terça-feira, 2 de maio de 2017

INOCENTE ÚTIL

Dias atrás, ao passar as mercadorias pela caixa do supermercado do  bairro da cidade, fiquei de conversa com o embalador. Era um senhor adulto. Uma figura bem popular. O assunto da conversa era o feirado do 1º de maio, quando se comemora o DIA  do TRABALHADOR. O embalador estava satisfeito pelo feriado. Não precisaria ir ao trabalho, disse. Lembrei-lhe de que  era o dia do trabalhador.
Dei-me conta  que o operário não sabia de que a folga era para celebrar o dia internacional do trabalhador. A moça da caixa e o cliente que vinha detrás de mim, também escutavam o papo informal, davam mostras de que tampouco sabiam o motivo do feriado..
Este fato me confirmou o que  os trabalhadores dessa cidade, ainda que sindicalizados por obrigação e de pagar a mensalidade ao sindicato, demostravam total ignorância do papel do trabalhador na sociedade e da importância do sindicato comprometido com as classes. Definitivamente, nessa cidade, os trabalhadores não formam uma corporação comprometida com sua classe trabalhadora e unida aos demais trabalhadores da cidade e região para assegurar as conquistas dos trabalhadores.O único sindicato que tem uma ação mais ou menos comprometida com a classe trabalhadora é o do sindicato dos trabalhadores da educação ( Sindte) . Os demais sindicatos são formais, ou seja, somente para atender a burocracia das leis trabalhistas, conforme manda o figurino do sistema capitalista até esse momento. Os outros  sindicatos estão atrelados ao sindicato dos patrões.
A mentalidade do embalador e caixeira são uma amostra da pouca consciência de classe que tem os operários da cidade e da região. A mentalidade que eles manifestavam era de prazer pela folga do feirado comprido de semana. Sem dúvida é um bom motivo, pois o trabalho não é um mal em si, como a sociedade capitalista ensina. O trabalho mostra a capacidade criadora das pessoas que, com sua inteligência podem proporcionar mais conforto as comunidades em que vivem..
O trabalho como obrigação é uma aberração, herança dos séculos da escravidão dos primórdios da civilização e reforçada pelos séculos da sociedade industrial e hoje pós-industria.
Atualmente os donos da terra, da industria, comércio e governo federal e instituições do sistema social se unem para mudar as leis trabalhistas e todo indica que conseguirão.
Sem uma consciência da classe resulta quase impossível tentar qualquer mudança social que favoreça os trabalhadores e cidadãos mais pobres ou excluídos, estimulando, assim, os conflitos que já se iniciaram em outros estados do mundo.
Na atualidade da época digital pouco influiria a consciência de classe de épocas passadas. Pelas informações dos resultados de eleições do primeiro mundo e até do terceiro mundo, quem ganha eleições são os mais ricos. O exemplo dos EEUU, elegendo um multimilionário é um modelo bem significativo dessa nova época que passamos a viver.

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