Veja leitor querido, o trágico
conflito da histórica disputa da propriedade de terras entre indígenas
brasileiros e fazendeiros na invasão da fazenda Buriti, no Matogrosso do Sul e
das usinas hidroelétricas em construção no norte do país.
Qual será o dente de coelho que se
esconde nesses conflitos?
Vamos recorrer à história, a razão
mais fiável da verdade científica. Os indígenas do Brasil e das Américas são os
primeiros moradores, que se saiba, dessas terras; delas viviam, porque se alimentavam,
divertiam e habitavam e compartilhavam, conforme costume tribal.
No século XVI portugueses e
espanhóis, orientados por teorias convencionais de formação dos estados
absolutistas, compiladas na obra clássica do Príncipe, de Nicolas Maquiavel,
financiados pelos reis da Espanha e Portugal, chegaram as Américas e, em nome
do Rey e de Deus, se apoderaram das terras, usando a força militar, religiosa e
jurídica burocrática, estudada em instituições da Europa e Oriente Médio. Essas
forças vindas de instituições convencionais, suporte de interesses de grupos
que mandavam na Europa e Oriente outorgavam propriedade das terras aos
indivíduos privilegiados e a grupos que dominavam mediante a força física.
Esses indivíduos e grupos, modernamente foram intitulados pomposamente de
elites dominantes, são sujeitos poderosos e expertos e grupos constituídos
pelas instituições básicas da sociedade ocidental e oriental. Esta situação,
desde o princípio, organizou a sociedade do novo mundo, segundo os padrões
culturais da civilização ocidental e cristã. Os indígenas conheceram a pobreza;
soldados e religiosos aumentaram a riqueza, protegida pelos reis e leis do
ocidente invasor.
Este é o fato histórico, cujas
trágicas consequências seguem até nossos dias. Pois problema mal solucionado
jamais deixa de criar problemas, sempre maiores e mais graves, como as invasões
da atualidade, tanto no Brasil e nas Américas, África, Ásia e Oceania.
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