OS MORADORES das
capitais dos estados do Planeta vivem a euforia do resplendor plenamente experimentado
nos longínquos dias do fato cultural da Páscoa da Ressurreição de Jesus. Fato
da fé popular ante a feliz surpresa de que o Cristo amado e seguido pelas
multidões tinha regressado à vida logo, depois de ter sido morto pelos
governantes e elites poderosas da Judéia.
Como
todo fato histórico popular a Páscoa da Ressurreição do Cristo se comemora, há
séculos, em todas as partes da terra sob diversos aspectos e crenças, vindas da
tradição que fundamenta uma das três maiores religiões seguida por multidões de
todos os tempos e épocas, apesar de suas muitas variações por parte de
interesses de grupos políticos poderosos, desde os tempos do Imperador
Constantino, no século III, depois do Cristo, até Felipe Calderón e o Raul
Castro, respectivamente Presidentes
atuais do México e de Cuba, na visita
recente do Papa Bento XVI.
TRATA-SE de uma euforia ante a certeza e a necessidade
de viver a plena liberdade que tanto custa experimentar nesses últimos tempos
de graves crises econômicas e sociais provocadas em quase todos os países que
integram o mercado econômico capitalista.
Como será
possível viver a plena liberdade da alma se a cada seis segundos morrem
milhares de crianças de doenças provocadas por desnutrição crônica e que se
pode evitar?
Como se pode
viver a alegria da ressurreição, essência do cristianismo, se países cristãos
fabricam e vendem armas no valor mensal de 1.666 milhões de dólares?
Com se pode
sentir a qualidade da vida do bem-estar social se estados cristãos da Europa
desprezam solenemente o valor do trabalhador, pedra fundamental do bem-estar?
SE CONSTATA,
agora, que a resposta a essas perguntas se dá na indignação geral das multidões
das capitais da Espanha, da Europa e outros países que se manifestam em greves
gerais pedindo pacifica, porém fortemente, mudanças radicais no modo de fazer
política. Jovens, famílias, profissionais, educadores e até militares exigem
uma passagem urgente da picaretagem para a dedicação responsável ao serviço
público.
SEM DÚVIDA que
esse movimento universal é o desejo vivo de conseguir a liberdade da
ressurreição que somente o comportamento cristão autêntico é capaz de
proporcionar. As multidões indignadas demandam urgentemente pessoas honestas
como Jesus de Nazaré, pessoas que respeitam as necessidades, desejos e
interesses das populações, pessoas que saibam nivelar as classes e as
diferenças, provocadas por injustiças injustificadas como as que vemos
diariamente entre os governantes, onde impera a desigualdade salarial exorbitante
entre o valor salarial dum vereador, juiz, militar, médico, etc, e o valor aviltado
de uma enfermeira, uma empregada, um operário, um jovem, uma operária, etc.
AS GREVES
contemporâneas manifestam a vontade e a necessidade de realizar a passagem de
políticos corporativos, sem visão de bem comum, para políticos escolhidos pelos
moradores e que provam serem líderes responsáveis e honestos no serviço às
necessidades da população e aos desejos comunitários de uma cidade mais humana
e habitável e na gerência dos bens dos municípios que, sem dúvida, são
suficientes para conseguir a liberdade de uma vida de qualidade para todos.
Essa passagem ou essa páscoa somente será possível, se mudam as pessoas dos
políticos. Colocar os caras das famílias e grupos mandantes hereditários, pouco
se mudará. As multidões exigem mudanças radicais. Os frutos da árvore mudam
quando se muda a raiz da árvore, do contrário os frutos jamais serão saborosos
e saudáveis para todos.
Está mais que na
hora de que a Páscoa, fundamento do cristianismo, seja uma realidade palpável e
não somente uns ritos ou cerimoniais que jamais levam a nada a não ser a uma
frustração geral. Está mais que na hora que as religiões se dediquem às
populações de modo concreto, real e benfazejo. Está mais que na hora de que a
Páscoa assuma seu conteúdo que é alegria, liberdade e bem-estar e que se
dedique menos ao culto do sofrimento, das penas e das culpas que transmitem o
medo que domina a população crente mediante idéias defendidas pelos que vivem o
bem- bom dos bens da vida. Ou se mudam os políticos conservadores ou esta
Páscoa mais uma vez será somente para ver e, talvez, morder ovos de chocolate
que são gostosos, de fato, mas que seriam mais gostosos se forem para todos. O
para todos somente acontecerá cambiando, de vez, pelo voto, os politiqueiros
sustentados pelos grupos mandantes.
A Páscoa é para
todos. Para os governantes e para os governados.
Diariamente
vemos as notícias de que as multidões do Planeta Terra, aglutinados nas praças
das capitais solicitam viver plenamente a Passagem do sofrimento injusto para a
alegria plena da Páscoa da Ressurreição.
Depende de nós. O Cristo está conosco.
O CONHECIMENTO e
o esforço do Cristo histórico junto ao conhecimento e a coragem, cada vez mais
presente na população, atravessará o deserto estéril do mercado de consumo para
respirar, comer e dançar na fertilidade da terra da gente.
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