Critica
Para ser criativos é necessário fazer algo novo e diferente de tudo o que
já existe. Somente se cria e se é diferente quando se critica. Criar é ser
artista. Uma obra de arte reclama outra obra de arte. Copiar não é arte. É
repetir o que foi produzido por outrem.
Que se entende por critica?
Jamais é fofocar de pessoas ou coisas,
conforme se pensa comumente. Não!
A função
básica da família, dos centros escolares, dos centros de excelência de estudos
e pesquisa, das igrejas, assim como dos meios de informação: livros, revistas,
jornais, rádios, TVs, teatros, cursos, debates é orientar com o objetivo de
ensinar a fazer crítica que libere as pessoas do controle mordas das idéias dos
outros e de ser capaz de realizar o autocontrole. Hoje, tarefa difícil mesmo.
As escolas e informativos de hoje, em geral, pouco colaboram para a crítica.
Lamentavelmente as instituições, em geral, são mercenárias a serviços dos
grupos mandantes que marcam o ritmo do comportamento da sociedade de consumo.
Ai radica o mal-estar social atual. Importa a entidade, não o ser humano.
Sabemos que
o homem ao trabalhar pensa e age simultaneamente. Do contrário nada produziria.
O homem se controla quando age confrontando o pensamento dele com as obras que
realiza. O hábito de confrontar e comparar são hábitos de criticar. A
autocrítica é perceber a qualidade do trabalho que é elaborado pelo homem. É a
capacidade que o homem tem de observar o que se afina nos planos idealizados. É
ver a complexa verdade das coisas e dos fatos que ocorrem diariamente. É
penetrar na essência dos fenômenos. Jamais existiu no homem melhor controle que
a autocrítica objetiva. O homem capaz de controlar=se a si mesmo é homem livre,
aberto, confiável, criativo. Diferente.
Criticar é ser capaz de reconhecer virtudes e fracassos. Virtudes
e êxitos servem para confirmar que o NATURAL é material e que o homem e a
mulher são real e verdadeiramente criadores. Ninguém pode arrancar das pessoas
a possibilidade e a probabilidade de serem virtuosas e defeituosas. Quem nega
essa probabilidade nega, também que o homem seja criador e o condena a ser um
constante repetidor estático e mecânico. Um papagaio em pau sujo. Um caso
ocorrido numa reunião de moradores duma rua de bairro da cidade pode colaborar
a entender o que seja crítica libertadora. Na reunião se discutia e, logo se
votava, se os vizinhos da rua que não freqüentassem mensalmente as reuniões do
grupo, deveriam ser excluídos das festas que o grupo promove durante o ano. A
maioria votou a exclusão dos ausentes.
Por qué?
É a prova da
mentalidade de exclusão social que foi-nos ensinada na escola, família, igrejas. Veja. Quem não tiver 75% de freqüência na
escola, reprovado. Filho que atrasa no almoço, castigado. Desquitado, não comunga
na missa. Menino, idoso, mulher, pobre, preto, não dão palpites em debates
sérios.. Qualquer exclusão dum indivíduo não é humana. O humano é relação. O
social e comunitário somente pode existir nas relações. Nem o amor é possível
sem relação com os outros. Ante esses pensamentos postos por vários presentes
na reunião houve uma solução mais relacionada e, por isso, mais humana. O
excluído das festas fica na responsabilidade pessoal do mesmo. O grupo cresceu
ao abrir-se à relação com os outros.
A História
sempre mostra um fato emblemático de crítica ante um fato crítico. Os judeus ao
pegar uma mulher em adultério a lei mandava apedrejar até a morte. Jesus fez um
ato crítico corajoso. O Mestre disse:
- Quem
estiver sem defeito pode tirar a primeira pedra.
Todos saíram devagar, começando pelos
mais velhos. Eis um ato crítico libertador, corajoso, cuja beleza perpassa os
tempos.
O dois fatos descritos ilustram o
conceito da palavra crítica comentada no início. Os acontecimentos históricos
cooperam muito mais ao entendimento do conceito de crítica como atividade humana essencial que jamais
pode ser confundida por fofoca ou caricatura.
Mostrou-se que crítica é ter idéias próprias,
originais, criativas e feitas produtos belos, bons e permanentes.
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