segunda-feira, 2 de abril de 2012

AS MULTIDÕES DA PÁSCOA


OS MORADORES das capitais dos estados do Planeta vivem a euforia do resplendor plenamente experimentado nos longínquos dias do fato cultural da Páscoa da Ressurreição de Jesus. Fato da fé popular ante a feliz surpresa de que o Cristo amado e seguido pelas multidões tinha regressado à vida logo, depois de ter sido morto pelos governantes e elites poderosas da Judéia.

   Como todo fato histórico popular a Páscoa da Ressurreição do Cristo se comemora, há séculos, em todas as partes da terra sob diversos aspectos e crenças, vindas da tradição que fundamenta uma das três maiores religiões seguida por multidões de todos os tempos e épocas, apesar de suas muitas variações por parte de interesses de grupos políticos poderosos, desde os tempos do Imperador Constantino, no século III, depois do Cristo, até Felipe Calderón e o Raul Castro, respectivamente  Presidentes atuais do México e de Cuba, na  visita recente do Papa Bento XVI.

TRATA-SE  de uma euforia ante a certeza e a necessidade de viver a plena liberdade que tanto custa experimentar nesses últimos tempos de graves crises econômicas e sociais provocadas em quase todos os países que integram o mercado econômico capitalista.

Como será possível viver a plena liberdade da alma se a cada seis segundos morrem milhares de crianças de doenças provocadas por desnutrição crônica e que se pode evitar?

Como se pode viver a alegria da ressurreição, essência do cristianismo, se países cristãos fabricam e vendem armas no valor mensal de 1.666 milhões de dólares?

Com se pode sentir a qualidade da vida do bem-estar social se estados cristãos da Europa desprezam solenemente o valor do trabalhador, pedra fundamental do bem-estar?

SE CONSTATA, agora, que a resposta a essas perguntas se dá na indignação geral das multidões das capitais da Espanha, da Europa e outros países que se manifestam em greves gerais pedindo pacifica, porém fortemente, mudanças radicais no modo de fazer política. Jovens, famílias, profissionais, educadores e até militares exigem uma passagem urgente da picaretagem para a dedicação responsável ao serviço público.

SEM DÚVIDA que esse movimento universal é o desejo vivo de conseguir a liberdade da ressurreição que somente o comportamento cristão autêntico é capaz de proporcionar. As multidões indignadas demandam urgentemente pessoas honestas como Jesus de Nazaré, pessoas que respeitam as necessidades, desejos e interesses das populações, pessoas que saibam nivelar as classes e as diferenças, provocadas por injustiças injustificadas como as que vemos diariamente entre os governantes, onde impera a desigualdade salarial exorbitante entre o valor salarial dum vereador, juiz, militar, médico, etc, e o valor aviltado de uma enfermeira, uma empregada, um operário, um jovem, uma operária, etc.

AS GREVES contemporâneas manifestam a vontade e a necessidade de realizar a passagem de políticos corporativos, sem visão de bem comum, para políticos escolhidos pelos moradores e que provam serem líderes responsáveis e honestos no serviço às necessidades da população e aos desejos comunitários de uma cidade mais humana e habitável e na gerência dos bens dos municípios que, sem dúvida, são suficientes para conseguir a liberdade de uma vida de qualidade para todos. Essa passagem ou essa páscoa somente será possível, se mudam as pessoas dos políticos. Colocar os caras das famílias e grupos mandantes hereditários, pouco se mudará. As multidões exigem mudanças radicais. Os frutos da árvore mudam quando se muda a raiz da árvore, do contrário os frutos jamais serão saborosos e saudáveis para todos.

Está mais que na hora de que a Páscoa, fundamento do cristianismo, seja uma realidade palpável e não somente uns ritos ou cerimoniais que jamais levam a nada a não ser a uma frustração geral. Está mais que na hora que as religiões se dediquem às populações de modo concreto, real e benfazejo. Está mais que na hora de que a Páscoa assuma seu conteúdo que é alegria, liberdade e bem-estar e que se dedique menos ao culto do sofrimento, das penas e das culpas que transmitem o medo que domina a população crente mediante idéias defendidas pelos que vivem o bem- bom dos bens da vida. Ou se mudam os políticos conservadores ou esta Páscoa mais uma vez será somente para ver e, talvez, morder ovos de chocolate que são gostosos, de fato, mas que seriam mais gostosos se forem para todos. O para todos somente acontecerá cambiando, de vez, pelo voto, os politiqueiros sustentados pelos grupos mandantes.

A Páscoa é para todos. Para os governantes e para os governados.

Diariamente vemos as notícias de que as multidões do Planeta Terra, aglutinados nas praças das capitais solicitam viver plenamente a Passagem do sofrimento injusto para a alegria plena da Páscoa da Ressurreição.  Depende de nós. O Cristo está conosco.

O CONHECIMENTO e o esforço do Cristo histórico junto ao conhecimento e a coragem, cada vez mais presente na população, atravessará o deserto estéril do mercado de consumo para respirar, comer e dançar na fertilidade da terra da gente.



      


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