terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

MUDAR É POSSÍVEL


Que percussão!

            Seriam nove horas de manhã do dia 24 de agosto. A quente luz do sol matinal, do final do belo inverno, enche de luz o amplo Auditório da Guarda Municipal da Prefeitura de Belo Horizonte. O Auditório está lotado de iluminados a espera do início do 1º Seminário sobre o Programa de Desenvolvimento de Estágio na Prefeitura de Belo Horizonte.

 De longe um pianíssimo ritmo de batucada popular lentamente avança como o largo clarear da alvorada das Gerais. Incrível! A platéia fica em estado de contemplação mística. O ritmo invade as entranhas. E gestos harmônicos emergem dos corpos e das almas dos professores, funcionários e alunos, estagiários das secretarias municipais de Recursos Humanos e do Planejamento, Orçamento e Gestão, liderados pelos respectivos e digníssimos secretários e por professores municipais e alunos de Betim e Contagem e do Centro Universitário Isabela  Hendrix e  do da Uma.

Um grupo de alegres adolescentes, alunos da Escola Municipal  Pe. Francisco sincronicamente se situa no cenário do salão executando um concerto de percussão, cujo ritmo penetra nas almas dos atônitos participantes. Era o anuncio espetacular dos acontecimentos que se seguiriam durante o atípico Seminário  sobre o estágio, sentido e aceito como ato educativo. Os alunos sorridentes, balançando os jovens corpos com  artísticos movimentos corporais e guturais davam o recado secular, já na arca dos esquecidos e, hoje, redivivo: “ o mestre não é maior que os alunos e só apreende quem ouve e o aluno, por ser pessoa humana, é um sujeito inteligente por natureza”.

A invasão dos jovens alunos artistas e a manifestação da arte que comunicavam marcou, sim, o ritmo dos trabalhos do Seminário sobre o desenvolvimento do estágio nas escolas e nas repartições públicas das prefeituras presentes.

Potencialidades

            As potencialidades inatas gratuitamente dadas pelos alunos contagiaram professores, funcionários e estagiários presentes no Seminário que já se apresentava diferente dos outros muitos seminários regionais, e nacionais dos que organizei e participei.

  Os mais de duzentos participantes irmanados pela beleza da arte se integraram numa comum união fazendo fluir livremente as potências criativas manifestadas pelas idéias e práticas dos conferencistas e pelo diálogo aberto dos debates que se seguiam no ritmo vibrante da percussão inicial. No lugar do ruído dos típicos tambores e baquetas sentia-se o forte impacto das idéias e das práticas profissionais reais locais, nacionais e internacionais que motivavam todos os participantes na proposta de uma educação profissional  fundamentada no estágio como “mundo do trabalho e como a prática social” que leva no seu bojo potencialidades para definir o projeto pedagógico de outra educação brasileira para a era pós-moderna que estamos vivenciando, integrados nos atributos da mundialização , aceitos e interiorizados, não mais como uma técnica de dominação imperialista, atualizada e bem camuflada pelo capitalismo de ficção da atualidade, mas antes, como uma característica determinante de um projeto consciente, compartilhado e construído por uma produção de qualidade, por uma integração científica, por uma geração de mútua confiança, por uma compreensão das relações humanas, pelo valor da legalidade dialogal e, sobretudo, pela comunicação e cooperação e entre todos os participantes do projeto de educação e qualificação profissional, conforme as diretrizes curriculares que equacionaram a LDBEN , ao conceituar o estágio como uma experiência prática na linha de especialização, como uma integração científica, como o relacionamento humano, fundamentado nas relações sociais e essenciais da produção e como uma extensão e ação comunitária que dimensiona a universalidade do conhecimento, cuja origem se encontra na própria prática do saber fazer.

Uníssonos  os participantes do 1º Seminário sobre o Programa de Desenvolvimento de Estágio  na Prefeitura de Belo Horizonte proclamaram que outra educação é possível sempre que as políticas públicas de ensino deixem, de vez, de serem uma falácia, para se tornarem um lento e festivo avanço, semelhante ao grupo de jovens alunos percussionistas que motivaram os receptivos participantes do 1º Seminário sobre a prática profissional, base do aumento do fundo do conhecimento e do bem - estar pessoal e social.



           






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