A história das civilizações ocidental, oriental e continentais mostra que as determinações do valor dos produtos naturais, industriais e culturais não tem lógica. Se a humanidade tivesse seguido
sempre o raciocínio, ensinado na escola do sistema
dominante, certamente não teríamos saído da idade da pedra.
Os grandes avanços da história se originam na
irracionalidade, parte definitiva do ser humano pensante praticado pelos aplicativos: competição,ciência,propriedade, medicina, consumo e ética protestante do trabalho. Esta afirmação está
fundamentada nas tradicionais visões da imaginação dos grandes clássicos da
literatura e historiadores regionais e mundiais que formam
o fundo social do conhecimento ( J. Perelló Solivellas, Pedagogia do Estágio: experiências de formação profissional, BH. Imprensa Oficial, 1988)Historicamente observamos que nos momentos de grandes crises se retorna às personagens da história a fim de que nos orientem a reencontrar o rumo da vida pessoal,social e o desenvolvimento. A atualidade da irracionalidade permanente pode ser encontrada, sobretudo na revelação rosiana em Grande Sertão: Veredas, obra representativa do autêntico saber popular, cujo desejo de permanencia plena forma o caráter normal da população.
O movimento polarizado da natureza, dia e noite, quente e frio, nascer e morrer , amor e ódio condiciona obras e personagens, segundo testemunha de Guimarães Rosa (1986. p, 121)
Se eu não tivesse passado por um lugar, uma mulher, a combinação de aquela mulher acender a fogueira, eu nunca mais, nesta vida, tinha topado com o Menino?- era o que eu pensava. Veja o senhor: eu pensava essa idéia; e com ela em vez de me alegre ficar, por ter tido tanta sorte, eu sofria o meu. Sorte? O que Deus sabe, Deus sabe. Eu vi a neblina encher o vulto do rio, e se estralar da outra banda a barra da madrugada.
Na fenomenologia deste vibrante texto cada palavra, cada som, cada imagem, cada conceito simbolizam a força da criação: o espaço, o tempo, a matéria, o espírito, o desejo, o fogo, a paixão, o amor, a idéia, a escuridão, a alvorada, o saber, o fazer, o conviver, a diversão, o diálogo, modo de estar e ser do povo no mundo em cada época e tempo.
A população, dividida em classe superior, o operador global e a inferior, intitulada de povo que trabalha, compra, vende, diverte, empresta, legitima o regime político, sustentado pelo voto local, induzido pela mídia que divulga idéias arranjadas.
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