D
E S A B A F A, C O R A ÇÃ O!
Jorge Ssolivellas Perelló
Eu sou livre. E para poder
ser livre vivo em minhas escolhas pessoais de cara ao bem dos outros que
conheço, que amo e aos quais me dedico, porque quero, precisamente porque sou
livre como o passarinho que voa, canta, suga o néctar das flores do campo, dos
jardins das cidades e pousa na árvore que escolhe para confeccionar seu ninho
de amor.
Segui as orientações dos meus
mestres e escolhi, em grupo de amigos, vivir em Brasil, em Minas e na cidade
bela, por natureza de Sete Lagoas. Ao cair da tarde do dia da minha chegada a
cidade, ao descer do Setelagoano, junto com Chico Cotta e colegas, pulei de
alegria ao admirar a Lagoa Paulino com a ilha do Milito. Encantado gritei: -
Vejam. Estou em Mallorca, em Veneza, em Ansterdam! –
Fomos instalados no colégio
Dom Silveiro e Seminário São Pio X. Nossa missão era formar líderes para ter um
Brasil livre das ideologias dogmáticas dos anos 60. Dei aulas, curos,
palestras, organizei junto com Raimundo Figueiredo, Laerte, Joaquim de Pompeu
mais de 100 sindicatos rurais e com Dirceu e Zoé o movimento de jonves Gente
Nova , juntamente com o jormal semanal com o mesmo nome. Algo diferente
acontecia na região e no Brasil. Veio a reação fascistas de sempre e houve
presos, mortos e a disperssão, mas o ideal da liberdade continuava.
Junto ao Pe. José Maria de
Man fundou-se a Universidade de Trabalho, hoje Unileste, no Vale do Aço, logo
em Contagem e Betim. Na Puc. MG, por mais de 20 aos organizei a relação
trabalho e estudo em todos os cursos e campi e como coordenador de cultura as
artes começavam a fazer parte da formação profissional dos alunos da
universidade. Pela arte organizada nos bairros mais pobres de Belo Horizonte,
se iniciava, indiretamente, uma terapia eficaz para adolescentes e jovens
viciados nas drogas que o sistema sustenta.
Agora idoso, o estado de
togados, favoreceu outro golpe as legalidades e as liberdades e aquí estou
sentindo que a liberdade voltou a ser algo subjetivo. Não posso estar triste,
porque sei que a liberdade está dentro de mim. Amo-a. Defendo-a com carne e
unhase com todos os meios ao alcance.
Estando falando comigo mesmo
estes fatos da vida da gente, sentado num banco da venida J. Soalheiro,
um grande amigo que estava passando, pára e me disse: - Oh, Jorge, está falando
sozinho?- Estou repensando minha vida e ação nesse Brasil.- respondo-
O amigo senta-se junto a mim
e, já imaginando o que pensava, considera: - Amigo, também sinto que estamos
passando momentos de repressão, bem semelhantes, ainda que distintos dos que
vivemos nos anos da ditadura militar. – Confirma. Hoje a repressão as liberdades
são executadas pela lei. Os juízes pensam que todo o que legal é legítimo. Que
cumprindo a lei está tudo certo e justo.
Disse-lhe com ênfase. – Para
mim amigo, essa situação é pior que a repressão das armas, porque o estado dos
togados, também manejam sempre que necessário as armas dos militares e o uso em
vão do nome de Deus. O estado brasileiro está-se tornando um estado teocrático,
mesmo que a Constituição Federal proclama que o Brasil é um Estado laico, onde
todos as religiões podem agir com liberdade, mas o poder está no Estado
Democrático de Direito, coordenando todos os demais poderes civis, religiosos,
políticos e econômicos. A democracia, no mundo tornou-se um mito e um rito. A
semana que passou estava, em BH, numa reunião de liderenças religiosas- O CONIC
– para o Encontro Estadual e um juiz do Tribunal Regional Eleitoral nos
orientava de que, na democracia, o mais importante era o voto e dava suas
razões. Mas vários líderes retrucavam-lhe que o voto forma um elemento
importante na democracia, porém que o mais importante é que os cidadãos
participem de decições da política local, regional e até federal. Ser didadão
significa ser livre e autónomo como pessoa e como membro da comunidade que
vive. A discussão ficou quente. Na democracia participativa o cidadão é livre.
Somente assim se evita o voto cabresto. O juiz insistia que na américa Latina o
povo não está preparado para ações livres. Precisa de vigilância e leis.-
-Esse golpe é mais
repressivo, porque obriga, castiga e prende com a ajuda dos militares e o apoio
da grande imprensa que vive dos apoios as grandes organizações industriais,
financeiras e militares. Veja a brutal repressão aos manifestantes de São
Paulo, a cidade mais capitalista do Brasil.
O amigo insistia para que não
desanime, pois o tempo, com tempo e muita paciência arruma avança para o novo.
- Amigo, a sociedade muda
muito devagar. A mente humana muda nunca. Só mudam os meios, a técnica, mas a
mente não muda, porque as forças da opinião imprimem carácter.
O que fala meu coração reside
na minha mente. Porém percebo que essa mente humana manifesta algo que é sobre
humano. A mudança, na história começa pela mente na sua totalidade natural e
sobrenatural.
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