domingo, 29 de dezembro de 2013

52 ANOS ATRÁS

Em 1962, sorrindo a madrugada do dia 11 de fevereiro, aportava o transatlântico Giulio Cesare no porto da Bahia da Guanabara. Em êxtase contemplava, ao longe, a cidade maravilhosa do Rio de Janeiro. A lentidão do navio favorecia os descobrimentos dos infinitos e singulares detalhes da natureza e da urbanização saliente. Rezava. Agradecia. Ria. Admirava. Babava igual bebê. Mamava a terra prometida que mana, sim, leite e mel. E como!!! O que via e sentia, agora assistia a um filme pessoal, cujo título dois anos mais tarde, em maio de 1964, o Jornal do Brasil, na 1ª página colocaria minha imagem com estas palavras emblemáticas: INOCENTES ÚTEIS. Minha missão ao Brasil, a pedido dos bispos brasileiros e do Papa, Pio XII, era salvar o Brasil dos comunistas. E somente dois anos depois seria preso como comunista por estar educando jovens, campesinos e empregadas. Se comunista é educar a população para o direito a igualdade social, para o respeito aos trabalhadores, para o direito a vida e a liberdade de todos os cidadãos, sou sim , comunista, digo, cristão, pois nos evangelhos se percebe ao Jesus de Nazaré como o primeiro comunista real. Ele foi atormentado e assassinado pelos romanos e seus mercenários, os fariseus e os sacerdotes do templo, por defender os valores da igualdade, do amor, do respeito e da vida.

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