universidade inglesa de Oxford informam ao mundo dos humanos que a palavra  que determinaria o que foi o ano 2014 poderiam ser várias. Os pesquisadores escolheram a significativa palavra CULTURA.
Ao ler , nesses dias finais do ano, essa informação internacional, fiquei admirado e, depois de refletir um tempo, penso que entendi a escolha.
O recente invento do aplicativo cibernético Wahats App pela aceitação mundial do mercado estava cotada para ser a palavra que definiria o que foi mais saliente e marcante do ano 2014, porém os cientistas de Oxford, optaram pela palavra CULTURA.
Por que?
Porque a palavra cultura contém todos os inventos, acontecimentos e respostas a magia da realidade que muda devagar mais muda.
A população pode, sem dúvida, não entender esse conceito tão repetido, porque as pessoas costumam entender aquilo que lhes agrade e satisfaz e aquilo que os desabona fortemente.
O invento eletrônico do Wahats App é aceito e adquirido e gozado pelos moradores de todos as cidades do Planeta. É fenômeno. Conheço crianças de dois anos que já se passam o tempo brincando nesse aplicativos e em outros acessórios do mesmo produto.
Quando era criança o primeiro gesto que me ensinaram na família, escola e comunidades era uma oração. Hoje é pegar o celular que já fica na cama e começa o dia fitando a telinha.Nada da luz do novo dia, nem revista de quadrinhos, nem um conto. Não. É o celular adaptado. A última atividade do dia é dormir com o celular na mão, como o brinquedo ou livro anos atrás.
Esse produto aceito pelo mercado mundial e consumido pela população como a bebida resulta um exemplo fantástico do que seja a bela e significativa palavra cultura e se entende  por que foi escolhida como a palavra que defina o ano. Todo produto, fato, sucesso, fenômeno tanto material como imaterial é uma resposta aos desafios da natureza e aos desafios da sociedade em que estamos inseridos e interagindo.
A cultura que forma o tecido e o corpo e alma das sociedades na evolução da história é o sinalizador do caminho que segue a sociedade atual. A cultura ensina que o caminho da atualidade universal é o mundo da imagem.
Vejam como na Whats App o que mais aparece e seduze é a imagem. Vejam como as palavras tem poucas letras. Os membros da sociedade, parece, se não houver mudanças, se comunicarão e já se comunicam pelo celular, em imagens. O mais incrível é que as imagens também são irreais. São virtuais. Toda imagem sempre foi aparência. A sociedade caminha para a aparência. A sociedade atual foge de algo mais objetivo, mais real, diríamos. A realidade é muito complicada e incompreensível. A aparência satisfaz. É como a masturbação, mas não é relação humana entre seres humanos, nem muito menos amor. Amor é, além de satisfação, compromisso, cuidado, colaboração diálogo e aceitação prazerosa até na contradição, responsabilidade e intercomunicação humana real e mística.
A cultura hoje se dirige loucamente para uma realidade virtual que se repete, se usa, se gasta, se muda e assim vai. Quem sabe que é virtual? Poucos, mas todos entram na virtual fugindo do real e deixando de viver a magia da realidade que é um complexo envolvente e divisório, porem com destino e sentido. É como o gene que define nosso comportamento humano e o de todos os seres vivos. Todos, na realidade, somos pura genética.
Agora podemos entender porque a educação em todo o mundo deseja mudar. A educação tradicional, até os alunos desprezam e apreendem na telemática.
Se podem compreender os motivos que levaram os cientistas da universidade de Oxford a escolher a palavra CULTURA como palavra que determina a ano que está , aparentemente, acabando. O tempo segue. Em outras culturas o ano ainda não acaba. 


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

MÁRTIR RAIMUNDO G. FIQUEIREDO

Amado aluno Raimundo,

Hoje a sua amiga de luta, para libertar o Brasil do capitalismo, é pelo voto e esperança da população pobre Presidenta do Governo do Brasil, já há 4 anos e foi reeleita.
Hoje 10 de dezembro a COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE, instituída por ela anos atrás
Entregou-lhe o relatório dos fatos ocorridas na ditadura militar-religiosa-burguesa do 64.
Não sei se entre os mais de 400 mortos e desaparecidos durante esses 20 anos, seu nome aparece.
Sua presença está na minha alma. Vejo você, jovem de 18 anos de joelhos ante o sacrário da capelinha improvisado do recém inaugurado Seminário São Pio X, ainda no colégio Dom Silveiro, naquele tempo o mais importante da cidade e região.
 Na hora do recreio você era o único que ficava rezando, meditando, estudando e ajudando os colegas. Sempre sorrindo. Sorrindo sempre.
Em 1963 passou ao Seminário do Coração Eucarístico, hoje PUC.MG. Lembro você, Dilma e Pimentel invadindo os terrenos do poderoso Luciano. Claro, chegado o golpe a Igreja Oficial o abandonou. Você, convicto, não abandonou o ideal de libertar os pobres.
 Sem apoio da poderosa igreja oficial se obrigou a refugiar-se ao PCB e entrar na guerra de guerrilhas.
Em São Paulo fugindo dos militares você se refugiou na minha paroquia Cristo Jovem, da Lapa de Baixa, São Paulo. Você vinha acompanhado, na moita, de trabalhadores pobres feridos, seus amigos, seus irmãos, seus brasileiros de verdade.
Eu tinha que esconder vocês das beatas e devotas da comunidade. Não entenderiam seu ideal, como não entenderiam o Cristo revolucionário, lutando contra o império romano, fundamento do imperialismo do mercado atual. O bispo Dom José Thurler me apoiou nesse trabalho caritativo.
Você, seguindo os planos da guerra de guerrilhas seguia pra Recife. Lá em 1971 foi assassinado pelos militares e pelas costas, sem defesa, nem luta. Sua mulher Regina, foi assassinada do mesmo jeito no Rio de Janeiro. Deixaram duas filhas de uns dois anos.
Seu exemplo de coragem e ideal segue vivo em mi e em muitos que conheceram seus ideais humanitários, herança de seus trabalhadores e amados pais.
O povo simples e muitos de outras classes sociais lembram com carinho e admiração de sua bondade e dedicação ao Brasil.
O Relatório entregue no dia 10/12/14 pode ser o início da reconciliação e da pacificação dos brasileiros, como anunciou a Presidenta. O povo quer. Espero que os poderosos e influentes também queiram. Eu quero, como sempre quis, e, por isso, optei ficar aqui até Deus querer.
Raimundo sinto você em mi, juntos com os outros colegas desaparecidos como Joaquim, Laerte e tantos outros sertanejos do Grande Sertão, VERDADE. 


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

EM MÃOS DOS MERCENÁRIOS


Eu sei, o leitor sabe, muita gente que, ainda pensa com ideias próprias, percebe que as pessoas, até de boa vontade somos passados pra trás, manipulados, dominados, embobados.
Acabo de ler uma livro  best-seller do famoso biólogo Richard Dawkins, professor de Ciências de Oxford, Inglaterra. Este cientista afirma que a gente gosta de estórias, lendas e mitos. Sem papo na língua dize, claramente, que as pessoas gostam de ser enganadas.
Hoje, com o poder da mídia na sociedade moderna, a população nunca foi tão dominada pelos contadores de estórias e até contadores de histórias como atualmente. Um importante jornal internacional, ontem, anunciava que a já famosa boneca Fronzen que, em suas várias versões, divulga e vende o circo de Disney, é uma imitação das lendas americanas do Halloween, porém levemente dissimuladas. O sucesso comercial é assombroso. Cada boneca idiota chega a vender-se até por 1,220 dólares.
A perda não só é econômica. A perda é cultural. A população engula todo todo o que a mídia publica.Nos séculos escuros da evolução da HISTÓRIA se dizia: Roma loquta, causa finita. Hoje se diz o jornal, a teve, a internet falou, acabou.
A mídia sempre invoca o direito de expressão para se defender das burradas que estende. Com esse direito, que é justo, se tira o direito de saber da população, o direito das gentes a saber.
Saber o que?
A verdade dos fatos , pois todo boato, lenda, fantasia, safadeza da mídia temos que engolir e calar, pois chegarmos a ameaçar o poder deles virá o inferno..
Expressar ideias e pensamentos , sim
Saber a verdade dos fatos , sim.
Ser tratados como idiotas jamais, gente.
A mídia e seus donos chamam democracia ao domínio dos bancos, ruralistas, empresários, religiões, etc. Quando a população sobe ao poder começa o caos político orquestrado pela mídia, sempre fiel aos chefões atávicos, porém fortes como metralha.
Na comissão de frente do desfile do caos social estão os políticos principescos que vivem nas praias, e boates, e países de turismo da onda. São expertos que dão a cara a troco de qualquer banana de ouro ou dinamite. No caos eles mantem o refrão " quando pior melhor".
Agora, cada dia custa mais a poderosa mídia de " dar o canto do vigário".

sábado, 29 de novembro de 2014

AGITAÇÃO POPULAR

Nesses dias, antes, durante e depois das eleições 2014 observou-se que essa mesma classe A não permitia que os governos continuassem nas mãos da populaçã trabalhadora.
 Em Europa, recentemente presenciei e participei das eleições gerais do dia 25 de maio de 2014 para o Parlamento Europeu, cujo resultado foi uma surpresa histórica para a política da Europa. Os cidadãos conscientes e, já descrentes da ação rotineira e ineficaz dos políticos dos governos da direita que atualmente dominam Europa e dos governos de esquerda que governam algumas nações, votaram num partido alternativo chamado Podemos. Este novo partido nasceu das manifestações populares de dois anos atrás. Jovens de 18 a 40 anos e idosos conscientes de que não é suficiente manifestar-se nas ruas, praças e internet ativando os meios disponíveis e contando com a potência da moral existente na gente da rua, se organizaram e, hoje, já formam uma força partidária na nação espanhola e no Parlamento Europeu, provocando até grandes resistências, mas também respostas dos partidos políticos tradicionais de direita e da esquerda que, em geral, pressentiram a urgência de mudanças de atitudes nos governos que comandam. 

O Papa Francisco, também ante o Parlamento da EU, em Estrasburgo, corajosamente denunciou que os poderosos grupos empresariais e de investidores, apoiados pela mídia parcial, sequestraram a democracia no mundo. Os governos somente se apoiam na dita legitimidade popular, mantida por instituições legais que não mais representam a voz do povo. Suplicou para que os políticos responsáveis provoquem mudanças radicais na sociedade capitalista que não mais atende os interesses das populações excluídas do convívio humano. O Papa não só falou,senão que, no catolicismo, já provocou mudanças radicais mudando comandos poderosos, pedindo para os padres irem nas ruas e manchar-se de barro, pagando vítimas de pedofilia e até prendendo religiosos imorais e diretores do banco do Vaticano e deixando participar a população cristã nas questões básicas da religião e de sociedade. 

domingo, 23 de novembro de 2014

O SONHO DUM CRISTÃO

Nasci, cresci, vivi e amo a Igreja por ser comunidade de irmãos (Atos,2, 46-47).
 Com o Papa Francisco quero uma Igreja da rua. Jamais esqueci que Igreja quer dizer comunidade, gente comum, alegre, trabalhadora, normal que busca opções.
Quero uma Igreja onde as pessoas se conhecem, se falam, se aceitam, se relacionam e colaboram desinteressadamente, sem buscar cargos, nem fazer carreira.
Quero uma Igreja comprometida com os pobres, doentes, trabalhadores, mulheres e crianças. Uma igreja que seja a casa comum. A casa de família. Uma Igreja, como disse o Papa Francisco que não teme entrar no barro da terra e se manchar ( João, 13,16).
Quero uma Igreja responsável de seus atos, que fala e faz. Uma Igreja na frente dos movimentos populares. Uma Igreja que fiel a tradição, faz o presente livre e o futuro aberto, agradável e universal.
Quero uma Igreja que incentiva mais a vida que a morte; mais a luz que a cruz. Mais o prazer que as dores, mais os risos e cantos que os ranger de dentes. Quero uma Igreja das bodas de Canaã, da casa de Betânia ( Marcos, 14, 3-9).  Rodeada de pecadores e Marias Magdalenas e Semaritanas, Cireneus e Joses de Nicomedes e menos militares.
Quero uma Igreja, cuja casa de Deus seja silenciosa, pobre, respeitada, onde as pessoas possam refletir e rezar e expor para os fiéis suas necessidade, desejos, obras e projetos. Uma casa mais pequena que grande e mais comunidades locais, como nos primeiros séculos do cristianismo, antes de imperador Constantino romanizar e legalizar uma igreja institucional.
Quero uma Igreja sem chefes, nem mandões, nem autoridades, nem juízes: “quem é o major seja o servidor”, (João, 13, 16).

Quero uma Igreja que ajuda a encontrar ao Deus ausente, mais presente nos irmãos e demais seres vivos que nas imagens acrílicas.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

SOU EU MESMO QUANDO PENSO


Dois colegas de Facebook se indignaram por causa de informações e piadas dirigidas a pessoas que representam instituições, símbolos do equilíbrio social. Ora são governantes, ora religiosos, professores, desportistas, artistas, pais de família, trabalhadores, etc.  
Informações infundadas são liberdade de expressão?
 A liberdade de expressão é um direito humano fundamental da manifestação do pensamento por meio de palavras ou gestos.  Comunicar o pensamento que temos na mente e mostrar as obras que realizamos para os amigos e outras pessoas significa uma relação humana dignificante.
- Por que será que existem indivíduos que se resistem a comunicação humana entre pessoas e entre os seres vivos e vegetais?
-Na escola não apreendemos que todos somos parentes até dos animais e plantas?
-Comunicar-se é a base de experimentar a relação gozosa e fraternal entre os seres da natureza e até do universo.
 A ciência atual, segundo o biólogo, professor de Oxfort Richard Dawkins, na magnífica obra A Magia da Realidade, confirma que todos os humanos e seres existentes somos parentes e saber essa verdade somente pode engrandecer e proporcionar bem estar a todos.
 O direito do pensamento de expressão é um direito para todos, assim como a vida é direito de todo ser vivente e temos que respeitá-lo. Ao comunicar nossos pensamentos e nossas obras somos também obrigados a comunicar notícias e obras reais e verdadeiras. O direito de expressão jamais pode dar direito de falar sobre assuntos inverídicos, improváveis. A notícia tem que ser verdadeira e provada. Jamais boato ou manipulação danosa contra qualquer pessoa.
- Será que qualquer um de nós, usando do direito da livre expressão, pode ir a um meio de comunicação local, nacional e internacional e informar difamações, ou gozações sobre outras pessoas?
Claro que não! Ninguém tem direito a difamar, nem gozar dos outros. Existem outros meios justos de esclarecer desentendimentos e diferenças de pensamentos e ações.
O jornalismo ético respeita os quatro pilares que dignificam sua informação: o diálogo; a negociação; o pacto e a inteligência. Esses pilares do moderno jornalismo devem ser comunicados e apreendidos nas muitas escolas de comunicação existentes no país.
Infelizmente, jornalistas existem que se deixam seduzir pelos apelos imorais dos meios de informação que hoje formam o quarto poder no mundo e que são responsáveis de muitos conflitos. Não existe poder nenhum que justifique o desrespeito da pessoa humana.

A liberdade é o melhor dom que os céus deram aos homens. Pela liberdade e pela honra se pode e deve dar a vida. A magia da realidade que se cria está baseada no prazer dos sentimentos de união e de amor, fundamentos da paz duradoura e viável.  

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

ACREDITO NO BEM


Dia 6 de novembro de 2014 Jorge Zepeda Patterson, jornalista mexicano recebeu, na Espanha, o 63º Prêmio Planeta de Novelas pelo romance Milena ou o fémur mais belo do mundo, em que apresenta os problemas da corrução política, o proxenetismo e o desmoronamento de valores exacerbado pela globalização. Realidade que se mostra e que se sente a cada instante. Não é ficção não!
O caso da corrução, do lenocínio e da perda das virtudes é fruto amargo de uma árvore má, segundo o refrão. Essa árvore, plantada no jardim da sociedade moderna é o capital, respaldado pelas muitas máfias espalhadas pelas comunidades em que estamos condicionados. Afirmo convicto por fatos históricos: Líbia, Iraque, Síria,  Catalunha,etc.
Já na década dos sessenta, o Prêmio Nobel de Literatura de 1963, Albert Camus, na novela A Peste mostra que “todos somos responsáveis pela morte dos cidadãos”. E outro Prêmio Nobel de 1998, o português José Saramago, na obra Ensaio sobre a lucidez, critica a fátua democracia ocidental. Para os que temos fé e somos seguidores do Cristo aceitamos a sábia diretriz: “Quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra nesta mulher. Quando os fariseus e doutores de Lei ouviram isto, todos foram embora, um por um, começando pelos mais velhos”. ( Jn. 8, 7-8)
No século XIII o filósofo aristotélico Thomaz de Aquino afirmava que a pessoa humana só age buscando o bem. Quando age mal é porque a ação escolhida esteve errada.
Se pode afirmar que a corrução iniciou, segundo a lenda bíblica, quando Cain matou seu irmão Abel por inveja. O Aurélio define inveja como o desejo violento de possuir o bem alheio.
A apropriação dos bens alheios, segundo os pensadores universais, fundamenta e justifica o sistema econômico capitalista que domina as populações e instituições modernas. Para conseguir aumentar o capital, alicerce do poder, são válidos todos os médios, conforme o propalado refrão: “os médios justificam os fins”. Sem dúvida, princípio condenado, também popularmente por ser imoral e aético, mesmo que seja praticado por personalidades políticas, eleitas democraticamente, como anos atrás os presidentes Bush dos EEUU, Blair de Inglaterra e Aznar da Espanha, que desrespeitaram a lei internacional da ONU e do consenso universal, para que não invadissem o Iraque sob qualquer pretexto. Desta vez, povo e lei concordaram.
Esta invasão opressora e outros muitos conflitos nacionais e internacionais levaram os jovens do mundo a despreciar políticos e a duvidar do regime democrático por estar sendo usado para fortalecer o poder dos já poderosos, mediante os votos da população massificada ou enganada, que cada dia fica mais pobre e faminta como nunca aconteceu antes na história, segundo constantes manifestos dos órgãos da ONU, FAO - UNICEF.
A prática imoral dos grupos dominantes para alcançarem mais poder ficou bem patente, infelizmente, na campanha das eleições 2014 e pelas recentes imagens e palavras de militantes do Congresso Nacional. A inveja ou desejo violento dos bens alheios continua entre os políticos que não digerem um governo popular governar mais quatro anos. O problema não é o PT, nem a corrução. É os pobres ficarem por cima da burguesia. Que é isso!
Os cidadãos brasileiros e os do mundo inteiro, descrentes dos políticos e dos partidos tradicionais, estão se engajando em partidos alternativos em que os cidadãos não delegam somente seu poder, mas participam diretamente nas decisões que visam os interesses da população, mediante assembleias, conselhos regionais e outros meios que facilitam, realmente a participação dos cidadãos, como aconteceu recentemente em Catalunha- Espanha.
Observamos, com esperança o novo partido Podemos da Espanha, o embrião do novo partido socialista que se está organizando na França, na Suécia e que começaram a ter atuações que alcançam bens almejados pelos membros dos Estados. O mesmo acontece com os partidos da direita e ultradireita conservadora que se reforça, como o partido republicano nos EEUU.
Se sabe que mudar a sociedade é tarefa devagar, mas mudar a mentalidade dos homens e das mulheres é ainda mais devagar, quando possível.
Na poesia da militante Loreta Valadares se manifesta a esperança popular de mudança:
A ESPERANÇA renascida
Do alto da montanha
Vejo mil luzes vermelhas
Tremulando no espaço.
São tochas levantadas
Acima das cabeças anônimas
De mil homens não identificados.
Eu não sou eu
Sou a cidade que construo. ( Semeadores de sonhos, Pórtico,     Salvador, 2004)


terça-feira, 4 de novembro de 2014

O MURO CONTINUA DURO

Caiu o muro de Berlin, sim! Minha mulher e eu estávamos na Europa. Percebemos manifestações pouco entusiastas; coisa rara! Os mais otimistas seriam os eternos anti.. O sistema capitalista soube substituir o comunismo pelo terrorismo dos islamitas, porém jamais o terrorismo de Estado que fundamenta o sistema. Os assassinatos de Iraque, Somália, Palestina, etc. nada tem a ver com terrorismo . É defensa do sistema . 
Que sistema é esse que, depois da desaparição do  muro de Berlin, há 25 anos, as sociedades nunca sentiram tanto temor ante os problemas econômicos e sociais da atualidade? Em América Latina todavia são os socialistas ou comunistas infiltrados nos partidos de massas populares que se atrevem a realizar mudanças que só a população deseja e pede. Toda pessoa que anela justiça é marxista. Se esse sistema econômico continua de esse modo, o povo que nunca foi comunista, pedirá o comunismo ou o terrorismo popular que, já temos nas sociedades pobres e até  nas ricas . O muro de Berlin, graças a Deus e ao juízo de Gorbachoff caiu, porém o sistema econômico fundamentado no dólar  ou o mercado se fortalece, criando um muro donde batem as cabeças pobres e ricost

sábado, 25 de outubro de 2014

Caminhando com o povo

Nessas eleições se trata de consertar uma situação desconfortante para o sistema capitalista como um todo. Agora se pode compreender o comportamento da mídia universal que está a favor do candidato da direita e contra a candidata do poder popular.
Escrevo esse artigo e ainda faltam três dias para a Eleição 2014. Em qualquer resultado o Brasil deve continuar num desenvolvimento difícil, porque no mundo inteiro a situação está caótica, tanto na política, como na economia e na questão social, cada vez mais conflitiva em todos os países. O mundo inteiro se indigna dessas situações e reclamam mudanças radicais na política, na economia, na cultura e na religião.
Os avanços tecnológicos poderão cooperar à busca de alternativas sociopolíticas para um novo tempo que o povo procura.
O domínio da tecnologia pode, sem dúvida, conduzir as pessoas à perfeição, mas se precisa subordinar a técnica a sensibilidade humana. Urge recolocar a linguagem ao seu livre potencial criador.
 Pelo diálogo aberto e sincero se poderá descobrir alternativas para o bem-estar pessoal e social em que essa sociedade de classes seja deslocada definitivamente para uma sociedade igualitária, porém no respeito ao ser singular de cada indivíduo livre e criador.


domingo, 19 de outubro de 2014

A CAÇA ÀS BRUXAS


Os dos dois princípios que sustentam a burguesia do sistema econômico, político e cultural atual, sem dúvida, podemos declarar que, a raiz do poder da sociedade contemporânea, se fundamenta no gênero feminino.Eis uma prova essa afirmação história. 
 Os debates políticos entre um candidato masculino e uma candidata feminina, conforme declaram e publicam ostensivamente todos os informativos, se resumem na caça às bruxas.
A caça às bruxas é um folclore atávico da expansão e manutenção do medo a mulher, porém, diplomaticamente, transformada em bruxa, mulher má, feia que persegue, atormenta, esconde e até mata crianças, pessoas e famílias. A cultura de ocidente fomenta essa mentalidade no folclore das festividades do dia do halloween.  Não é por acaso que esse costume se origine na cultura dos países capitalistas e que difundem pelo mundo inteiro.
No capitalismo, em geral o poder se centra na figura do homem, do machista que manda, comanda, castiga e até mata, sobretudo mulheres. Nas empresas sobressai a figura do patrão e do gerente que usa a inteligência e a força da mulher como mão-de-obra barata e como objeto fácil de prazer.
Nessas eleições, deliberadamente, a elite brasileira bate moralmente a candidata mulher, com o cinismo e hipocrisia que a caracterizam.

O poder da mulher é tanto que os caçadores de bruxas, no desprezo, as jogam no esgoto da cultura como prostitutas e vagamundas, mas, assim mesmo, o nosso imortal Guimarães Rosa, conhecendo a realidade social e o poder da mulher, em sua obra Grande Sertão: Veredas mostra as virtudes das mulheres e sua força para atrair os homens aos seus pés. “Então,Nhorinhá, se ela não tinha valia, como é que era de tantos homens?”( Rosa, 1986:458)

A prostituta Nhorinhá, nessa passagem, como em todas as outras, sempre é exposta como uma mulher que tem valor, uma mulher que marca, uma mulher que mostra qualidades que cativam e realizam os homens satisfazendo as necessidades biológicas, psíquicas, afetivas e místicas.
Historicamente a pessoa feminina completa a pessoa humana. A burguesia atual demoniza a mulher, porque dela vem o poder social, humano e gozoso da sociedade livre.



domingo, 5 de outubro de 2014

O SOL DEMOCRÁTICO

Dia 5 de outubro de 2014. Dia de Eleições gerais. No oriente o SOL avança lentamente colorindo o novo dia para todos. Dia de esperança para os que acreditam na democracia, o poder do povo, forte como o poder do SOL.
Oficialmente as urnas eletrônicas ainda não abriram. Escrevo esse blog antes do início das eleições.
Os poderes da mídia até o início do Dia pronosticavam possíveis resultados pela boca dos "acadêmicos de Sião", diria Machado de Assis. São os jornalistas mercenários dos grupos do poder que se esforçam, como Hércules, para continuar no poder, como o SOL continua dando vida para todos.
Os grupos poderosos já sabem os resultados da colheita democrática, pois as sementes que semearam, desde junho de 2013, nasceram lenta e latente, porém cada vez mais presente durante todo o ano. As profecias das catástrofes apocalípticas indicam a desaceleração econômica e social em quase todas as áreas.
O pensamento do taxista que ontem me levou a casa de BH foi honesto: a situação politica está um caos, Vou votar em DILMA, pois ladrão por ladrão fica como está.
Apesar dos grupos poderosos que controlam a opinião pública,indicando que o caos social vem dos políticos a voz popular, expressa pelo taxista, indicava a pura realidade social: os governos pouco solucionam as necessidades da população. Os grupos poderosos não permitem. eles instalaram o pânico social, desde tempos atrás, mas a população, como o sol sempre está viva.
Esse domingo de Eleições é , também o DIA DO SENHOR para os fiéis católicos. O Senhor, como o SOL está presente para iluminar e para dar vida e alegria a todos.
Sinceramente só sei que os grupos poderosos, na democracia, continuaram sobre a carniça. Porém o poder popular, como o SOL e como o SENHOR dão esperança dum novo dia.
Milagres não acontecem. Mas a inteligência e a força do povo está viva como o Sol ou o DEUS, o SENHOR.   Confio!!!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

PROMOÇÃO SOCIAL POSSÍVEL

O Prêmio Nobel de Literatura o italiano Dario Fo publicou, dias atrás um novo livro em que situa o segredo para promover a sociedade capitalista para uma sociedade mais justa e solidária entre as pessoas e entre as criaturas ditas irracionais e a matéria que se está criando constantemente.
Para conseguir a promoção social, de fato, urge mudar os fundamentos do poder que sustenta a força a sociedade que nos subjuga.
Hoje o poder está na força bruta das armas químicas, biológicas e cibernéticas dominadas pelo poder político e econômico sustentado pelo poder militar, religioso, financeiro, empresarial e informação mediática.
A promoção e o bem-estar social e pessoal se fundamenta na relação entre os seres humanos e entre os seres animais e minerais que estão em constante formação e evolução.
A força física humana e cultural, concretizada em armas modernas ou antigas e ideologias como religiões e democracia ou mercado livre e aberto sempre é um retrocesso sem retorno. Significa perpetuar o poder nos grupos que há séculos levam o povo ao matadouro.
Mudar esse comportamento poderá ser utopia, mas as utopias se tornam realidade ao contato com a vida. E a vida avança para aventuras sociais. Sim, acreditem. Basta o povo se relacionar.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O DEUS CAPITAL

Assim como a presa, a comoção são maus conselheiros. Até hoje a humanidade sofre a insanidade de uma decisão do Bush, ex-presidente do EEUU; Blair, ex- primer ministro inglês e Aznar, ex-primer ministro espanhol, que ante o fato da derrubada das Torres Gêmeas, -Trade Word Center- decidiram invadir Iraque e hoje continuam crimes hediondos e movimentos de terror ameaçando a humanidade inteira, além de ver como a violência, aos poucos vira conduta de normalidade.
As informações da mídia notificam, como algo natural, que uma família de uma região, mesmo importante, seja a que decida sobre candidatos ao movimento de aliados para a livre eleição majoritária no partido PSB. Fato palpável de que os governos no Brasil, em geral, são formados por poderosas famílias regionais, antigamente nominadas coronéis.  As famílias poderosas se aliam aos novos grupos no poder moderno como mídia, empresários, agronegócios, igrejas, militares, banqueiros e nações poderosas de ocidente e, hoje, até do extremo Oriente.
A palavra povo é sempre usada pelos políticos para sublimar o conjunto de pessoas de uma cidade, estado e nação do qual emerge o poder. A comunidade local, nacional e mundial outorga o direito sagrado do poder governar para servir o povo dos irmãos. Aqui se fundamenta a união real inequívoca entre política e religião. A separarão da religião e política tornou-se barganha de poderes convencionais. ( Perelló, Pedagogia do estágio. Imprensa Oficial, Belo Horizonte, 1998). Essa separação mudou a sociedade agrária em sociedade mercantil e capitalista. Uma civilização acaba quando se matam os deuses, assim foi com Grécia, Roma, Pérsia. O deus atual é o dinheiro, o capital. Só derrubando esse deus se mudará a sociedade que nos subjuga.
O povo já percebeu que os governos são empossados pelo poder do deus capital, por isso as famílias ricas chegam ao governo, assim como os grupos capitalistas que comandam o universo. O capital acabou com o poder do trabalho criador e agora quer acabar com os trabalhadores inocentes inúteis, pois, hoje o capital faz capital e, por isso mesmo, manda na sociedade e todos os cidadãos correm atrás como bois atrás das vacas. O trabalho criativo acabou. Daí a aparição da doença moderna: a depressão.
Esta eleição majoritária 2014 os grupos capitalistas e seus mercenários apelam a qualquer situação mesmo macabra e trágica para fazer desaparecer o poder das mãos dos donos dele: o povo que são todos os cidadãos livres para criar através do trabalho.

  


terça-feira, 2 de setembro de 2014

O CANTO DA SEREIA

Que descansada vida quem foge do ruído mundanal e do barulho industrial.
Que descansada vida quem navega nas águas do Solimões, penetrando no Amazonas prateado, sombreado de eternas verdes folhas em esbeltos troncos milenários regados.
Que descansada vida quem no silêncio da escura floresta tropical, agarrada no pau seringal chupa o branco sangue que manchará o asfalto universal e lhe dará um real.
Que descansada vida do índio que pula nas águas eternas, negras e prenhas do pantanal do norte e do sul.
Que descansada vida do cidadão que acorda no concerto matinal da passarada, que anda pela terra molhada, que colhe cogumelos, paus, frutos e secos, generosamente presenteados pela mãe floresta.
Que descansada vida  do analfabeto que lê, entende, fala e comunica os sons, músicas e vozes dos moradores da selva dos Silvas e Pereiras brasileiros, do norte, nordeste e sul.
Que descansada vida do fiel indivíduo que ouve e segue a voz do seu espírito, livre, sem dogmas de expertos habilitados aforados.
Que descansada vida quem é o mestre de sua espiritualidade. Ele é Deus, Criador, Pai.
Que vida aborrecida
quem acorda nos sons eletrônico do celular comprado a prazos.
Que vida aborrecida
quem come alimentos comprados, no suor do rosto. Castigo do capital, seguro.
Que vida aborrecida
quem veste roupas impostas a natureza e cobradas culturalmente no mercado global!
Que vida aborrecida
trabalhar pra patrão e chorar por não ter onde trabalhar.
Que vida aborrecida
quem paga para amar!
Que vida burlada
aqueles que divulgam meter a vida passível da floresta do Brasil livre à vida aborrecida do Brasil industrial, plantado, rasgado e vendido.
Que vida burlada
quem acredita mudar a política bancária por uma política libertária.
Que descansada vida
quem sabe que vale mais pássaro na mão que mil voando.
Que descansada vida tapar ouvidos aos melífluos cantos das sereias assassinas.

sábado, 23 de agosto de 2014

A OPINIÃO POPULAR NAS ELEIÇÕES

Depois do acidente aéreo, perto do aeroporto do Santos- São Paulo- em que morreu o jovem candidato do PSB a presidência da República, Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, uma colega deu a notícia para uma amiga, professora de uma escola municipal, e ela respondeu instantaneamente: - Quem é esse?
Esses fatos alertam a baixa formação política da massa, mesmo alfabetizada. Imagina os não alfabetizados e massificados pelo mercado consumidor brutal!
Esta situação, sem dúvida, se relaciona a baixa qualidade da educação dada as crianças, jovens e adultos pelos políticos de carreira. Um professor afirmava que os políticos tradicionais só falam em educação, saúde, transporte, emprego, habitação, etc. Há cinquenta anos que escuto esse discurso. Dizia o professor:- Os políticos jamais levam a sério nem educação, nem saúde, porque eles sabem que um povo qualificado e saudável jamais será enganado pelos donos do poder, nem pelas pesquisas, nem pelos mercenários, habilitados nas universidades para bajular os governantes que lhes dão respeitado emprego. Vejam como até no dia da triste tragédia do acidente que mudou a vida do Eduardo Campos, esses mercenários doutores já prognosticavam mudanças nas eleições, aproveitando o momento emotivo, a superstição popular e a tendência humana ao sadismo e curiosidade mórbida.
A democracia jamais muda somente pelos homens que correm aos cargos eletivos. Quem tem o poder na democracia são os grupos hegemônicos que aproveitam de tudo o que as circunstâncias proporcionam e favorecem.
O desprezo programado aos políticos se torna uma política minúscula para conservar o poder e para manter a massa excluída das decisões dos poderes das instituições dessa frágil democracia que nos explora e subjuga.
A política significa servir ao outro e servir ao outro e proporcionar-lhe os bens necessários para uma vida de qualidade para todos. Por isso a política tem tudo a ver com a religião, já que religião é servir ao outro.” Amar ao semelhante como a nós mesmos”, ensina o Mestre e que a democracia atual esqueceu, há tempo.
O Papa Francisco frisou e demonstra que a política é a caridade que deve praticar todo crente e todo cidadão. O materialismo difundido pelo capitalismo ignora a caridade. Prefere campanhas de doações ilustrativas do narcisismo global.
Quem quer ser verdadeiramente humano e mais cristão ou católico tem que se interessar e praticar a verdadeira política que é servir aos outros.




sexta-feira, 15 de agosto de 2014

RELATIVIDADE DAS PESQUISAS ELEITORAIS

As guerras, a fome, o desemprego, o cinismo da sociedade contemporânea prova a relatividade dos dados científicos de qualquer natureza. Já no século passado o sociólogo e filósofo alemão Norbert Elias escrevia e demonstrava que o conhecimento jamais se pode ocultar mais do que uns poucos meses.
O moderno pensador Mihail Cioran afirma que:” Objeção contra a ciência: este mundo não vale a pena ser conhecido “ .
E João Guimarães Rosa no Grande Sertão: Veredas prova que “ sou nascido diferente. Eu sou é eu mesmo. Diverjo de todo o mundo...Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa”.
Conforme a experiência e conhecimento desses mestres percebemos que o resultado das pesquisas dos candidatos a cargos políticos, patrocinados por partidos e empresas e grupos interessados carecem de honestidade, pois os interesses subjetivos deles dificultam a veracidade dos resultados. Nem foi enterrado Eduardo Campos e os abutres revoam a carniça do poder.
Estas pesquisas tem um objetivo bem claro. Influir no pensamento e na liberdade de escolha dos eleitores, pois os eleitores são população com pouca capacidade de entender o que se passa na sociedade. Isto se prova vendo que quase sempre ganham os mesmos políticos e as mesmas famílias ou seus protegidos. Os grupos mandantes das cidades buscam candidatos que tem influência sobre a massa.
Com nomes famosos e com o poder da mídia que batuca, em cores e flores, se consegue arrebanhar a massa para votar em candidatos desejados pelos interesses dos grupos de sempre.
Educar o comportamento da massa custa muito tempo. As instituições e o ambiente correm a favor dos grupos no poder. Romper esse círculo é complexo, mas os que pensam, aos poucos, podem conseguir algo bem diferente e, talvez, melhor pra todos.


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

HONESTIDADE DAS PREVISÕES ELEITORAIS

Neste ano de eleição majoritária, as grandes empresas da mídia descarregam á minudo toneladas de informações sobre a situação de cada candidato a cargos de governo e a preferência dos eleitores, elaboradas pelos famosos Institutos de Pesquisas do País.
Até que ponto os eleitores, involucrados nos seus múltiplos quefazeres diários, acreditam na fidedignidade dos resultados, apresentados pelos infalíveis meios de comunicação?
Há muitos anos tenho um amigo de estudos e de pesquisa que montou uma empresa de pesquisa para servir as eleições da capital de um Estado central do Brasil. Depois de poucos anos a empresa cresceu e teve que ampliar as instalações de serviços informacionais, tanto para políticos aos cargos de governos, como também para pesquisas de mercado, porém menos ostensivas e intensivas
A honestidade é um valor subjetivo e, por isso, difícil de medir e avaliar em quantidade numérica, mesmo que a matemática seja a ciência básica das artes da vida humana e material. A honestidade mesmo sendo um valor subjetivo é percebida como é percebido o olor da rosa, a alegria do sorriso, a beleza da alvorada e a amizade do amigo.
Jugar a honestidade das pessoas é querer colocar-se no lugar de Deus. Pois quem é capaz de conhecer a mente humana. Quem? 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

MANIA DAS PREVISÕES POLÍTICAS E RELIGIOSAS

Engraçado demais ver, ouvir e ler comentários de conhecidos políticos nacionais e estrangeiros. Somente hoje li vários que me deram a vontade de botar no meu Blog Veredas Sete Lagoas, vontade de andar por caminhos, por águas e pelo ar. Depende do gosto e do poder adquisitivo de cada indivíduo.
No jornal El Pais um ex-presidente do Brasil, ex-professor, ex- escritor e ex- pensador profetiza, desde a altura de sua idade e posição , que o PT. pode perder as eleições desse ano.
Quem bombardeia o PT se situa na oposição, no outro lado do que o PT está fazendo e projetando para a população mais pobre e necessitada do Brasil.
Parece que essa pessoa é da direita conservadora, pois Ele, pelo menos conserva varias polpudas aposentadorias, sempre a partir da intelectualidade e das funções políticas.
Por ser conservador é dum partido da DIREITA. Os partidos da direita que atualmente estão governando na Europa, América, África e Ásia e Oceania estão unidos na tarefa de retirar a sociedade do bem-estar - social: salários baixos, aposentadoria sem vista, emprego no buraco, educação fechada por eterna reforma inconclusa, saúde como a epidemia do ebola, moradia espaço pra esperar a queda, como a ponte de Belo Horizonte, feita pela direita e paga pelo povão, como sempre.
Que ganhe ou que perca as eleições o PT. não me perturba. Que ganhe um partido da direita me apavora, porque já sabemos a que vão.
Claro os políticos que vaticinam que o PSDB pode perder são políticos ou militantes da esquerda. Mas no Brasil a esquerda do PT fez algo, mesmo que pouco, para a população mais pobre. Deixar essa herança pra DIREITA é como a guerra: um retrocesso irreparável.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

O SENTIDO DO EROS


“ A depressão é uma doença narcisista. O narcisismo distância o outro da gente e leva a depressão, comporta a perda de sentido do Eros. Deixamos de olhar o outro”.
Sabemos que não existem doenças , existem doentes.
Uma moderna doença emergente da mente humana está no abandono do outro.
O outro é o semelhante, seu próximo. Você mesmo. Assim se pode entender o ensinamento do Jesus quando publica que" ama a Deus sobre tudo e ao próximo como a você mesmo". O próximo é você mesmo . Quando deixamos de estar relacionados com os outros em casa, na rua, no trabalho, etc. passamos a um estado de solidão, de não amor. E sem amor a pessoa humana não pode viver. Amor é ar que respira a alma.
O amor é sentimento de sentir-se amado e de amar. É um estado de ânimo da gente e esse estado de bem- querer nasce da relação com o semelhante.
A palavra EROS que tanto se fala e que poucos compreendem tem sentido de amor de relação com o outro. Essa relação tem várias vertentes humanas, entre elas o instinto sexual. Todo o que é instintivo é agradável, como a comida, bebida, caminhar etc. 
Relacionar-se pelo sexo, pelo instinto é agradável, mas separado da relação amorosa fica incompleta e , com o tempo, frustra. Tanto a mulher que se sente usada, como o homem que se percebe só, quando a relação não é de amor, de EROS, vem a frustração e aos poucos a dependência, a droga e a depressão doentia moderna, pois hoje pra negociar e lucrar a capital estimula o sexo e as pessoas caem no jogo comercial que , aos poucos vem a ser fatal.
A moderna relação nas redes sociais sempre que seja relação de sentir o outro e saber-se o outro é uma relação humana que realiza, mas quando é uma relação virtual sem retorno de amizade humana real, frustra e se encaminha para a decepção e , aos poucos para a depressão.
Só amamos quando entramos no outro que é encontrar o ser e o SER é Deus.

sábado, 19 de julho de 2014

A FÉ NOS POLÍTICOS

 Sim. Tenho muita fé nos políticos. Os políticos são pessoas de alma e coração e saídos de famílias honestas e responsáveis. O argumento de minha fé se fundamenta na função que exerce o político que é servir os interesses, os desejos e necessidades das famílias dos bairros, da cidade, do estado e do país. Eles desenvolvem a função de servir ao povo como uma missão dada pelo mesmo povo. Acredito nos políticos, porque não cuidam somente do seu bem- estar. Não. Nunca . Jamais. com essa fé vivo e quero morrer. Foi o que recebi de minha família.
Sei, vejo, leio e escuto, constantemente, que muita gente, tanto do Brasil, como de outras partes do mundo , não mais acredita em políticos. É um fato inverídico. Esse descrédito dos políticos é organizado pelos partidos políticos da direita conservadora que estão com medo de perder as benesses do poder que o povo de fé lhes concedeu. Essa descrença é jogo dos políticos que se perderam nas redes do poder para que não deixem de votar neles, pois já que político não presta , deixa como está. Essa é a questão do atualidade político social do pais e do mundo.
   É como o velho jogo da teoria da morte de Deus do século XIX. Matando a Deus se justifica a crueldade das guerras mundiais,; a rejeição e abandono da moral e da ética, pois sem Deus, não se sustenta a ética que é o bom, o bem, o verdadeiro e justo e a vida.
   Acredito nos políticos, junto com muita gente no mundo, porque iniciou-se no mundo inteiro e na nossa cidade um movimento da terceira vida política que é deixar os políticos da direita e da esquerda que são os que abandonaram a população e, partindo do povo se estão criando novos partidos que o próprio povo organiza e mantém, mediante representantes que acreditam que o povo, a comunidade é Deus.
A fé na política como em Deus nunca acabará, porém se modificará para melhor, porque cuidar do povo é estar com o bom Deus.

terça-feira, 10 de junho de 2014

VALORIZAR O PENSAMENTO REGIONAL

Muitas vezes falei que não acredito em coincidências, mas nas relações entre todos os seres existentes. A pessoa humana é um conjunto de genética, fisiológismo e sociologia, ou seja uma relação entra a biologia e química e o meio ambiente, constituído pelas instituições básicas e demandadas pela comunidade.
A Argentina acaba de criar a SECRETARIA NACIONAL DO PENSAMENTO, dirigida pelo filósofo Ricardo Forster com o objetivo de valorizar todavia mais o pensamento dos argentinos e sua capacidade de criar e por isso, mesmo se renovar permanentemente. Esta organização não significa, como o ve a opisição, que seja controle do pensamento, nem menos isolamento do pensamento universal. antes pelo contrário, pois Argentina tem pensadores que sempre estiveram abertos ao pensamento universal como , por exemplo, Jorge Luis Borges.
Na cidade de Sete Lagoas o fisósofo, sociólogo, pedagogo e linguístico Dr. Professor Jorge Solivellas Perelló, residente ha 52 anos no Brasil, quase sempre na cidade de Sete Lagoas, quando se aposentó das atividades acadêmicas da Universidade, criou o CENTRO DE ESTUDOS DO PENSAMENTO REGIONAL, com o mesmo objetivo de valorizar o pensamento dos cidadãos da região, como o pensador, político e poeta o João Guimarães Rosa,  pouco conhecido pelos setelagoanos e até mineiros.
Além desses gênios universais do pensamento temos cidadãos atuais com ideias próprias capazes de organizar empresas para competir e prosperar com organizações nacionais e estrangeiras que dominam o mercado contemporâneo.
Tanto a política regional, como a educação, a industria e comércio local e regional estão plenamente subordinados ao pensamento estrangeiro. A Cemper não tenta se fechar ao mercado universal, mas deseja e luta para valorizar a capacidade criativa dos cidadãos de Sete Lagoas.
Tudo o que é novo asusta aos conservadores que são o que mais abandam na cidade de Sete Lagoas, mas a iniciativa criativa jamais prejudicará a cidade , nem os cidadãos.
A Cemper criou varias atividades importantes, porém pouco valorizados pelas instituições vigentes: Criou os Encontros Regionais das Artes Rosianas, durante 8 anos. Criou cursos e palestras sobre Cervantes estudando o Dom Quijote em seus 400 anos de existência que se commemora no ano vindouro e já se está planejando. Pedimos cooperação as instituições educativas da cidade , mas a política conservadora teme perder prestigio. Oh. ignorância!. Criou textos de cursos sobre economia, e administração, porem, de novo, entra o medo as inovações. Tem pesquisa sobre o pensamento político da região, da educação e da saúde que ão foram publicadas pelo medo aos conservadores.
Renovar é viver perigosamente, porém é o caminho do desenvolvimento pleno, ou como dizem hoje, sustentável.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

BOLA ROLANDO NO MERCADO


A viagem, desde o aeroporto Adolfo Suarez, Barajas, Madri, foi um voo nas asas das paixões das torcidas do time Real Madrid e Atlético de Madrid. Entraram na história como os primeiros times de uma única cidade a disputarem o Final da Copa da Europa. O avião da Companhia Transportes Aéreos Portugueses- TAP – estava invadida por torcedores fanáticos de ambos times.

No aeroporto internacional de Lisboa nunca se viu tantas pessoas vestindo as cores dos dois times que as 15,45,00 horas se enfrentariam para realizar o encontro histórico que seria assistido por 120.000 torcedores do Atlético e mais ainda dos do time do Real Madrid, tradicional campeão europeu desse certame. Admiradores de outros continentes assistiriam ao espetáculo por Tv e Internet que une as pessoas nos acontecimentos mais espetaculares da moderna sociedade.

A paixão pelo divertimento é tendência humana universal

Hoje os campeonatos de futebol em suas muitas categorias se tornaram uma diversão popular aceita pelos consumidores de todas as comunidades  

O futebol não escapa da regra do mercado que marca todos os fatos e momentos da vida em sociedade.

 O futebol é uma fábrica gigante de vendas de produtos: camisas, amuletos, bandeiras, quadros, jornais, revistas, livros, cromos, bebidas, comidas, construção de hotéis, estádios, avenidas, carros, ônibus, trens, aviões, brinquedos, adornos e museus, etc.

Ao chegar no Rio de Janeiro, no dia 25 de maio, logo após do jogo da final da Europa, as avenidas que vão para o aeroporto Tom Jobim – Galeão- já estavam adornadas com cartazes de todas as cores das seleções do mundo do futebol que participarão na Copa Fifa 2014 , no Brasil inteiro.

O Continente Brasileiro já é a bola da vez do divertimento normal na arte de jogar a bola. Esse acontecimento desportivo mundial converteu, hoje, o Brasil no maior mercado do divertimento e de ventas e compras. E esse mercado sempre foi, como toda obra humana, um acontecimento político de inesperadas e esperadas surpresas políticas que afetam profundamente a sociedade. O mercado brasileiro e mundial já se programou para as vendas e as compras motivadas pela idolatria aos famosos jogadores.

A história já mostrou de que as populações do planeta vivem de “pão e circo” e, hoje, os meios de Comunicação avivam ainda mais esse fato histórico.

O Brasil esperara e se prepara para ser campeão, ganhando assim a sexta Copa Fifa da história moderna.  Este fato desportivo-artístico já se tornou um fato político de proporções inesperadas. Esse ano a Brasil tem eleições gerais e os políticos ( que vivem das populações manipuladas ) já se desbordam em campanhas de toda cor e violência moral e simbólica. Para os políticos o importante é vencer o povo, pois os políticos de mundo vivem do povo que forma as comunidades humanas dedicadas a produzir divertimento e bens de consumo para as pessoas sobreviverem sempre respeitadas. Tristemente vemos que a história humana se escreve com truculências, injustiças e traições. Mas no fundo do ser humano existe o sentimento do bem. Esperamos que o divertimento dos jogos mundiais se torne  plena diversão popular..

 

 

quarta-feira, 30 de abril de 2014

POVO, RAIZ DA JUSTIÇA


Esta tendência natural à tolerância fica plasmada na passagem do julgamento do Zé Bebelo que além de jagunço e preso pelos grupos contrários, manifesta uma  suspeitosa colaboração com grupos de militares e do governo, cuja função é manter o sistema de estrutura agrária coronelista. Nesse julgamento nos currais- de - ajuntamento  da Fazenda Sempre – Verde, um mundo de gente, esbarrados no eirado, liso, grande , proveniente dos grupos de jagunços com seus chefes, agachados todos no chão, a exemplo da vítima que, num estalo, deu um pontapé ao tamborete e sentou-se no chão. O povo em assembléia, nivelado pelo reconhecimento e respeito pessoal e diferenciados nas lideranças dos grupos, sentenciou, pela voz do Riobaldo:

“Eu afirmo: Zé Bebelo é homem valente de bem, e inteiro, que honra o raio da palavra que dá! Aí. E é chefe jagunço, de primeira, sem ter ruindades em cabimento, nem matar os inimigos que prende, nem consentir com eles se judiar..Isto, afirmo! Vi. Testemunhei. Por tanto, que digo, ele merece um absolvido escorreito...”( Rosa,1986:238-9)

Decretada a justa sentença da assembléia popular manifestando reconhecimento, respeito e tolerância, bases do bem comum, a alegria contagiou o povo delirando de prazer no consumo de angu e couve,abóbora-moranga cozida, torresmos, e em toda fogueira assavam mantas de carnes, molhadas a cachaça e satisfazendo goles a todos, no dizer de Rosa, (1986:246-7) Sorrir, gritar, cantar, dançar, comer, beber e amar são expressões vivas da alma do povo, cuja existência é a construção do prazer como um estado de alma que possui os valores do bom, do belo, do verdadeiro e do justo, pilares de uma comunidade deslizada no “vau da alegria e o vau da coragem” nas expressões rosianas.

A alma coletiva dos povos de todos os tempos e lugares suspira, inspira,  respira e move-se pela justiça que se resume em que cada uma tenha o necessário para viver satisfeito. O progresso de uma sociedade do bem-estar social resulta da iniciativa pessoal e coletiva dos membros das diferentes comunidades mundiais e regionais em suas variáveis e infinitas manifestações do saber ser e saber fazer, percebidos em Mediero Vaz, Joça Ramiro, Riobaldo, Zé Bebelo, Diadorim, Quelemém, “sujeitos muito lógicos que cegam qualquer nó” ( Rosa1986:77).

 Sabe-se que a sociedade do bem-estar social somente pode existir se, utopicamente, é criada. Os sonhos, as utopias se tornam realidade ao contato com a vida. A vida sae do povo, conjunto de pessoas comunicadas intersubjetivamente nas relações sociais e produtivas que satisfazem o bem – estar  pessoal e comunitário. A coisas, os fenômenos, as obras e acontecimentos que se forjam, no traquejo quotidiano, formam a rede da vida em que as pessoas se enrolam

A existência do outro constitui o fundamento de toda comunidade e cultura. Porque existe um “você” – alteridade- existe um “eu” – individualidade. Para que, a existência do outro possa realizar-se na comunidade é necessário certas condições persistentes tanto no plano imaterial - sistemas de valores, simbologia - como no plano da prática - instituições políticas, instrumentalização econômica. Guimarães Rosa  já adverte que quando o projeto que Deus começa é para muito adiante, a ruindade nativa do homem só é capaz de ver o próximo de Deus é em figura do Outro”( Rosa,1986: 29-30) Como se insinua na longa e significativa narrativa mítica rosiana esse Outro é o semelhante, o reconhecido igual ao sujeito pensante e prático, criador da imagem do OUTRO – Deus, o Bom  ou da  imagem do OUTRO – o diabo, o Coisa – Ruim.

A subjetividade

O estado anímico do bem – estar pessoal, objetivado no desejo, prazer, gozo, felicidade, medo e dor que experimentam os indivíduos na prática humana e social, analisada nesse Simpósio, é condição da relação funcional existente entre os indivíduos da coletividade. Essa relação funcional, que liga as pessoas entre si, ocorre, sobretudo, mediante o significado inerente a toda palavra, símbolo criado pelas pessoas para aumentar o fundo social do conhecimento que comunica e orienta toda ação produtiva prazerosa. Perelló, (1998).

“Estou contando não uma vida de sertanejo”

            O conteúdo cultural, ideológico e simbólico da palavra “sertanejo” encontra-se na pergunta que Riobaldo, possuído pelo medo, dor e paixão, fazia ao cego Borromeu, “feio, feito negro que embala claninote “na trincheira de uma residência do Paredão chicoteada a balas:

-         “Você é o Sertão?!

-         “ Ossenhor perfeitamém, ossenhor perfeitamém... Que sou é o cego Borromeu...Ossenhor meussenhor...” – ele retorquiu.( Rosa,1986:523-4)

Dificilmente o significado do conceito básico “SERTÃO” do drama rosiano, muitas vezes definido por Rosa,  pode clarear com tanta luz o conteúdo real do conceito que dá nome a narrativa maior de Rosa, como a resposta -..."sou o cego Borromeu."

O cego Borromeo, achado no fundo do Sertão e cujo ofício era pedir muitas esmolas personifica cada ser humano submergido nos muitos e diversos cantos do mundo, vivendo e procurando a porfia uma luz para enxergar, pelo menos um pouco, a complexidade do real.:  a  CARÊNCIA que é a situação natural da deficiência e limitação humana que experimenta todo ser vivo. Riobaldo, pela funcionalidade da relação intersubjetiva descobre na potência natural do necessitado o poder da inteligência humana de criar..." passarinho que se debruça  - o vôo já está pronto.( Rosa,1986:6- 15)

terça-feira, 29 de abril de 2014

A JUSTIÇA VEM DE HOMENS POPULARES.-IX ERAR-


As idéias arranjadas, modernamente conhecidas pelos aparatos ideológicos do poder, contraditoriamente, fizeram surgir, quando menos se espera, da terra molhada e da poeira dourada do bravo sertão, pessoas  de carne e sangue quente, de personalidade própria, pois nunca “aceitam inteiro o alheio” , que formam grupos organizados de uma coletividade cuja existência origina-se na operacionalização de projetos comuns que levam no seu bojo o sonho de uma sociedade justa, apaixonada, produtiva e criativa a fim de responder as demandas essenciais e a plena satisfação das necessidades pessoais e coletivas da comunidade na constante procura do fértil Paraíso.

 
Impor justiça.

 
Os fatos e acontecimentos contados de modo cativante por Riobaldo, Tatarana, o Urutu Branco, como era taticamente apelidado pelos jagunços de seu grupo, comunica de maneira clarividente o estado anímico da existência humana no Sertão das Gerais. Topa-se de frente com a dura e complexa realidade sertaneja criada e imposta pelos interesses particulares e de grupos poderosos, liderados pela eterna e conservadora classe ruralista, aliada aos tradicionais grupos hegemônicos de fazendeiros -  coronéis -; políticos ; militares; comerciantes, igrejas e juristas. Forma-se, assim,  uma estrutura social organizada por grupos cada vez mais antagônicos obcecados pela secular aventura da invasão de terras, casas, arraiais e indivíduos mediante a lei do mais forte. “Sertão é o penal, criminal. Sertão é onde homem tem de ter a dura nuca e mão quadrada” ( Rosa, 1986:92).

... “Então Medeiro Vaz, ao fim de forte pensar, reconheceu o dever dele: largou tudo e saiu por esse rumo em roda, para impor a justiça”. (Rosa, 1986:33-34)

Os atores dos dramas e contos emergentes do enredo das ações de Grande Sertão, Veredas, manifestam com rasgos chocantes a tendência naturalmente ambiciosa da pessoa e o instinto de fazer justiça, sobretudo aos excluídos da convivência humana.
Joca Ramiro, a maior esperança do nosso sertão, também igualmente saía por justiça e alta política em favor de amigos e perseguidos ( Rosa,1986:34) pagando com a vida a decisão de dedicar-se sempre a fazer justiça e colocar no sertão um governo que fosse garantia do estabelecimento do valor do bem comum e da tolerância para todos.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

ENCONTROS COM ROSA - IX ERAR- 2014

    Os Encontros Regionais de Artes Rosianas vem acontecendo em Sete Lagoas e região desde o ano 2006. Data comemorativa dos 50 anos da obra épica Grande Sertão: Veredas. Este acontecimento, que foi um sucesso, graças a participação dos movimentos culturais populares da cidade e da região pegou fogo para durar até este ano 2014, já com o IX ERAR.
   A obra literária de nosso conterrâneo João Guimarães Rosa contem todas as manifestações culturais
que as comunidades humanas criaram para responder aos desafios materiais e espirituais que aparecem constantemente às comunidades de cada época e lugar.
   O Brasil e o mundo não somente leu os romances e contos de Rosa, senão que também fluíram de seus tópicos filmes, teatros, danças, cantos, exposições, publicações, concursos e potencial para tentar criar uma sociedade mais solidária e, por isso, mais humana da sociedade que foi construída até nossos dias. Guimarães Rosa, sobretudo, em Grande Sertão: Veredas indicou as veredas certas para uma nova comunidade mais feliz.
   A cidade de Sete Lagoas e região durante 8 anos, através das escolas municipais, estaduais, particulares e com o apoio da prefeitura, empresas e religiões e associações , recriou, com originalidade, as artes perscrutadas em suas diversas obras, estudando a cada ano um tema debatido mundialmente.
   Este ano em que emocionados, ainda choramos a morte do escritor colombiano Gabriel Gárcia Márquez que, com a imortal obra Cem anos de solidão, também revolucionou a realidade sulamericana e apontou normas para mudar a sociedade e viver felizes conforme a dinastia Buendia planejou para Macondo que é o mundo, assim como o sertão, como proclama Rosa, é também o mundo.
   Por isso, o tema a debater este ano no IX Encontro Regional das Artes Rosianas será : Semelhanças e diferenças nas obras Grande Sertão: Veredas e Cem Anos de Solidão.
   Por ser ano da Copa mundial de Futebol e de eleições gerais o IX ERAR 2014 será debate por blog e rede social Facebook. Apreender é o que interessa.

ENCONTRO COM ROSA- IX ERAR 2014-


 
RAÍZES DA JUSTIÇA EM GRANDE SERTÃO; VEREDAS
 
 
“ Eu queria decifrar as coisas que são importantes. E estou contando  não é uma vida  de sertanejo,    seja se for  jagunço,  mas matéria vertente. ( Rosa,   1986:83)

 
A Palavra

       A frase do frontispício que abre o estudo sobre A Alma Coletiva de Rosa vem sendo, mansa e minuciosamente falada pelo protagonista Riobaldo, da obra Grande Sertão, Veredas, referência permanente dessa reflexão.

 Os fatos, os acontecimentos, as personagens, nítidas visões do sertão dos lados, do sertão de dentro e do grande sertão que não acaba, revelam a alma coletiva do povo que, no dizer do Riobaldo “atura  remoque de todo, reparte no miúdo de cada dia, tão penoso aborrecido. Mas cada indivíduo só vê e entende as coisas dum seu modo...Só eu  que sou capaz de fazer e acontecer.” (Rosa,1986:111- 105)

No redemoinho do sertão de cada dia, toda figura humana cria, devagar, suas veredas de vida e morte.

A narração épica relatada por Riobaldo, está inspirada na conduta humana de remotas comunidades sertanejas. O conhecimento pessoal é conduzido pelo vibrante movimento da vida a traves do significado das palavras, imagens fulgentes da comunicação intersubjetiva que identifica a atividade na comunidade humana. Cada palavra, na narrativa rosiana, está prenha de plenitude, tão plena que, em certo sentido, pode explodir e criar nova vida, pois toda ação principia mesmo é por uma palavra pensada. Palavra pegante , dada ou guardada, que vai  rompendo rumo ( Rosa,1996:154).
Sem dúvida o “rumo” dos grupos hegemônicos, fazendeiros, tropeiros, sertanejos, jagunços,arrieiros, vaqueiros, boiadeiros, meeiros, capiaus, comerciantes, militares, igrejas e catrumanos etc.  encontrados, durante séculos, na sociedade agrícola feudal do Brasil, confirmam que a expressão rosiana de que  “uma coisa é pôr idéias arranjadas, outra é lidar  com país  de pessoas , de carne e sangue, de mil-e tantas misérias...” ( Rosa,1986)

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A CORAGEM DO MEDO


O medo não é real, nem um perigo. O medo somente existe para os que são cegos. O cego não enxerga os objetos, não percebe a luz da realidade que muda as cores da vida, porque a vida não é o que se vê.É muito mais do que se observa nos fatos acontecidos. A realidade como a vida é um movimento que insiste em continuar no vai vem das ondas da história que transcendem toda realidade.

O sonho de mudar a realidade é a grande aspiração é inspiração dos artistas que são os operários que, com suas obras eternas, profetizam que mudar a vida é viável. È um sonho que pode tornar-se realidade, mesmo ante a morte, a contradição mais forte da história.

Guimarães Rosa na sua obra literária mais famosa revela um sonho de uma realidade bela, gostosa e solidária na descrição que desenha sobre o povoado Verde Alecrim:

.”... No Verde Alecrim as mulheres damas eram donas de terras, possuíam aquelas roças de milho e feijão nas vertentes da serra, nos dependurados. Delas era toda a terra plantável. Por isso,  os moradores e suas honestas famílias  serviam a elas , com muita harmomia de ser e todos os préstimos obsequiando e respeitando – conforme  eu mesmo achei bem: um sistema  que em toda a parte devia de sempre se usar”( Rosa, 1986 :465)

A vida em comum é ser e estar juntos com os outros.  O reconhecimento da existência do outro como principal expressão do bem comum é o motor que acelerará o porvir de uma sociedade humana fundamentada na paz e na felicidade. É só esperar. Não importa o quanto.  Na sociedade de amor , respeito e confiança não terá lugar para o medo.

A nova ordem social mundial do bem-estar forma um processo em evolução permanente. O mundo que esperamos é o mundo da sociedade do conhecimento compartido, do trabalho criativo pessoal e coletivo, do capital como meio de integração e realização e do mercado aberto como grande centro onde  se apresentam e reluzem, para contento de todos os moradores, as inovadoras mercadorias e todos os bens inventados e produzidos pelo interesse dos projetos pessoais e coletivos das comunidades locais, nacionais e internacionais. ( Perelló, 2004)

 
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