sexta-feira, 4 de setembro de 2015

QUEM É O OUTRO?

Na palestra, proferida no CONIC, no Isabela Hendrix, BH, o prof. Dr. Erisvaldo, UFOP, MG enfatizou o sentido evangélico do conceito de MISERICÓRDIA, demonstrando que a misericórdia é a novidade da mensagem libertadora do Jesus de Nazaré. Jesus usou um exemplo bem prático para que se entendesse como praticar a misericórdia. Essa prática da misericórdia é narrada pela comunidade de Lucas, capítulo 10, versículos  29-37. 
Misericórdia é descobrir a pessoa que passa por necessidades básicas. O samaritano viu o homem ferido por assaltantes, se aproximou e imediatamente curou as feridas com medicina popular. O carregou no seu jumento e o levou a uma possada para que cuidassem dele até se restabelecer e poder valar-se por si mesmo. O samaritano pagou todas as despesas.
A prática da misericórdia envolve a compaixão, ou seja sentir com o paciente; ficar perto; cuidar, carregar para se restabelecer completamente. Misericórdia é amar ao próximo como me amo a mim mesmo. Misericórdia não envolve despersonalizar-se para cuidar do próximo, antes fortalece o ser de quem cuida. O ser humaniza, liberta. O ter despersonaliza e oprimir os outros que não tem.
Hoje nossas cidades se urbanizam com um núcleo comunitário central que possui bens e domina outros núcleos comunitários que não tem bens, vivendo na periferia, uma vida desumana. São os bairros conhecidos como favelas, mesmo que hoje se denominem de comunidades.
O núcleo comunitário central das cidades que são os possuidores de todos os bens e os que dominam por leis protetoras desses bens e instituições  anunciam constantemente a situação opressora e desumana dos despossuídos, tem até compaixão passageira, porém, poucos se aproximam, param , cuidam, pagam e libertam. Só blá-blá-blá.
Os grupos dominantes fazem campanhas como Criança Esperança, há 30 anos, e cada vez as cidades e países tem mais pobres, famintos, doentes e emigrantes morrendo nos acampamentos, na mar, no trem, nos caminhões..
A atitude do samaritano, que não pertence a organizações legalistas, se torna exemplo do outro. É o outro que faz desse mundo o céu.  O outro que fala, passa de longe, denuncia, dá esmolas e diversões  faz ,desse mundo, o inferno.






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