domingo, 18 de março de 2012

CRITICA


Critica

            Para ser criativos é necessário fazer algo novo e diferente de tudo o que já existe. Somente se cria e se é diferente quando se critica. Criar é ser artista. Uma obra de arte reclama outra obra de arte. Copiar não é arte. É repetir o que foi produzido por outrem.

            Que se entende por critica?

 Jamais é fofocar de pessoas ou coisas, conforme se pensa comumente. Não!

            A função básica da família, dos centros escolares, dos centros de excelência de estudos e pesquisa, das igrejas, assim como dos meios de informação: livros, revistas, jornais, rádios, TVs, teatros, cursos, debates é orientar com o objetivo de ensinar a fazer crítica que libere as pessoas do controle mordas das idéias dos outros e de ser capaz de realizar o autocontrole. Hoje, tarefa difícil mesmo. As escolas e informativos de hoje, em geral, pouco colaboram para a crítica. Lamentavelmente as instituições, em geral, são mercenárias a serviços dos grupos mandantes que marcam o ritmo do comportamento da sociedade de consumo. Ai radica o mal-estar social atual. Importa a entidade, não o ser humano.

            Sabemos que o homem ao trabalhar pensa e age simultaneamente. Do contrário nada produziria. O homem se controla quando age confrontando o pensamento dele com as obras que realiza. O hábito de confrontar e comparar são hábitos de criticar. A autocrítica é perceber a qualidade do trabalho que é elaborado pelo homem. É a capacidade que o homem tem de observar o que se afina nos planos idealizados. É ver a complexa verdade das coisas e dos fatos que ocorrem diariamente. É penetrar na essência dos fenômenos. Jamais existiu no homem melhor controle que a autocrítica objetiva. O homem capaz de controlar=se a si mesmo é homem livre, aberto, confiável, criativo. Diferente.

Criticar é ser capaz  de reconhecer virtudes e fracassos. Virtudes e êxitos servem para confirmar que o NATURAL é material e que o homem e a mulher são real e verdadeiramente criadores. Ninguém pode arrancar das pessoas a possibilidade e a probabilidade de serem virtuosas e defeituosas. Quem nega essa probabilidade nega, também que o homem seja criador e o condena a ser um constante repetidor estático e mecânico. Um papagaio em pau sujo. Um caso ocorrido numa reunião de moradores duma rua de bairro da cidade pode colaborar a entender o que seja crítica libertadora. Na reunião se discutia e, logo se votava, se os vizinhos da rua que não freqüentassem mensalmente as reuniões do grupo, deveriam ser excluídos das festas que o grupo promove durante o ano. A maioria votou a exclusão dos ausentes.

            Por qué?

            É a prova da mentalidade de exclusão social que foi-nos ensinada na escola, família, igrejas.  Veja. Quem não tiver 75% de freqüência na escola, reprovado. Filho que atrasa no almoço, castigado. Desquitado, não comunga na missa. Menino, idoso, mulher, pobre, preto, não dão palpites em debates sérios.. Qualquer exclusão dum indivíduo não é humana. O humano é relação. O social e comunitário somente pode existir nas relações. Nem o amor é possível sem relação com os outros. Ante esses pensamentos postos por vários presentes na reunião houve uma solução mais relacionada e, por isso, mais humana. O excluído das festas fica na responsabilidade pessoal do mesmo. O grupo cresceu ao abrir-se à relação com os outros.

            A História sempre mostra um fato emblemático de crítica ante um fato crítico. Os judeus ao pegar uma mulher em adultério a lei mandava apedrejar até a morte. Jesus fez um ato crítico corajoso. O Mestre disse:

          - Quem estiver sem defeito pode tirar a primeira pedra.

Todos saíram devagar, começando pelos mais velhos. Eis um ato crítico libertador, corajoso, cuja beleza perpassa os tempos.

O dois fatos descritos ilustram o conceito da palavra crítica comentada no início. Os acontecimentos históricos cooperam muito mais ao entendimento do conceito de crítica  como atividade humana essencial que jamais pode ser confundida por fofoca ou caricatura.

 Mostrou-se que crítica é ter idéias próprias, originais, criativas e feitas produtos belos, bons e permanentes.

           

           

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