Na palestra, proferida no CONIC, no Isabela Hendrix, BH, o prof. Dr. Erisvaldo, UFOP, MG enfatizou o sentido evangélico do
conceito de MISERICÓRDIA, demonstrando que a misericórdia é a novidade da
mensagem libertadora do Jesus de Nazaré. Jesus usou um exemplo bem prático para
que se entendesse como praticar a misericórdia. Essa prática da misericórdia é
narrada pela comunidade de Lucas, capítulo 10, versículos 29-37.
Misericórdia é descobrir a pessoa que passa por necessidades
básicas. O samaritano viu o homem ferido por assaltantes, se aproximou e
imediatamente curou as feridas com medicina popular. O carregou no seu jumento
e o levou a uma possada para que cuidassem dele até se restabelecer e poder
valar-se por si mesmo. O samaritano pagou todas as despesas.
A prática da misericórdia envolve a compaixão, ou seja sentir
com o paciente; ficar perto; cuidar, carregar para se restabelecer
completamente. Misericórdia é amar ao próximo como me amo a mim mesmo.
Misericórdia não envolve despersonalizar-se para cuidar do próximo, antes
fortalece o ser de quem cuida. O ser humaniza, liberta. O ter despersonaliza
e oprimir os outros que não tem.
Hoje nossas cidades se urbanizam com um núcleo comunitário
central que possui bens e domina outros núcleos comunitários que não tem bens,
vivendo na periferia, uma vida desumana. São os bairros conhecidos como favelas, mesmo que
hoje se denominem de comunidades.
O núcleo comunitário central das cidades que são os possuidores
de todos os bens e os que dominam por leis protetoras desses bens e
instituições anunciam constantemente a
situação opressora e desumana dos despossuídos, tem até compaixão passageira,
porém, poucos se aproximam, param , cuidam, pagam e libertam. Só blá-blá-blá.
Os grupos dominantes fazem campanhas como Criança Esperança,
há 30 anos, e cada vez as cidades e países tem mais pobres, famintos, doentes e emigrantes morrendo nos acampamentos, na mar, no trem, nos caminhões..
A atitude do samaritano, que não pertence a organizações
legalistas, se torna exemplo do outro. É o outro que faz desse mundo o céu. O outro que fala, passa de longe, denuncia, dá esmolas e diversões faz ,desse mundo, o inferno.
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