A sociedade imediatista e consumista, desses nossos difíceis dias, está mudando a figura do pai de família. Cada dia fica mais difícil ver o pai de uma só família.
Seguindo a imagem bíblica, os pais modernos são pais pródigos. Eles vão e vem de uma família para outra. Como o filho pródigo bíblico, os pais saem da família e demoram em regressar e, quando regressam, ficam por pouco tempo, porque hoje já é normal um pai ter mais de uma família. Fato social que não é nada de novo, pelos que estudam a evolução social.
O homem moderno reparte seu tempo com o trabalho remunerado para poder sustentar as famílias que a natureza lhe proporcionou. A natureza tem sua própria lógica. Merece respeito.
A imagem que eu tenho do pai que trabalha em casa, que cuida da família e faz carinho aos filhos e, que sai a festas com os filhos, se torna cada vez mais complicado. O pai moderno, como outrora o filho pródigo, sente falta da família e volta, mas os tempos mudaram tanto que são poucas oportunidades que aparecem para ficar longos tempos.
Um amigo de trabalho, que já tem três famílias, me contava, esses dias, que a filha mais nova da primeira família perguntou a sua mãe:
"Mãe, porque você e pai se separaram"?
A mãe lhe respondeu:
"Pergunte ao seu pai"
Na sociedade moderna os filhos podem crescer e se desenvolver sem ter conhecimento do que seja a vida íntima dos seus pais.
O filho pródigo da imagem bíblica, quando retorna para casa, arrependido, cria um conflito entre o irmão mais velho. A figura do pai da parábola bíblica do filho pródigo revela a bondade como solução aos conflitos humanos que aparecem nas relações inter pessoais.
Nas famílias modernas percebemos que a ausência da figura paterna, por muito tempo, pode criar e , de fato cria, conflitos entre os irmãos das famílias e entre os próprios pais. Esses conflitos íntimos familiares, sem dúvida, se refletem na empresa, nas outras famílias, nas escolas e, especialmente, na sociedade.
A violência que hoje, como nunca, está instalada na organização social, pode ter como causa a ausência da uma figura paterna bondosa e que busca o diálogo nos momentos críticos da vida.
A cultura contemporânea, representada nos filmes, teatros, musicais, novelas e romances, mostra o papel social dos pais pródigos nessa sociedade instável.
O romance de E. L. James , Cinquenta tons de cinza e a de J. Hawking, A teoria do todo, romances mais vendidos na atualidade, revelam situações de conflitos familiares e sociais devido ao papel dos modernos pais pródigos. A figura paterna e misericordiosa do pai, não só está ausente, senão que é ridicularizada e até atacada pela poderosa mídia, divulgadora das ideologias do sistema que embrulha as pessoas.
O Papa Francisco, na sua visita pastoral ao Paraguai, dedicou o último discurso ao papel da família, como base de uma possível sociedade cordial, solidária e humana.
Desejo, de coração, que, o DIA DOS PAIS 2015, marque o regresso do pai bondoso e misericordioso em todas as famílias, independente de sua orientação sobre a organização familiar.
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