Vejam. Quando
cheguei a Sete Lagoas 53 anos atrás governava a cidade o prefeito Vasconcelos
Costa. Descendente de uma família tradicional da cidade. Ele, nem morava na
cidade, mas era político profissional e erudito. As poucas famílias,
corporações e instituições dominantes o buscaram e, afiliado, oficialmente ao
partido União Democrática Nacional-UDN- o elegeram prefeito. Mera coincidência
com a situação do atual prefeito. Esses grupos dominantes tinham fortes laços
com as instituições mais poderosas da cidade: a Cooperativa Agrícola; o Banco
Agrícola; o Banco do Estado-BMG- a Associação Comercial e Industrial - Acisel -
; Central do Brasil; Rotary Club e
Lyons e sobretudo a Maçonaria e igrejas, sobressaindo a católica,
simbolicamente dominante pelos nomes da maioria de bairros e instituições
escolares e de saúde. Hospital Nossa Senhora das Graças, propriedade da
Diocese; Escola Normal Regina Pacis, formação das professoras primárias do
Estado e Município e das esposas preferidas dos fazendeiros e famílias de
grandes comerciantes e burocratas do Estado ou Municípios da região; Colégio
Dom Silveiro, onde estudavam os filhos das famílias poderosas, preparados para
poder fazer carreira profissional liberal na capital; bairro Santo António, São
José, São Geraldo, Santa Luzia e mais recente, bairros Nossa Senhora das
Graças, Carmo, São Pedro, Lourdes e a
invocação de Santa Helena, origem de nomes de Serra, empresas e
comércios. Essas instituições eram fortalecidas, protegidas e asseguradas pela Polícia
Militar, a instituição que, verdadeiramente sempre interferiu nas decisões mais
graves dos processos de mudanças relativas da cidade e hoje fortalecida pela
presença de quartéis militares, além das instituições corporativas da
jurisprudência das Procuradorias e a Ordem dos Advogados (OAB).
Novas forças se
incorporam ao tecido governamental da cidade através das corporações
onipotentes dos médicos, engenheiros, meios de comunicação (
chamados de o quarto poder), sindicatos dos
trabalhadores do ensino ( SINDTE). Os outros
sindicatos são meros instrumentos dos
grupos dominantes (pelegos)
Os prefeitos e
outras autoridades civis, afiliados em partidos políticos que mudam de nome
conforme os interesses dos grupos hegemônicos municipais, nacionais e
internacionais são eleitos no jogo democrático nas mesas dos interesses de
essas forças tradicionais e conservadoras e de outras forças que, como os
evangélicos, vão aparecendo conforme as relativas mudanças nas nações mais
poderosas da sociedade capitalista em que estamos inseridos.
“
Não acho que o socialismo possa ser criado a partir de sociedades analfabetas e
pobres. Temos que começar a ficar cansados das besteiras do capitalismo e sua
sociedade, feita das eternas classes sociais.
” (José Mujica, ex-presidente do Uruguai)
É possível mudar
essa situação de poder?
Sim, mas sendo indignados
e organizar movimentos para juntos repensar o
capitalismo e apresentar novas propostas de governo da cidade. Os jovens e as
pessoas que vivem nas periferias da cidade interferiram e podem interferir
muito mais para mudanças realistas.
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