Dias atrás, ao passar as mercadorias pela caixa do supermercado
do bairro da cidade, fiquei de conversa com o embalador. Era um
senhor adulto. Uma figura bem popular. O assunto da conversa era o feirado do
1º de maio, quando se comemora o DIA do TRABALHADOR. O embalador
estava satisfeito pelo feriado. Não precisaria ir ao trabalho, disse.
Lembrei-lhe de que era o dia do
trabalhador.
Dei-me conta que o operário não sabia de que a folga era para
celebrar o dia internacional do trabalhador. A moça da caixa e o cliente que
vinha detrás de mim, também escutavam o papo informal, davam mostras de que
tampouco sabiam o motivo do feriado..
Este fato me confirmou o que os
trabalhadores dessa cidade, ainda que sindicalizados por obrigação e de pagar a
mensalidade ao sindicato, demostravam total ignorância do papel do trabalhador
na sociedade e da importância do sindicato comprometido com as classes.
Definitivamente, nessa cidade, os trabalhadores não formam uma corporação
comprometida com sua classe trabalhadora e unida aos demais trabalhadores da
cidade e região para assegurar as conquistas dos trabalhadores.O único
sindicato que tem uma ação mais ou menos comprometida com a classe trabalhadora
é o do sindicato dos trabalhadores da educação ( Sindte) . Os demais sindicatos
são formais, ou seja, somente para atender a burocracia das leis trabalhistas,
conforme manda o figurino do sistema capitalista até esse momento. Os
outros sindicatos estão atrelados ao sindicato dos patrões.
A mentalidade do embalador e caixeira são uma amostra da pouca
consciência de classe que tem os operários da cidade e da região. A mentalidade
que eles manifestavam era de prazer pela folga do feirado comprido de semana.
Sem dúvida é um bom motivo, pois o trabalho não é um mal em si, como a sociedade
capitalista ensina. O trabalho mostra a capacidade criadora das pessoas que,
com sua inteligência podem proporcionar mais conforto as comunidades em que
vivem..
O trabalho como obrigação é uma aberração, herança dos séculos da
escravidão dos primórdios da civilização e reforçada pelos séculos da sociedade
industrial e hoje pós-industria.
Atualmente os donos da terra, da industria, comércio e governo federal e
instituições do sistema social se unem para mudar as leis trabalhistas e todo
indica que conseguirão.
Sem uma consciência da classe resulta quase impossível tentar qualquer
mudança social que favoreça os trabalhadores e cidadãos mais pobres ou
excluídos, estimulando, assim, os conflitos que já se iniciaram em outros
estados do mundo.
Na atualidade da época
digital pouco influiria a consciência de classe de épocas passadas. Pelas
informações dos resultados de eleições do primeiro mundo e até do terceiro
mundo, quem ganha eleições são os mais ricos. O exemplo dos EEUU, elegendo um
multimilionário é um modelo bem significativo dessa nova época que passamos a
viver.
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