FASCINIO
A família acabara de se mudar
Deixaram o novo
armário branco.
Após dias, a
porta do presenteado armário abro.
Vislumbro o solitário livro, emitindo
a luz solar
Da sabedoria secular guardada no texto
elaborado
Pesquisado, debatido, aprovado e publicado.
Com os olhos da mente as trezentas
páginas releio
E vejo vidas, fatos e poemas desfilar.
O livro, mesmo abandonado, será admirado.
Alguém, um
dia o encontra, se enamora,fica fascinado.
INTERESSE
DIANA ouviu atenta, o relato - poema do
Professor atordoado:
- Professor, por que será que se abandona um livro?
- Diana, você já conhece o refrão: “um fato
vale mais que mil palavras, O fato impensado e inesperado do abandono do livro,
no armário mostra a realidade do estado da formação cultural das pessoas da
comunidade da cidade. A família que abandonou o livro é composta por jovens e
adultos, hoje todos trabalhadores de empresas. Estão alfabetizados. Têm formação escolar do
ensino médio completo, feito em escolas públicas da cidade. Os pais ficavam bravos
se os filhos faltavam às aulas e demonstravam desinteresse pelos estudos. Mesmo
assim, pais e filhos esqueceram o livro. Outros bens que possuíam não foram
esquecidos.
Diana se esforça por entender o
descaso aos livros e insiste sobre o assunto.
Nesse instante entra na conversa o
vizinho Frederico que estava acompanhando o diálogo e se prontifica a
esclarecer as dúvidas da Diana sobre a desvalorização dos livros. – Para mim o motivo do pouco interesse pelos
livros se relaciona a família e ao Estado.
- Por favor, Fredy seja claro, se possível.
- Observa Diana que a família
somente esquece o livro. O resto vai. O
livro e o bem que ele representa, mesmo sendo um presente, não se encaixa no
interesse individual, nem no coletivo familiar. Diana, ninguém pode obrigar a
amar. O amor é um estado individual de opção por algo ou alguém. Você concorda
Diana? – Evidente responde.
- Lembra que a educação é dever da família e do Estado,
conforme a atual Constituição Federal e a Lei 9394/96., Art. 2º. Vemos neste
fato que a família desconhece a leitura prazerosa de livros, revistas e jornais
de formação e divertimento.
A Diana fica pensativa e se dirigindo ao Professor que trouxe
o fato do abandono dos livros conta:
- Professor, se a educação dos membros da cidade, também é
dever o Estado será que a escola
pública, de fato, também desvaloriza os
livros e sua leitura?
O Professor e o Frederico com um significativo sorriso algo
sarcástico respondem ao um mesmo tempo:
- Querida Diana você já visitou as bibliotecas das escolas
públicas e particulares da cidade?
- Sim contesta Diana!
Ela mesma completa a
notícia.
- Realmente os exemplares existentes nas bibliotecas das
escolas, além de serem poucos, são obras de textos de matérias escolares.
Contos infantis que se repetem em todas as bibliotecas. Algumas mesas, rodeadas
de cadeiras que sempre estão sem alunos e a bibliotecária funcional que fica
mais ausente que presente.
- Bravo, Diana, replicam os presentes. De fato, o Estado está
ausente de dever de educar os membros da cidade. A leitura de livros, revistas
e informativos sérios de formação e diversão, acompanhadas de livre
interpretação são à base da educação e formação permanente, de fato.
O estarrecido Professor completa as idéias da Diana:
- A inteligência, amigos, é um dom natural concedido generosamente a todos
os nascidos. A leitura de livros, revistas e informativos aumenta a
potencialidade criativa da mente humana A sabedoria natural das pessoas se
completa e aumentam com as leituras das publicações dos livros escritos desde
os rabiscos simbólicos nas rochas das cavernas até o romance Solta os cachorros da mineira Adélia
Prado.
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